De Chanel a Candy Man...
Dia #8/100
Cotovia@mafalda.carmona
...ou a beleza da fealdade...ou como os nossos "monsters" estão sempre tão atentos...
- Afinal o "glamourouso" bordado na camisola revelou mais a inspiração deste dia 31, quando pela noitinha, o halloween terá lugar, se bem que entenda pouco destas festividades, tal como os meus queridos anglicismos, coisas importadas. Por isso, e como poderão verificar pelas fotos, bordei um motivo aberto a várias interpretações, mas para mim é um Candy Man, entre assustador e fofo. Provavelmente um momento de desvario criativo, aparentemente como reação voluntária ao plágio.
Assim, mesmo se num caso aparentemente insignificante, está revelada a minha falta de vocação para fazer cópias, e esta falta de adesão à cópia, provavelmente foi o fio condutor da minha acção enquanto profissional, mãe e educadora.
Não copiar, significa não estragar o que é único em cada lugar, ser humano, ou princípio apenas para o moldar na forma de uma coisa ou pessoa pré-existente, a uma mera cópia, em substituição do original.
Mesmo se diferente do meu "gostar", mesmo se para alguns "inaceitável", mesmo se revelar um percurso "difícil" ou ficar fora dos 99%. Porque no original, no único, está o caminho para, embora acompanhado dos "monsters", se ter uma hipótese de se viver ou criar algo realmente significante.
Considero isso a forma de mostrar o meu respeito pelo outro, pelo lugar, pelo mundo, e o modo de contribuir para dar a cada uma das pessoas, dos lugares e coisas, a possibilidade de serem eles mesmos, na sua individualidade e de nessa individualidade se descobrir os erros e acertos, corrigir as rotas de vida e de raciocínio criativo para se chegar a uma linguagem e expressão únicas.
E, aceitar esta unicidade, é aceitar os "monsters" que vivem dentro de nós, é aceitar a beleza do imperfeito, e mesmo de uma certa dose de fealdade.
Atenção, não são os monstros tipo Anibal do "silêncio dos inocentes", ou similares, pois esses são casos para outro tipo de abordagem como já esclareci aqui. São os monsters presentes quer nas nossas obsessões como nas barreiras auto-impostas. São aqueles monsters a enfrentar e vencer numa luta justa, e porventura infindável, pois apenas destas lutas irão sair os "prémios" ou recompensas para nos ajudar a completar esse percurso único.
P.S.
No campo da individualidade, a filha S. não vê Candy Man nenhum no bordado, mas antes duas pessoas abraçadas e pequenos corações de amor em redor, já a filha R. desatou a rir quando revelei o resultado final, sei lá eu o porquê...