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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

28
Set22

O amor-próprio e os colibris tupis


Cotovia@mafalda.carmona

Ou como a vida selvagem é um porto seguro.

  • Aos domingos para mim, para o fundador da estação de televisão que emite o programa, e, pelo menos para algumas das minhas pessoas, não pode faltar a "Vida Selvagem", e no top de visualizações com direito a ocupar espaço de gravação nos megas da box, está o documentário da vida selvagem da Arrábida, de Luís Quinta e Ricardo Guerreiro.

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Documentário "Arrábida da Serra ao Mar"

Sim, é sempre uma boa coisa estar informada sobre o que se passa no planeta.

“Informação é poder” e estes conhecimentos são muito úteis para, em momentos cruciais, as decisões “informadas” aparecerem, não por magia, mas graças ao conhecimento, preferencialmente em primeira mão (ou asa). Mas, como não se consegue, nem voando, estar em todo o lado ao mesmo tempo, a televisão e os jornais dão jeito, verdade.

 

Se refletem a verdadeira natureza da vida selvagem?
Não necessariamente. Pela concorrência em todas as áreas, e esta não é exceção, haverá que modelar o tom, o encadeamento e a escolha das imagens para se determinar qual a história a contar. Se a sequência for feita por outra ordem, o texto da locução diverso, várias realidades podem ser apresentadas com as mesmas imagens base. Ao fim e ao cabo é uma espécie de reality show com uma produção e direção de atores involuntários e não remunerados.

As coisas boas deste programa são as imagens, a locução e o estilo imutável, todas a cooperarem, para fazer chegar até nós a sensação de permanência. São, para todos os efeitos, uma referência, o anti-reflexo do mundo caótico e aparentemente fora de quaisquer regras, pois neste, o da “vida selvagem”, podemos contar com uma certa lógica, e, tem as referências fixas que nos são essenciais.

Essenciais porque precisamos de alguma segurança (ou muita) ao longo do percurso das nossas vidas.

 

Precisamos daquilo que é chamado "porto seguro" onde sabemos temos salvo-conduto para "pousar" sempre que nos apetecer, ou quando cansados física ou emocionalmente.

Vamos, por exclusão de contexto, pôr de parte o município de Porto Seguro, na Bahia, do outro lado do Atlântico, até porque, nesse caso, o porto seguro foi apenas para Pedro Alvares de Cabral, e não para a tribo Tupi que lá estava previamente.

Deixando os exemplos geográficos (e históricos), continuamos na analogia:
Todos nós temos, ou deveríamos ter, este lugar, "O" lugar, onde sabemos que somos sempre bem-vindos, bem recebidos, acarinhados ou... deixados sossegados e a sós de quando em vez pois também é importante.

Na prática andamos muitas vezes feitos “baratas tontas” (a falta de generosidade para com as baratas, provavelmente é injustificada, e se calhar até sabem o que andam a fazer…) à procura de um porto seguro ai por esse mundo, o nosso, o da BBC, o selvagem, o do “Outro”, o do star system, enfim em todo o lado menos onde ele realmente está.


Isto porque o “nosso” porto seguro não existe em lado nenhum antes de o construirmos.

Para o Sermos, temos de o criar, reservar o tempo e investimento pessoal para cultivar esse lugar dentro de nós mesmos, onde nos aceitemos e nos reconheçamos. No fundo, "O" "Lugar" é o Amor-próprio. Para desenvolver o amor-próprio não é necessário ocupar território Tupi ou território de qualquer outra tribo, o espaço para o amor-próprio está lá, sossegado, veio com o resto do pacote “pessoa” quando nascemos, de forma completamente gratuita, e, nunca é tarde para resgatar este voucher*.

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*iscte-iul.pt

Portanto basicamente é só pegar no voucher, tomar posse do espaço destinado ao amor-próprio e desatar a construi-lo com muito empenho. Bom, assim básico, básico, não é. Devia ser…mas não é.


Não por ignorância, por algum motivo os homens são sapiens, mas sim por excesso de esforço.

Por excesso de trabalho. Por excesso de ego. Por excesso de perfeccionismo. Por excesso de interferência. Por excesso, portanto, de tudo menos de amor por si mesmo, ou amor-próprio. O excesso de tudo isto é esgotante. A ideia de que só podemos ter amor-próprio se tivermos valor, provado, atestado e reconhecido, se tivermos passado à condição de semi-deuses numa qualquer área, (ou em muitas) se tivermos atingido a excelência, acaba connosco. Acaba também com as condições do nosso Lugar como sítio fértil para lá semear seja o que for e muito menos construir o amor-próprio. Assim não vai dar, e podem ler mais sobre o " menos é mais" (não apenas na arquitetura mas na vida e também nas condicionantes para a construção do amor-próprio) e como o amor tende para o menos infinito aqui.


O amor é isso mesmo, dar, dar não importa o porquê, ou antes importa: porque sim. E ponto final.

Sentimos isso claramente quando o amor é pelo outro, nesse caso o amor existe, persiste e insiste mesmo quando os objetivos não são alcançados, mesmo quando não são atingidos os ideais de sucesso, visibilidade, conta bancária, forma física. Nada disso interessa, e continuamos lá, firmes, por causa do amor que temos, seja aos outros, aos filhos e filhas, aos familiares, aos amigos, ao companheiro ou companheira, à cidade ou bairro onde vivemos, ao país onde nascemos. É esse amor para com algo ou alguém que nos anima a dar. Independentemente do resultado. Independentemente das “roupas” com que se apresenta, se está mais ou menos na moda, se tem mais ou menos seguidores ou likes.

O nosso Like basta. Como basta aplicar o sentir e a ação do amor pelos outros a nós mesmos.


Nesta construção do amor-próprio, aparecem alguns elementos sabotadores.

Estamos nós na nossa paz com o nosso amor-próprio a ir de vento em popa, tudo muito lindo, cheio de passarinhos e amor por todos os lados, e lá vão aparecer os “amigos da onça” do costume: a falta de confiança, o medo, o excesso de trabalho, as distrações, as críticas acidulentas e destrutivas, as situações ou pessoas tóxicas.

Nessa altura, e como temos mais facilidade em defender o outro, imaginemos estas “onças” a aterrar no nosso espaço de amor-próprio como “terminators” ao estilo de Arnold Schwarzenegger.

Imaginemos, ainda, a existência de outro ser, mais pequeno e mais pacífico, o beija-flor colibri, todo fofo, a desafiar a lei da dinâmica (tanto que a tribo Tupi lhe chamava guainumbi, o “que passa depressa”), lá na sua vida, todo contente, na terra do amor-próprio.

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link para "as aves que aqui gorjeiam tinham outros nomes"

Neste cenário, não interessa se o Arnold vai querer as penas para enfeitar chapéus ou se o colibri vai ser dano colateral por estar no caminho das botas do Arnold. O que interessa é que o Arnold não vai “terminar” a existência do colibri. Nem de coisa nenhuma. O Arnold vai dar meia volta e desaparecer. Para não voltar.


E é isto. Abracem os colibris e escorracem os Arnolds.

Viva o Amor-Próprio!

P.S.

Como tive oportunidade de dar vivas aqui,  Viva também a liberdade!

P.S.#2

Além dos Arnolds também há os Lobos Maus, podem ver aqui como é possível correr com eles se por acaso algum resolver perturbar o vosso espaço do amor-próprio, além de, tal como na anedota do urso, ao contrário do Arnold, a presença do Bradley poder ser muito benéfica para lidar com as situações e pessoas tóxicas ...

22
Set22

O tempo é como as bolachas...


Cotovia@mafalda.carmona

...ou como a história do macaco e os Planos Diretores Municipais.

  • Continuando na saga das memórias, reflito que devo, finalmente, ter chegado aquela fase, incompreensível antes de lá chegar, "da meia idade". Agora já posso perceber que é aquele tempo onde (sim que para mim o tempo é um lugar, um espaço) já não se é completamente novo, e ainda não se é completamente velho. É ali um sítio indefinido, parecido com o canto do castigo, para onde o tempo nos arrastou.

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Bolachas de gengibre fonte da imagem: https://pt.petitchef.com/receitas/

Observo alterações a comprovar este estado de sítio, todas visíveis, umas mais subtis que outras. Por exemplo, na categoria das alterações subtis, antes dizia, referindo-me ao passado, "quando eu era pequena", agora digo, com ar sério, "as minhas memórias", como se fosse coisa de suma importância. Não se aguenta.


De todas as formas, quer quando "era pequena", como agora, o conceito de tempo sempre foi qualquer coisa assustadora, a cair no âmbito das histórias do monstro verde que agora conto ao meu neto A. (embora no caso seja o monstro verde a estar com medo e não é, afinal, assim tão assustador.)

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O monstro das cores vai à Escola, de Ana Llenas 

E, neste ponto, para vosso (e meu) assombro, vou mesmo dizer como os mais idosos: No "meu" tempo é que as histórias eram assustadoras!


De todas as histórias, as mais assustadoras eram as da Avó C., como já tive oportunidade de vos contar noutro post aqui. Até porque, no tempo da Avó, segundo a mesma, além da própria vida (assustadora), as histórias eram mesmo muitíssimo assustadoras, eram metasustos! Nem sei, e até tenho medo de saber, qual a classificação das histórias da Bisavó ou Tetravó, para mais tendo origens na cultura popular da Beira Alta, no meio de montanhas misteriosas e perigosas, com um lobo mau debaixo de cada pedra e onde até as ovelhas tem dentes aguçados e são afinal cães pastores.


Como acontecia a qualquer criança, e verifico continua a acontecer, estas histórias assustadoras, bem como a circularidade do enredo a permitir recomeçar do final, geram um espanto tremendo, e por isso, obrigava a velhota a conta-las repetidamente, uma e outra vez, pobre senhora.
Sabendo disso, quando as conto ao meu neto, estabelecemos logo de início quantas vezes vou contar a história, e geralmente o netinho A. determina 5, mas o valor é renegociado para uma quota mais aceitável de 2 ou 3, porque a "pobre velhota", agora... sou eu.

Uma dessas histórias era a do macaco que, vaidoso, quis estar no último grito da moda, e foi ao barbeiro cortar a cauda.

Cedo verificou a sua insatisfação com o modelito, e, arrependido, quis recuperar a cauda. Pois. Não aconteceu, porque o tempo, como diz a música, não volta atrás.

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História do macaco de rabo cortado e outras histórias tradicionais portuguesas

Não vou citar os pensadores e filósofos que se dedicaram ou dedicam a refletir sobre este assunto, pois vou recorrer à "prata da casa". Neste caso, o P., quando ainda pequeno pensador,  declarou ser impossível ir à escola, pois, segundo o auto diagnóstico, estava "muito" doente, com ênfase no "muito", num discurso justificativo mais ou menos neste sentido: "-Porque as pessoas primeiro nascem, e depois vivem, e os dias gastam-se, e depois morremos, e a morte é uma doença, e eu estou muito doente!".


Para morrer deve ter ficado a Mãe A. com este raciocínio numa criança pequena. Teve de lhe dar razão quanto ao facto de o tempo se gastar, ou consumir,  como um pacote de bolachas ao qual vamos tirando as bolachinhas uma a uma até não sobrar nenhuma, mas levou a desolada criança "muito" doente para escola como nos outros dias, porque o tempo é mesmo assim, como certas pessoas, só tem um sentido, para a frente!


Concordo com esta noção do tempo como uma espécie de doença, nem viral nem bacteriana, mas universal e transversal a todas as espécies animais, flora e até os rios ficam envelhecidos, desgastados e acabados. Ninguém, nem coisa nenhuma, escapa do tempo, nem as histórias de amor. No entanto os desapontamentos e ilusões vão-se esbatendo 
com o tempo. Nisso o tempo ajuda, e no vinho licoroso e do Porto também.

No resto... Não.


Assim, vou refletir convosco sobre a importância do tempo, mas, antes de mais, pensar sobre o alcance do tempo e os seus limites.

Mais ou menos como um dos instrumentos de gestão territorial, o PDM, adaptado a PDP, isto é Plano Diretor Pessoal ou mesmo Plano de Desenvolvimento Pessoal, tem limites e determinada extensão, definindo um território. Para tornar possível a sua correta gestão fica subdividido em diferentes áreas. 

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https://www.sesimbra.pt/viver/urbanismo/planos-e-programas-territoriais/pdm


Para "desenhar" este plano, identificar as diferentes áreas ou unidades de utilização de tempo é o primeiro passo. O segundo é identificar as características de cada área pois 
ele há coisas, pessoas e atividades onde e com quem o tempo é, na nossa percepção, bem passado, outras, as chamadas obrigações, para as quais temos de ter tempo, gostemos ou não, e ainda temos aquelas de que não gostamos, não queremos e não há tempo que resolva, ou altere, isso.


A cada uma das áreas, da família, do trabalho, hobbies, obrigações, rotinas, saúde e bem estar, amor, amizade, desporto, altruísmo, ativismo e sem esquecer o tempo para dedicar a cuidar da própria pessoa, é dado um espaço de tempo com regras, e limites, bem definidos.
Essa noção de dever, é bem compreendida na área do trabalho. Tanto que  permitimos a essa área ser uma "ocupa" ilegal de todas as outras áreas, sem a contrariar nem aplicar qualquer tipo de medidas de controle.


É útil condicionar as construções ilegais no nosso território temporal.

Quando uma tarefa, coisa, pessoa ou atividade se apresentar, a carta de condicionantes e enquadramento é um recurso prático para verificar quais as características da ocupação dessa área, com o mesmo rigor usado por um fiscal da câmara ao inspecionar um lancil do passeio, parece de pouca significância, mas uma coisa são 12 centímetros, outra 2.

O mesmo se aplica às redes sociais, 15 minutos não são 150.

Determinados os dias da semana, programas, hora e duração, atividade, frequência, horário e local, todas as áreas estarão refletidas nestes mapas, indicações e calendarização com a mesma atenção e rigor. Também, em 2019, refleti num dos meus escritos aqui como fazer alguma coisa quando não apetece fazer rigorosamente nada, sobretudo quando estamos por nossa conta e somos os nossos próprios empregadores com tendência a emaranhar as áreas e tempos uns nos outros numa grande confusão (pior só os cabos elétricos e de net e de carregadores que tem vida própria e se embrulham com total autonomia sem demonstrarem qualquer boa-vontade em reverterem o processo).

Pode existir uma área em aberto para o "tempo surpresa", aquele que não cabe nas categorias principais, do tamanho suficiente para abarcar aquilo que nos apanha desprevenidos, esperemos coisas boas, mas não tão grande que se transforme num monstro (também já falei sobre estes "monsters" pessoais aqui.)


E quando alguma tarefa, pessoa, coisa, tiver uma proposta para a ocupação do nosso território de tempo, vamos analisá-la. Se for contrária ao PDP, às suas regras, mapas e cartas de ordenamento, o parecer é: 
Indeferido por incumprimento das regras do PDP. 

Porque muitas vezes o mais importante é, afinal,  encontrar o tempo, o espaço e a liberdade, para dizer:

Não.

P.S.

Na gestão do espaço-tempo é desejável que as áreas do tempo do "Outro", e do "nosso" tempo, tenham a mesma dimensão. Algumas vezes não equilibramos o tamanho destas duas áreas pelo receio de dizer não, outras, porque esquecemos tratar-se do "nosso" tempo e espaço.

20
Set22

A culinária das emoções...


Cotovia@mafalda.carmona

E a lagosta...ou como entrar na realeza pela porta da cozinha.

  • Lagosta lembra-me África, bistrot parisiense e América, calor, festejos de ano novo, prisioneiros de Alcatraz, bingo, Gaudí e Barceloneta, viagens e, além disso, quando esta senhora entra na minha cozinha, sinto-me parente da realeza, numa versão simplificada em modo "do it yourself", sem a pompa, circunstância ou sacrifícios reais e protocolares de dever, ser e parecer Rainha.

Still-Life_with_Lobster_and_Nautilus_Cup_1634

Still-Life with Lobster and Nautilus Cup 1634 Jan Davidszoon de Heem


Fui apresentada à Sra. Lagosta, mais coisa menos coisa, no ano de 1970 ou 1971 (esta informação do tempo das ocorrências confirma a incorrigível e inevitável referência a datas nos meus relatos), e, sem dúvida alguma, correu... mal. Segundo diz quem viu, apanhei um valente susto e ganhei asas para alcançar a última prateleira da despensa numa escalada espectacular em rapidez e talento desconhecido até então. Proeza inédita e irrepetível pois, hoje em dia, inclusivamente, tenho vertigens se subo a mais de um metro de altura.


O susto de ver a Sra Lagosta de pinças no ar a bater com a cauda em agitação frenética no chão de mosaicos brancos da cozinha, serviu para justificar a minha total inaptidão para conseguir imaginar, ou concretizar, qualquer interação directa a curto ou médio prazo, mas isso nunca foi sinónimo de desapreço gastronómico, claro está, a distância prudente de todas as fases do processo, excepto a final.

Por isso, a Sra. Lagosta faz parte das minhas memórias, boas e más.

Apresentava-se de modo exótico em ocasiões especiais como resultado da passagem da família por terras da África tropical, sítio, na minha cabeça de criança, para lá do fim do mundo. E lá, era fácil de a encontrar, quer para a levar para casa, como para a eleger no menu de um restaurante ou esplanada da capital, enquanto saudosamente era amiúde desvalorizada em detrimento de inalcançáveis outros ausentes, a provocarem suspiros e lágrimas de verdadeira comoção.


Noutro continente, no novo mundo, nos actuais United States of América, inesperadamente, é igualmente muito comum encontrar a Sra. Lagosta nos restaurantes de São Francisco como ex-líbris na zona do Fishersman Wharf, onde podemos, tal como os ruidosos leões-marinhos no cais 39,  olhar para a ilha de Alcatraz. A famosa ilha é pano de fundo para a maioria das salas de todos os restaurantes, ex-prisão onde os reclusos podiam contar com a presença assídua da Sra. Lagosta, e hoje em dia é visita turística obrigatória  para aventuras  menos perigosas das do tempo de Bonnie e Clyde, com a possibilidade de esbarramos com uma estrela Hollywoodesca, provavelmente incógnita.

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São Francisco, Pier 39


Mudando outra vez de continente, na festiva Paris, pela passagem de ano, não há nenhum bistrot onde não apareça acompanhada de champanhe, para a despedida do velho ano e condignamente receber, em grande estilo, o novo. Atenção, fora do réveillon e datas marcantes, alguns dom Juans e donas Juanitas fazem exactamente o mesmo ritual quando pretendem trocar a antiga companhia por uma nova, por isso desconfiem de aparições extemporâneas e injustificadas da Sra. Lagosta na vossa vida, não vá dar-se o caso de ser uma despedida em lugar de uma comemoração.


Aqui mesmo ao lado, os nossos vizinhos, com os quais temos uma relação algo agridoce (ocorreu-me agora que também deve ser possível esta variação da lagosta), apreciam-na em restaurantes com esplanada, perto de salas de bingo, onde os vencedores do cartão vão festejar a boa-sorte, e acalmar os calores provocados pela atividade exaustiva de verificar os números nas linhas e o preenchimento, ou não, do cartão ou até vários cartões, na minha perspectiva uma verdadeira proeza, com um fresquíssimo cocktail de lagosta com caviar e um espumante gelado nas noites quentes do mediterrâneo.


Gostam tanto deste crustáceo ao ponto de, na orla da praia Barceloneta, entre o Passeio Isabel II e o Passeio de Colom, encontrarmos a escultura divertida de uma lagosta gigante sorridente.

Embora o sorriso maroto do alto dos seus 10 metros seja réstia de quando chamava os clientes para um antigo restaurante, agora fechado, foi adquirida pelo município para continuar a fazer a alegria dos turistas mais pequenos que ficam encantados em se fotografar ao seu lado.


Na obra maior de Gaudí, apesar de, segundo consta, se ter inspirado em florestas, sinceramente, achei que nos presenteia com um passeio por baixo duma enorme barriga de lagosta com as suas inúmeras patas a sustentarem o tecto da Sagrada Família, num plano contrapicado de efeitos luminosos a remeterem-nos para as nuances do fundo do mar, mas pode ser só impressão minha, em virtude de ver animismos e analogias animais em todos os sítios.

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Igreja Sagrada Familia ( fotografia de Mafalda Carmona)


E aqui estou eu, na Cotovia, nesta freguesia, a do Castelo de Sesimbra, terra de bom peixe e marisco, de cultura pexita onde até a estátua de D. Sancho tem cara de peixe e pelos desenhados no peito.

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https://www.got2globe.com/editorial/sesimbra-vila-praia-portugal/

Portanto, é facil de perceber que numa envolvente como esta, não tive muita dificuldade, em após algum treino com camarões e gambas, fazer as pazes com a intimidante Sra. Lagosta.

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caril de camarão, fonte fotografia: https://ascoisasdamaesofia.blogspot.com/

Posso agora transmitir o processo herdado pelo lado materno que é, com a minha interpretação criativa, fruto de esquecimento, q.b. de necessidade em preencher lacunas e muita vontade de reproduzir os sabores, um híbrido de caril de lagosta e qualquer outra coisa indefinida que não vos consigo dizer o que é.


Posso, no entanto, dizer-vos qual  "O Segredo" para lidar com qualquer Lagosta:

Seja "à americana" ou "Park Avenue", com açorda, com açafrão, feijão, massa, gratinada, suada, à Java, ensopada, na cataplana, onde e como for, o segredo é apenas um (e ninguém o diria pela extensão deste post):

Estarmos atentos ao tempero de modo a contrariar a tendência da Sra. Lagosta para ser demasiado adocicada e enjoativa, pois convenhamos isso não agrada a ninguém. Em parte a culpa não é dela, mas sim da sua roupagem, pois se a casca for mais fina o interior é mais doce, se for mais dura é mais rija e mais salgada.


Neste aspecto, esta senhora lembra os temperamentos demasiado glico-doces e melosos a assustar qualquer uma (ou um).

Surgem em competição renhida com as alturas e os buracos no orçamento, sendo estes últimos menos assustadores pela perspectiva, embora remota, de sofrerem alguma alteração no seu estado, enquanto os glico-doces só tendem a piorar. Isto na minha opinião, claro, pois para mim, esperar tal mudança seria tão absurdo como nascerem penas aos jacarés e perderem as filas de dentes todas para passarem a chilrear, e ser obrigada a trata-los por primos. Certamente nem eu, nem nenhuma de vocês, pessoas, acredita nessa possibilidade.


Mas podem acreditar no seguinte: pelo valor económico envolvido e elevado grau de dificuldade, esta aventura culinária é excelente para cultivar a auto-estima e para darem tudo para homenagear a Sra. Lagosta e o seu local de origem, o mar.


Assim, passo a descrever os passos do processo:


Primeiro, como disse, é necessário imbuirmo-nos do espírito selvagem de um kamizaki gastronómico.

Sem medo, trazer a Sra. Lagosta (ou Sras. Lagostas) para a cozinha. Em Santana há uma casa especializada na venda de marisco fresco e cozido, mas, por aqui, existem mais possibilidades de as encontrar. Seja como for, façam uma cesta exótica e passeiem-se com ela de modo exibicionista na superfície comercial da vossa eleição, e como se não houvesse amanhã vão incluindo, além das óbvias lagostas, os seguintes itens:


gambas ou camarões/ salsa e coentros frescos/ cabeças de alho/ chalotas/ pimentos pequenos coloridos (são levemente aromáticos, extremamente vivazes, menos rústicos e dão sobriedade ao tempero)/caril/ tomate maduro/ leite de côco ou natas para cozinhar/ laranjas/ manga/ abacaxi/ limão, vinho branco ou vinagre de cidra, e vinho da madeira (ou Porto, Brandy, aguardente, conhaque ou Jeropiga), além do sal e pimenta 5 grãos.


As quantidades serão as proporcionais ao número de lagostas e ao gosto de cada um.

A ideia base é equilibrar os doces com os salgados e os ácidos, mais ou menos como nos acontece na vida de todos os dias.

Com emoção sigam em frente minhas pessoas, a esta altura já em sintonia com este processo de publicação de posts, a um ritmo muito próprio, como podem constatar em primeira mão, lento.


Pelo contrário, este processo da lagosta, até é rápido, depois de ultrapassada a fase da "mise en place".
Este procedimento, imprescindível em todo o processo culinário digno desse nome, foi vastamente explicado em vários programas gravados e exibidos no nosso país, de tendência selvática, relativos a mestres Cuca - ou master chefs- onde um pequeno grupo voluntário de concorrentes pré seleccionados entre centenas de esperançosos candidatos, a fazer inveja à série da Netflix 3%, segundo critérios igualmente misteriosos e ocultos à primeira vista, se debatem em sucedâneos modernos das arenas romanas, a gritos de chefs com personalidade de César Augusto, com excepção do formato original, já um clássico, made in Austrália onde o fairplay impera, e os jurados, concorrentes e convidados são educados, cordiais e evoluídos.


Aliás, como hábito, estava distraída, e apenas me apercebi da estreia da nova temporada australiana (a 14a) esta semana e estou top entusiasmada porque além de ser uma feliz coincidência poderei ver de rajada os primeiros episódios. Tal como nesse programa, é recomendável ler este post, e antes de começar a cozinhar e anotar mentalmente o mais importante da receita propriamente dita para não se perderem nas minhas considerações pessoais.

Basicamente é para disporem na bancada da cozinha os ingredientes já preparados para acrescentar quando necessário, enquanto sentem como são sortudos por poderem experimentar o processo na paz e sossego dos vossos espaços privados dedicados à preparação de refeições, a vulgar cozinha doméstica, onde a ausência de critica, pressão e luta pela sobrevivência, permitem apreciar o momento em condições, portanto, aproveitem para gozar esta total impunidade real.

mise en place aplicada ao trabalho, artigo

Mise en place aplicada ao trabalho e negócios, artigo (EN).

Agora, uma coisa hiper-importante na preparação, por favor, não decapitem a Sra. Lagosta.

Como no xadrez, podem fazer isso aos peões, neste caso os camarões ou gambas, e sacrifiquem a estética com eles mas salvem a rainha. Aliás, multipliquem-na dividindo-a ao meio no sentido longitudinal, façam-no de forma decidida como se estivessem habituados a isso desde que nasceram. Se acharem mais prudente solicitem que o façam por vocês quando ainda estiverem na superfície comercial, caso contrário sejam previdentes e aviem-se de um instrumento cortante, tipo cutelo, se não o tiverem em casa.

Confiem no processo e vejam como ficam bonitas em perfeita simetria dentro das suas cascas.

Além disso, separem as pinças principais e pernas, todos os 10 pares, para as colocarem numa tábua onde possam, com a ajuda de instrumentos apropriados, retirar a casca sem desfazer o interior que deve ser reservado junto dos camarões ou gambas descascados e, esses sim sem cascas nem cabeças. As cabeças, irão ser refogadas em azeite e alho e depois de juntarem vinho branco, as chalotas e parte do tomate, tapem a wook ou frigideira para cozerem. Este molho é para ser esmagado e espremido, e o caldo é coado para se aproveitar o suco.


É altura de verificarem se está tudo preparado e disposto na bancada em tigelas ou pratos:

as lagostas divididas ao meio e o interior das pinças e pernas numa tigela e temperadas com alho, azeite, q.b. de sal, pimenta e um pouco de vinho branco, limão ou vinagre, e polvilhadas com o caril, a marinar. O mesmo tratamento para os camarões ou gambas. Num prato, os pimentos coloridos cortados em tiras finas e uniformes e as chalotas cortadas em quartos. Num recipiente os gomos de laranja finos, manga e abacaxi aos cubos. Na trituradora o tomate sem pele nem caroços. Um ramo de salsa, coentros cortados grosseiramente. O leite de côco ou as natas. Numa chávena o suco das cabeças dos camarões. Noutra, sumo de laranja. Na Wook azeite, um cubo de margarina, um pouco de óleo de girassol, uma folha de louro esmagada, alho triturado e caril. Numa panela água para cozer o arroz simples, no meu caso, prefiro o vaporizado, sem goma para contrastar com o molho de caril, mas se o preferirem mais cremoso escolham carolino. Mas também pode ser arroz basmati, agulha, qualquer um é uma boa opção.


A próxima etapa é bastante rápida, por isso, antes de a iniciarem, podem por a mesa e fazer a sangria de champanhe com frutos vermelhos, óptima escolha para acompanhar.

Uma cesta de pão rústico da Azóia, alentejano, de Rio Maior ou semelhante, cortado em fatias não pode faltar.

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fonte fotografia: https://www.publico.pt/2022/05/24/edicoes-publico/reportagem/azoia-faralhao-pao-assunto-serio

 

Com a mesa posta, ponham o tacho com a água para o arroz a aquecer, quando ferver e puserem o arroz e o sal, podem acender o lume da wook, mas também podem usar um tacho, preferencialmente de barro, como preferirem ou de acordo com o número de lagostas. Assim que a margarina e a manteiga derreterem e incorporarem o azeite e o óleo e os alhos começarem a crepitar juntem as tiras de pimento e as tiras das chalotas. Juntem o suco feito com as cabeças, e quando estiver bem quente, coloquem as lagostas viradas para cima na Wook, até as cascas ganharem cor alaranjada, tendo o cuidado de não deixar a carne alourar. Regam-se com a aguardente e puxa-se fogo agitando para que todo o álcool arda. Nesta altura adicionem o suco das cabeças de camarão e deixem levantar fervura para acrescentar um pouco de vinho branco seco aquecido (ou vinho da madeira, brandy, porto, ou mesmo cerveja, enfim o que for mais agradável ao paladar de cada um). Provem o molho, rectifiquem juntando se necessário, sal, pimenta ou caril. Adicionem as tiras das laranjas, o abacaxi, a manga e os camarões ou gambas.   Incorporem a polpa de tomate triturada e coloquem o ramo de salsa atado com um nó no centro do preparado. Tapem e reduzam a intensidade do lume para que coza durante aproximadamente 10 a 15 minutos. Verifiquem a cozedura das lagostas, rectifiquem novamente os temperos depois de provar juntando, se necessário, mais sumo de laranja, caril ou pimenta, retirem o ramo de salsa e juntem o leite de côco ou as natas para culinária. Deixem cozinhar mais uns 5 a 10  minutos em lume brando. Destapem, se for para a mesa na própria Wook ou no tacho polvilhem com os coentros, apaguem o lume e sirvam. Caso queiram por numa terrina ou similar juntem os coentros apenas depois de passarem o cozinhado para esse recipiente.
Sentem-se, sirvam-se do arroz, num copo a sangria de champanhe bem fresca. No final...o pão com molho.


Para satisfação de todas as pessoas seguidoras da Cotovia e Companhia, este prato é, facilmente, metamorfoseado num prato vegetariano.

Para isso basta abolirem as natas, o álcool (ou substituírem-no por um vinho vegan), e pela troca dos mariscos por courgettes cortadas ao meio, cenouras às rodelas e tâmaras às tiras.  Nesse caso as courgettes bem como os outros legumes serão temperados com alho, azeite, vinagre balsâmico e folhas de orégão secas. Descasquem e cortem as courgettes ao meio no sentido longitudinal e levem-nas ao lume numa frigideira para as alourarem rapidamente dos 2 lados e reservem-nas. O processo segue igual mas sem lagosta nem camarões e com mais variedade de legumes, isto é, aquecem numa frigideira ou Wook apenas o azeite e óleo para fritar o alho e o louro com os pimentos coloridos às tiras, as chalotas, cenoura, tâmaras, grão ou lentilhas, brócolos e caril, caldo de legumes (previamente feito ou congelado) ou vinho branco vegan e o ramo de salsa atado num nó. Deixem reduzir um pouco para acrescentarem a laranja, manga e ananás. Retirem o ramo de salsa e adicionem o leite de côco. Deixem cozinhar durante 5 a 10 minutos em lume brando. Coloquem as courgettes pré-fritas e após 10 minutos apaguem o lume. Polvilhem com coentros picados e está pronto a servir com o arroz branco e acompanhem de sumo de frutos vermelhos ou sangria de frutos com o resto do vinho vegan. Será uma alternativa muitíssimo económica em tempo e dinheiro e o resultado igualmente exótico.


Et voilà, espero que tenham apreciado a rentrée da season da Cotovia e Companhia, com esta proposta exótica e versátil com um ar de realeza.

Bon appétit!

P.S.
Este post (entrada, artigo ou crónica ou o que for) tem por um lado uma vertente de aplicação prática para as passagens de ano, assim haja prosperidade e lagostas no mercado. Por outro, é escrito com o objectivo de apresentar um texto prévio para apresentar no curso de Sumayya Usmani "Cookbook Writing: Tell Stories Through Recipes" (Escrita de Livros de Culinária: Conte Histórias Através de Receitas).
Para concluir o curso e obter o certificado digital, apresentarei no projecto final um novo texto, elaborado já com o apoio das matérias abordadas no curso e supostamente deverão existir alterações para acomodar os conhecimentos adquiridos, e comparar os 2 textos com a mesma receita. Aguardarei o resultado com curiosidade, sobretudo na parte do compromisso de terminar o curso a uma velocidade aceitável.

Quanto a vós, também vos sugiro esperar pelo texto final antes de experimentarem a receita, pois esta será, certamente, revista e melhorada.
Para os mais afoitos e confiançudos, dispostos a correr desde já todos os riscos e experimentar a receita, boa sorte!

P.S.#2

Entre a escrita e a publicação avancei um pouco no curso e antevejo algumas alterações, nomeadamente no restringir o protagonismo do Eu, coisa bastante esdrúxula para os objectivos deste blog, pois como tiveram oportunidade de ler no primeiríssimo post, dar primazia às experiências do Outro não é exactamente o objectivo destas escritas. Mas, pelo exposto na introdução do curso, é essencial para alcançar narrativas mais abrangentes. Ora bem, pergunto eu, como posso saber quais as experiências do Outro? No decorrer das unidades do curso espero encontrar resposta para esta e outras perguntas.

P.S. #3

Nas lições iniciais (apresentação e influências) a tarefa proposta, além de redigir este texto inicial, é responder ainda a duas questões colocadas para reflexão:
1a:  Quais são as histórias de comida que quero contar?
2a:  Tem como objectivo contar a história das receitas da sua própria família ou de uma tradição e herança cultural?

inspiração e influencias.jpg

Inspiração e influências (fotografia Mafalda Carmona 


P.S.4

Transcrevo algumas citações para compartilhar convosco as experiências da autora do curso Sumayya Usmani:


-"(...) I believe you can never stop learning and you can never stop achieving what you really want."
-"I learned to cook not from recipes, but vicariously. (...) by watching, hearing and tasting, you learn without realizing. In Urdu, "andaza" means "cooking from your senses".
-"It's about trusting yourself and what you like, recreating the memory of a flavour by taste, touch and feel."


Para saberem mais sobre esta autora podem aceder ao seu canal podcast, ao Instagram e página oficial ou perfil na Domestika: https://www.domestika.org/pt/sumayyausmani 

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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