Ave Rara e Companhia...
Cotovia (MC)
...ou as improváveis famílias do coração... Ou a vida está cheia de clichés (assim como este post), Herman Josés e outros "parolos" iguais e super especiais.
Esta Cotovia não nasceu numa chocadeira, por isso o ninho foi partilhado em com-propriedade, ou sem-propriedade, por vários elementos, a chamada família. E nas famílias existem e convivem elementos muito distintos, uns são como a cotovia madrugadora, outros como o melro anunciador do fim do dia, ou como o rouxinol-pequeno-dos-caniços (que tem um nome maior do que o seu diminuto tamanho) nas suas atividades sazonais "pexitas" a partir do mês de Março à beira de água, e ainda muitos outros, cada um com um destino de vida mais ou menos linear.
rouxinol-peqeuno-dos-caniços https://pt.wikipedia.org/wiki/
Para animação geral de qualquer família, aparecem de vez em quando, as chamadas Aves Raras
Dignas de desenhos animados da Pixar tipo UP, um bocado excêntricas, um bocado sonhadoras, com imensa garra e pilhas com energia praticamente inesgotável, que viajam muito e conhecem todo o Mundo, fazem montanhas de coisas fantásticas e diferentes ao longo da vida e ainda tem tempo para encantarem com a sua espontânea alegria de viver.
https://www.cinema7arte.com/up-altamente-um-filme-altamente/
Há outras famílias, e para desafio intensidade 12 como os cafés, onde aparecem os cucos familiares, a extravasar o seu espaço para cima das outras crias, se necessário arrancá-las para fora do ninho, para se estatelarem perante a despreocupação do elemento tóxico e desestabilizador, e ainda assim, um cuco não é o pior que pode acontecer, existem muitos outros elementos que constituem desafios em escala crescente de intensidade.
Se pensarmos nisto podemos chegar a duas conclusões:
Em princípio não se escolhe a família onde se nasce, em segundo, não se escolhe a forma que cada um toma quando nasce.
Por mim sou grata a todos, porque uns me fazem apreciar ainda mais a presença de outros e me permitiram aprender lições valiosas para o futuro.
Como disse Herman José, no programa de comemoração dos dois anos de existência, "Primeira Pessoa", na RTP1, ( e em citação muito livre) desapegar das mágoas, do que lá para trás ficou, aprender e seguir em frente.
E, digo eu, e excluídas as devidas distâncias entre nós - se excluirmos o facto de terem chamado "parolo" ao Herman e obviamente além de vós Pessoas que aqui estão a ler mais ninguém faz ideia de quem sou- o ataque de fãzoco de Herman a um dos Monty Python, Jonh Cleese -que também não fazia ideia de quem o Herman era, podem ver aqui um artigo de opinião sobre este assunto por alguém bem mais expert - é uma coisa admirável, que só demonstra a humanidade por detrás das figuras de topo em cada área, com grande humildade e espontaneidade, o Herman também é uma Ave Rara Genial, muito à frente e super-inteligente.
Assim, fica demonstrado que basicamente a única regra será, como sempre, não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam a nós (bem que o Herman gostaria de ter na primeira fila o Sr. Monty Python com uma t-shirt de maior fã), nem permitir que nos façam aquilo que não lhes faríamos.
Além disso, e como diz o ditado,
"fazer o bem sem olhar a quem, seus perigos tem", portanto em certas ocasiões o melhor é mesmo escolher outro caminho e outras companhias e dizer " espera aí que já volto", (mas não), e tchauzinho.
Porque as companhias são as que se escolhem, e tal como na história do patinho feio, temos de procurar a família onde nos identificamos como iguais. Por isso, para descanso de todos os envolvidos, o cuco está bem no ninho de cucos e não no de uma família de pequenos piscos-de-peito-ruivo.
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/
Mas desde que se nasce até se ter asas para voar e autonomia para se escolher, e por causa destas diferenças incontornáveis, e tantas vezes tóxicas, em quase todas as famílias geram-se questões problemáticas, entre irmãos, ou entre pais e filhos, ou entre todos, que resultam no afastamento e mesmo corte radical de relacionamentos num dado ponto.
Por isso as quadras de Natal e Festas, não são passadas obrigatoriamente com quem a genética determinou, mas muitas das vezes com quem o coração escolheu, com quem a vida permitiu encontros improváveis e por aí foram ficando, cuidando, umas das outras. Não tem problema, não é melhor nem pior, nem mais nem menos.
É o que é.
Desde o dia 31 de outubro, dia de finados, quando alguns regressam ao ponto de partida, às suas origens na terra natal para prestar homenagem aos que já partiram, ao dia 1 de novembro, dia de todos os santos e pão-por-Deus, ao Natal, consoada e almoço com peru, bacalhau e polvo ou aquilo que o orçamento permitir, passagem de ano e dia de Reis a 6 de Janeiro, daqui para a frente, estas datas vão aqui estar para festejar, e, infelizmente , desesperar os que nada podem fazer e aguardam o dia de amanhã sem grandes aspirações mas com grandes preocupações, nomeadamente de saúde.
Por isso mesmo, para os que podem, para os que estão, se existe uma mensagem é a de que é uma excelente altura para qualquer coisa, para aproximações e afastamentos, para extroversão e meditação, para trabalho e descanso, para decorar árvores de natal ou para não o fazer, para fazer pontes e fazer inclusão, para dar apoio a quem precisa ou para comprar presentes e fazer presépios ou nem por isso ou para o que for, mas sobretudo para lembrar que a "vida é breve e uma passagem" onde o mais gratificante é poder ser o coração a determinar o rumo da viagem.
Em resumo, aproveitar para ser feliz e descobrir que não existe uma única fórmula ou receita, mas muitas, cada uma a mais adequada a cada um, porque "somos todos iguais mas todos diferentes".
Viver em paz e "respeito pelo próximo", aceitar as diferenças, sem impor aos outros a forma de cada um viver esta quadra ou qualquer outra, até porque todos sabemos que pode ser "Natal quando quisermos" e todos os dias podem ser passagem de ano, porque, embora cliché, "cada dia é mesmo o primeiro dia do resto das nossas vidas".
Boa 6a feira, bom fim de semana (prolongado se for o caso), e sejam felizes!
P.S.
Ainda há quem prefira passar esta quadra do ano solitariamente, em retiro, em viagens, em migrações para paragens mais quentes, a fazer tatuagens ou o que decidirem e as que decidem passa-las solidariamente. Cada um tem o seu sentido de missão e terá os seus motivos para passar como entender esta época.