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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

08
Nov22

Conde Drácula...


Cotovia@mafalda.carmona

Morcegos, estatísticas do blogue e criatividade.

  • Nem sempre a evolução vai pelo caminho expectável, às vezes envereda por rumos surpreendentes, por isso, o gráfico de visualizações do blogue da Cotovia e Companhia tem mais semelhanças com o voo dos morcegos e dos estudos de Leonardo da Vinci, ou das imagens usadas nas obras góticas de Mary Shelley (1797-1851), precursora da ficção científica, e está longe da aerodinâmica do surfista prateado de Jack Kirby (1917-1994), senão quando as visualizações ficam no zero. 

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A estatística apresenta uma linha fluorescente, e no caso, desenha aquilo que parece o voo de um morcego frenético num dia, ou antes numa noite, pois de dia estes mamíferos voadores espantosos e peculiares estão na sua paz, pendurados de cabeça para baixo, e pouco dados a movimentos, muito menos a algum que resultasse no frenesim da minha linha estatística. 

Do mesmo modo as ruas da baixa pombalina não têm, {contra a lógica do século XVIII}, centenas de carroças puxadas a cavalos, nem a problemática logística decorrente dessa atividade, mas sim veículos com potencia de muitas parelhas de cavalos invisíveis de eletrões, ainda em minoria mas a partir de 2025, parece, os únicos a poderem circular em virtude das problemáticas da (in)sustentabilidade do planeta no modelo atual.

As invenções sucedem-se, patenteiam-se, desenvolvem-se, até se compram, vendem e são cotadas na bolsa.

Por isso, nas coisas materiais há uma aparente ordem, e, embora complexa e até com certo romance e intriga, obedece a algumas normas, entre elas o registo da sua aparição no tempo.

Dou por mim a reflectir que, para as coisas pensadas e levadas à escrita, o processo é muito diverso.

A palavra escrita desde Gutenberg, é, literalmente, senão um mundo à parte, uma imensa floresta de muitas árvores, árvores com muitos ramos e folhas, das que se faz a pasta de papel, e depois os livros, e desde o século passado temos os zeros e uns, em carreiros de formigas, a subir por essas árvores, para escavarem nos troncos ninhos de palavras em formato digital, até a realidade e a imaterialidade se enxertarem numa nova espécie.

No presente, existe a exploração (palavra que quando usada para as explorações históricas do Ártico e da rota da seda, teria, certamente, outro significado), destas florestas, feitas por quem, sem plantar nem pensar reflorestar, chega e arranca tudo até às raízes, afirmando, de seguida: "-É meu". E mesmo todos sabendo que não, lá vão ficando os senhores exploradores com os lucros.

Noutra área com exploradores, a da botânica, ninguém se lembra de aparecer com uma margarida e anunciar ao mundo e à comunidade científica, "-É meu, e a partir de agora chama-se flor Mário Marmelo.", por exemplo, pois existe um certo pudor e sentido do ridículo perante o óbvio disparate.

No entanto, no mundo da escrita e da literatura muitos clamam suas, margaridas que não lhes pertencem.

Nessas coisas escritas, é recorrente um pensamento: "- Já li isto em qualquer lado." Tento perceber quem assina, para ver se o nome acende uma luzinha de correspondência, e, vejo a autoria ser assumida, num passado recente, sem a referenciar a quem de direito, muitas vezes séculos atrás, a pensou.

E penso eu: "-Isto de se tentar ser original tem muito que se lhe diga...". E mesmo com muitas reticências, tal como diziam os Rádio Macau, por vezes admito:

"um dia pensei pintar o céu de azul, mas azul já ele era, outro alguém teve ideia igual".

Agora por causa dos Rádio Macau, penso, temos o rádio, temos além da palavra escrita, a tradição oral, temos a palavra falada, as versões áudio das publicações.

Temos os podcasts, os filmes, documentários, o teatro e a música com as "canções" e letras, num mundo infinito de florestas de palavras, de natureza muito profícua. Temos, sempre, como base onde se alicerça tudo isto, os pensamentos, coisa invisível, e nem precisam de Gutenberg para existirem, nem para se materializarem nas obras escritas, de arte, de música, de dança, que por sua vez, geram emoções.

E surgem as questões:

Afinal quem são os autores? Seremos todos autores? Quem determina o que é, e o que não é original?

A imagem do "queijinho" do conhecimento humano aparece numa espécie de realidade virtual na minha cabeça: 1% o que sabemos; 2% o que sabemos que não sabemos; 97% o que nem sabemos que sabemos. Esta distribuição percentual mostra que andamos todos a repisar os 3% de conhecimento, mas mostra também que existe 97% de conhecimento por descobrir.

Portanto, afinal, a originalidade tem forte possibilidade de ocorrer, mais do que a falta dela.

Resisto à tentação de abrir duas dezenas de abas, ou mais, no pesquisador e vou buscar a enciclopédia. Espero encontrar respostas, e de forma resumida, sem muitos espinhos, pois o meu cérebro a esta altura já parece um Cristo, num verdadeiro calvário do conhecimento, atarraxado a uma coroa de santa ignorância.

Vamos lá: definição de 'autor'. Não, não encontro, passa de autópsia para avant-garde, e embora original, não é a definição que procuro.

Segunda tentativa, dicionário de narratologia, de Carlos Reis e Ana Cristina Lopes, 7ª edição da Almedina, cá está, índice de termos, autor, página 39-44! Tomo consciência da tarefa complexa, e terei de esmiuçar o texto para encontrar uma citação adequada, ou uma misturada de várias.

Assim, definição de autor, com Ó. Tacca 1973:

"a noção de autor pressupõe (...) um homem ( ou Pessoa, digo eu) estimulado pelo afã de criar e, sobretudo de ter criado.(...) A categoria de 'autor' é a do escritor que põe todo o seu ofício, todo o seu passado de informação literária e artística, todo o seu caudal de conhecimento e ideias (...) ao serviço do sentido unitário da obra que elabora."

Prossegue adiante com o conceito de 'autor implicado', além de conceito, é um excelente título para um policial:

"revela um 'segundo eu' (Booth, 1980) até o romance que não tem um narrador dramatizado cria a imagem implícita de um autor nos bastidores, seja ele director de cena, operador de marionetas ou Deus indiferente que lima, silenciosamente, as unhas", e neste ponto, antes de eu mesma ir à manicure, termino com (Lanser, 1981) "não só o 'conteúdo' da obra, mas também as suas estruturas formais [podem ser] entendidas como reflexo da opinião do autor".

Prossegue na Narratologia:

"O autor implicado corresponde assim a uma espécie de solução de compromisso, tentativa mitigada de recuperar para a cena da análise narrativa uma responsabilidade que não se confunda com a do autor propriamente dito". Para S. Chatman, 1981 (Pessoa com nome de homem gato) " o autor implicado "não é o narrador, mas antes o princípio que inventou o narrador, bem como todo o resto da narração."

Ou seja, concluindo e resumindo:

Definição de autor da Cotovia:

Pessoa criadora de obra original reflexo da sua opinião e vivência, expressa de forma direta ou velada, que admite um 'segundo eu' mas não um 'terceiro ele ou ela', vulgo plágio, destinada a formalizar-se numa obra narrativa única que é reflexo do seu passado, das ideias e informações literárias e artísticas referenciadas a si mesmo, pois é o criador do seu próprio universo e nele se recria num estilo próprio e inimitável. Como bónus, a Pessoa pode, ainda, limar as unhas descansada quando lhe apetecer.

@mafalda.carmona

Disse.

P.S.

Tal como a minha Pessoa Amiga, a mesma a sugerir os Monólogos, tirou o chapéu à excelência da arte e técnica do som, tiro também o chapéu a todos autores, neste caso com o chapéu de Alberto, o Caeiro, o heterónimo de Pessoa (1889-1935) o "guardador de rebanhos", que infelizmente deixa Pessoa em 1815:

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"E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz,

E quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,

Tirando-lhes o chapéu largo

Quando me vêem à minha porta

Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.

Saúdo-os e desejo-lhes sol,

E chuva, quando chuva é precisa,

E que as suas casas tenham

Ao pé duma janela aberta

Uma cadeira predilecta

Onde se sentem, lendo os meus versos.

E ao lerem os meus versos pensem

Que sou qualquer coisa natural-

Por exemplo, a árvore antiga

À sombra da qual quando crianças

Se sentavam com um baque, cansados de brincar."

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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