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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

08
Fev23

As cobras e as ervas daninhas


Cotovia@mafalda.carmona

  • Volta e meia aqui no blogue da Cotovia e Companhia "aparecem" (pois ao que parece cada um tem a providência que entende, incluíndo a divina, porque, para alguns o divino já não é o que era) várias escritas sobre primos, como a Gralha e o Pisco, e mais ainda sobre amigos improváveis como o Sr. Salmão, a Srª. Toupeira, a Srª. Formiga, o Sr. Elefante entre outros como o afável Sr. Porco.

Hoje, (e o uso desta palavra é no sentido reforçado do "carpe diem" ou como disse António Feio, não deixar (mesmo!) nada por fazer, nada por dizer, Hoje!

Não num futuro hipotético, mesmo se esse futuro parecer próximo, pode não chegar, e a única coisa garantida é (mesmo!) este !Hoje!

E neste que é o 51" post da Cotovia e Companhia, vou refletir sobre as vidas do Sr. Melro e da Srª. Cotovia.

Os melros, com o seu canto tão melodioso, audível no final da tarde (mas não só), quais rouxinóis do ocidente, sobrevivem e prosperam.

Enquanto isso, as cotovias, aparecem e desaparecem, sempre muito atarefadas, e o seu canto é apenas audível para os madrugadores. São tão esquivas que quando avistadas raramente há tempo para registar o momento. Pela sua capacidade de se elevarem muito rapidamente no ar, ou com brusquidão se deixarem cair, representam, para os Gauleses, a incapacidade de serem perseguidos e a vitória sobre os elementos(¹). Quanto ao seu canto na manhã é, ao contrário do melancólico melro, o canto da alegria... e talvez por isso as avistemos cada vez menos (as reais e as metafóricas).

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(¹) Artigo mito-literatura-e-folclore-cotovia blogue no Sapo "Vida Magia"

Assim, pus-me a pensar na vida dos melros e das cotovias, não como Shakespeare (ou talvez um pouco na sequência da cotovia anunciar a madrugada e com ela a separação de Romeu e Julieta, e não faço grande spoiler ao revelar tratar-se da separação pela morte) mas porque são facilmente observáveis, e, a propósito de cotovias e melros cheguei a duas conclusões (ou talvez mais, já se vê...):

1ª.) Em relação à cotovia, "não é por muito madrugar que amanhece mais cedo";

2ª.) Em relação ao melro, "a melhor defesa é o ataque" e "a união faz a força".

Pois serão três ditados populares, como sabemos, porque "não há uma sem duas nem duas sem três".

Será? Será que os ditados populares fazem sentido? E a observação do comportamento das outras espécies permite-nos obter dados suficientes para chegar a conclusões sobre o comportamento dos seres humanos, ou são extrapolações?

Veremos (ou nem por isso) neste monólogo da Cotovia.

Vamos por partes, começando pela observação do comportamento dos melros.

Constato que onde há um melro, há sempre mais outro, no mínimo.

Outra constatação é que são extremamente ciosos do seu território. Sempre a bicar na terra, ainda têm tempo para se porem em posição de agachamento em andamento (não sei se o fazem para serem mais rápidos e furtivos, ou por alguma consideração aerodinâmica que só os melros conhecem...), para irem correr com os pardais (não no sentido de um treino para a meia maratona das aves, é correrem com os melros dali para fora). Esta é uma tarefa difícil porque os pardais se apresentam em bando, e, quando se levantam uns de um lado, logo outros estão no outro, tanta agitação acaba por saturar o melro, que fica num rodopio para trás e para a frente, e não há técnica furtiva, ou aerodinâmica, que resista.

Com os piscos, os melros são mais tranquilos, eventualmente não concorrem pelos mesmos petiscos, nem locais de nidificação.

Agora com as rolas, embora a participação destas seja diminuta, os melros fazem autênticas exibições de técnicas de voo dignas de batalhas campais, qual gato nos quintais em noite de lua cheia, só que de dia, embora não contagiem o comportamento das rolas, que se mantém imperturbáveis, como pássaros comportados e muito calmos, continuam lá na sua vida de rolas amorosas, e maioria das vezes só vêm beber água (a fazer lembrar as histórias da avó C. das rolas-meninas que se escortanhavam, parece que o termo correcto é escortinhavam, segundo o iscte - iul.pt, todas nos tanques de lavar roupa, talvez mensagem feminista que a avó C. tentava transmitir, de modo subliminar, pois na época as senhoras comunicavam com um código mais secreto que o "Codigo da Vinci" de Dan Brawn, mas isso tem de ficar para outra altura e outras investigações) e, por isso, depois de tentarem fazer pressão passiva, insistindo um pouco para tentar passar as defesas do melro, enquanto este dá piruetas malucas no ar em acrobacias frenéticas (e de certo desgastantes) as rolas desistem, e levantam voo na vertical, naquela sua forma característica como se tivessem a certeza de ter todo o tempo do mundo ( não estarão preocupadas como eu com esta questão do... Hoje)

Coisa extraordinária, observada num certo dia no quintal, um casal de melros (a confirmar, como disse, que quando há um melro há sempre mais outro) a defenderem o seu espaço aéreo de...um...corvo!

A coisa deu-se mais ou menos como na lengalenga do chinês:

Eram três, dois melros e um corvo, o corvo mais audaz lança-se em voo e zás trás! Mas pensam que o corvo os venceu? Nah, vou contar como foi.

Foi assim:

Os melros juntaram-se os dois, em voo directo com os bicos na frente para chegarem primeiro e mais rápidos, ou lestos, a esbravejarem e a baterem as asas, enquanto bicavam o corvo, que sem perder tempo nem olhar para trás se pôs em fuga. Os melros, com um terço do tamanho do corvo, mas como o tamanho não interessa nada, que o diga o "Tomy", o Cruise claro, também nas suas peripécias pelos ares em aventuras cinéfilas, lá foram a escoltar o corvo, um de cada lado, tal qual caças F-39, até ao limite do que consideram o seu território, a cerca de uns, valentes, 100 metros de distância do ninho.

Conclusão, manter uma atitude vigilante para defender o território, é cansativo mas efectivo.

É a chamada "Guerra da Paz" como no título de um livro de Vernor Vince, escritor de ficção científica, lugar onde deveriam ficar todas as absurdas (estúpidas e destrutivas entre outros adjectivos, como se já não fosse tragédia e sofrimento suficientes os provocados por cataclismos naturais, terramotos, maremotos, incendios e pandemias) guerras da actualidade, já que nas passadas em nada podemos interferir, e nem sequer inferir factores dissuasores de novas guerras.

Em ramificação desta primeira conclusão poderemos ir buscar um ditado muito popular (desculpem-me as cobras e víboras), "às cobras e às ervas daninhas, cortam-se as cabeças quando são pequeninas"... Ou seja, enterrar a cabeça debaixo da areia como as avestruzes, ou fazer de conta que não se está a passar nada, não previne mal nenhum (nem na guerra, nem na saúde, nem, já agora, nos relacionamentos).

Para reagir a qualquer situação, é agir com pro-atividade, desde cedo (para isso tem de haver atenção e informação), prevenir com práticas saudáveis e assertivas mas eficazes. E porque "uma única maçã estragada pode dar cabo de uma cesta inteira", consegue-se, através da união, resolver atritos e correr com aqueles que querem por a pata, no caso, o bico, em ovos de ninho alheio. Sejam os melros, sejam os pardais, que unidos e apesar de em desvantagem inicial, ganham a força necessária para alcançar a segurança da Paz.

Chegaremos ao ponto evolutivo enquanto Humanidade de a Paz se fazer sem guerra? Nessa altura escreverei novo monólogo sobre o tema (ou outra cotovia resistente que esta não fica para semente nem matusalém).

Por agora concluo que a resistência e a união é a opção para impedir e travar a caminhada para a extinção, da humanidade, das cotovias e do planeta.

Viva a resistência!

E já agora, como remate final, "quem com ferros mata, com ferros morre." no sentido de que "quem anda à chuva molha-se." e também, infelizmente, "uns comem os figos, outros rebenta-lhes a boca." e, "pelo pecador paga o justo.". E ainda, não contem comigo para alinhar no provérbio  "pimenta nos olhos dos outros é refresco." pois se puder impedir não ficarei de braços cruzados, perdão, asas caídas, e até os F-39 ficam de asa à banda, que isto na vida " tão culpado é o que vai à horta como o que fica à porta."

02
Fev23

Quer um cafezinho?


Cotovia@mafalda.carmona

Ou a "sui generidade" das profissões e a dificuldade da sua definição

  • Sempre existiu, e continua a existir, uma enorme dificuldade em encaixar determinadas profissões na normalidade. De simplificar a explicação das suas características e funções sem ser redutor. Ou mesmo de as aceitar enquanto profissão.

O que é o caso da definição de profissão para quem negoceia em café e cacau, produtos de produção inexistente no nosso país e por isso quando comercializados obrigarem a importação.

Blog-Bongusto.png

Imagem de artigo publicado aqui sobre os diferentes tipos de café. 

No caso do café, desde o seu comércio, às enormes chávenas de louça servidas a quase todas as refeições lá em casa, poderemos mesmo chamar-lhes malgas, do pequeno almoço, bem cedo, entre as 6 e as 7 da manhã,  à pequena chávena de café depois do jantar, com café claro, límpido e bem quente, assim como o cheiro do café e a sua inclusão como ingrediente em bolos e sobremesas doces, são as memórias mais características que guardo do meu pai.

Ontem, dia 1 de Fevereiro, em 2017, o meu pai deixou-nos, à sua pequena família, para iniciar um outro caminho, onde eventualmente, nos iremos encontrar algures no futuro, nesse que é o caminho desconhecido, mas o fim de todos nós, nesta forma de existir na Terra.

Inevitavelmente a data avivou recordações e entre elas, esta do café, pois o assunto do café e do meu pai, era sempre motivo de alguma crispação nos primeiros dias de aulas, quando tinha de responder (e era mesmo por obrigação) ao questionário do aluno, onde as perguntas incluíam a profissão e ou ocupação do encarregado de educação.

Quando a resposta incluía a exportação e importação de café e cereais, invariavelmente o professor ficava a olhar para mim como se os grãos de café aparecessem descascados, torrados directamente do cafeeiro para a sua cafeteira de casa ou na bica no restaurante a seguir ao almoço, sem passar pelo processo de colheita, compra, torra, armazenamento em silos ou enormes gares, compra, exportação em cargueiros, nova armazenagem (se não azedassem no transporte ou em qualquer outra fase deste longo processo), venda, empacotamento, venda, distribuição, superfície comercial, prateleira, venda, professor, compra, cafeteira...

Todos os anos eu renovava a minha fé num resultado diferente perante a minha resposta. Nada. Mais do mesmo. Ficava atónita.

Pensei em mudar a resposta e experimentei o "comércio de café e cereais".

Então, a confusão passava por o Sr. Professor pensar que quem negociava em café e cereais seriam apenas os donos do café ou da padaria... Sei que nessa altura, pré união europeia, ainda não se passavam dias inteiros em Bruxelas a negociar as quotas e preço tonelada da banana, e da banana da madeira versus as vindas de outras latitudes, mas, mesmo assim, o desconhecimento do básico ( o bê-a-bá ou, como dizem nos United States o 1-0-1) do comércio era, no mínimo, intrigante.

Também me causava estranheza a insistência, do.. "Ah, tem um café?"

Não senhor não tem café nenhum. Comercializa café, para isso tem de contactar os produtores, marcar deslocações, ter uma amostra, para ser torrada, até existe um kit portátil para poder fazer essa tarefa no local e permitir a prova da amostra, coisa complexa, avaliar o valor da produção, os gastos de transportes, navios, silos e armazenamento, e por aí senhor professor, que só falta chamar ao Gengis Khan e ao Marco Polo, e antes deles aos fenícios e a todos os outros, condutores de veículos, ignorando toda a parte histórica, comercial e cultural que através desta atividade permitiu que a civilização se desenvolvesse...

Insisti e resisti em desistir e noutro ano dei outra resposta: "comerciante". De quê? Pergunta o professor. De café e cereais... Ah, tem uma mercearia? Não não tem. Trabalha em exportação e importação. Next. Passávamos para um outro colega de turma, que aqui já se percebeu que não se percebeu.

Ajuda preciosa para o esclarecimento de como funciona a indústria do café foi dado pelo Sr. Clooney, o George.

Infelizmente, ou felizmente, já não estava a frequentar o ensino secundário (o 2°/ 3° ciclo). Mas, mesmo se à posteriori, foi o início da época da luz, do esclarecimento, agora todos podiam ver como este processo se dava, desde o cafeeiro, passando pela produção, colheita (safra) e distribuição sustentáveis até chegarmos ao "What Else?".

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 Nespresso, campanha publicitária com George Clooney. 

O marketing (outra nova profissão que em tempos de chamou "publicidade") é de facto uma coisa extraordinária.

Apresenta aquilo que estava a vista de todos de um modo tão apelativo que transmuta as pessoas, coisas e as situações em outras pessoas, coisas e situações. Entre a publicidade e a propaganda vai um passo, e maioria das vezes não se consegue distinguir até quão longe, ou perto, da realidade nos levam as imagens e discursos. Ao ponto de nos fazer esquecer a origem e verdadeira natureza do que se nos apresenta, ilude através de imagens a prometer vidas e produtos perfeitos, mas por outro lado, todos sabemos o que é marketing.

Assim, se fosse hoje, provavelmente, a minha resposta seria compreendida, graças ao George Clooney poder beber o seu cafezinho onde quiser e "What else", ou no caso "Whatever" como resposta ao Sr Professor se ainda assim insistisse em não perceber.

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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