- O título deste post parece uma previsão dos números para o totoloto, e, se forem estes os números do sorteio da próxima quarta-feira, algo vai mal!
Mal-me-quer foto de Mafalda Carmona
Afinal o que se passa aqui, é que a Cotovia está a fazer um curso de poesia do poeta e escritor Ben Clark, coisa que está a fazer de forma muito lentificada, pois dá-se o caso de as asitas não estarem habilitadas para estes "enormes" voos, muito exigentes e mais adequados a outras espécies como as águias, gaviões e assim pássaros de porte para o grandote.
Mas, como nada pára esta Cotovia, haja saúde, lá vou devagar devagarinho fazendo os módulos e os exercícios propostos.
Comprometi-me a partilhar aqui o que for possível do meu percurso (no curso), sem faltar ao respeito devido ao Sr. Professor Ben, nem divulgar informação "sensível" do curso atentando contra o trabalho e conhecimento do senhor professor, autor do curso e dos materiais disponibilizados na plataforma onde colabora.
Foi assim que surgiu o "Meio Século", publicado ontem, sendo o segundo exercício do curso.
O primeiro foi escolher qualquer texto, poema, letra de música do agrado da Pessoa. Nesse caso escolhi a letra da música "Spirit" dos Waterboys. O segundo foi escolher 10 palavras com as quais nos identificassemos e com elas fazer uma apresentação em forma de poema, ou aquilo que entendessemos, para a partir daí, estudarmos as diferentes matérias.
Fiz a partilha dessa apresentação e recebi com muito alegria os vossos comentários, Pessoas!
Todas vós me levaram a reparar em fatores que podiam ser melhorados, e se bem que o Sr Professor Ben tenha falado nos poemas em formato Haiku, ainda não estou preparada para em 3 linhas conseguir usar 10 palavras de modo a fazerem sentido.
Assim, reescrevi o texto, tendo em atenção aquilo que intuí nos vossos comentários.
Os pontos em que trabalhei o poema inicial foram sobretudo a escolha das palavras para obter associações menos comuns (cliché, banais, frases feitas...difícil) ao mesmo tempo que expresso as ideias e sentimentos de forma precisa, com correção, o tal equilíbrio entre a razão e a emoção, e a métrica da rima, por isso tive o cuidado de usar rima consonante alternada com rima dissonante, e tentei ao máximo que tivesse versos de 10 sílabas métricas (parte complicada, agora é que percebi o que tenho uma pronúncia estranha e a minha cadência não ajuda a divisão), bem como a estrutura que alterei para 7 quadras para tentar melhorar a dinâmica. Eliminei os algarismos que aparecem agora apenas no título (notei uma certa perturbação no 100).
O exercício seguinte será manter o espírito do texto, do tema e da mensagem, mas escrever o poema nos diferentes formatos de soneto, sistina, haiku e villanelle (?!) Se a Cotovia esticar a patita de exaustão e frustração ficam claramente informados sobre as razões do colapso...
E se isso acontecer, a culpa além de morrer solteira, é, também do sudoku, pois não consigo fazer um para amostra, e como é preciso exercitar os neurónios e os circuitos cá dentro deste cérebro, vamos fazendo estas experiências poéticas, tentando manter a alegria inicial deste processo de aprendizagem, enquanto testo a vossa paciência... e a do professor!
Ainda assim, como auto-critica de pontos fracos, sei que poderia apresentar mais ousadia em termos de vocabulário ou formato, que é tradicional, com estrofes de quatro versos, mas não perdem por esperar, nem eu que ainda não percebi que é isto da sistina e villanelle que só me remete para a Cruelle de Ville e seus 101 dálmatas, por isso não sei se a Sistina não será a ajudanta do mal da Cruela, e fiquei apreensiva em relação aos módulos seguintes.
Assim hoje partilho a versão "atual" do "Meio século" ou "50+4 =68" ou rebatizado:
50 e 4 {Cinquenta e Quatro}
Nasci em 68 nos tempos de revolução,
Cinco décadas se passaram, desde então.
Entre prisão e liberdade, foi esse o destino,
Com profissão e maternidade, fiz o caminho.
Agora, sou feliz, dia a dia como cotovia
Refletir e viver em comunidade com alegria.
Onde paz, amizade e partilha dão o mote,
O entusiasmo marca cada uma das vozes.
A vida é uma canção, e a cada dia,
Há nova nota e diferente harmonia.
Tem eco e toca em cada coração
Celebra a nossa humana condição.
O tempo passa, mas aqui fica a memória
Que permanece viva, e conta uma história.
Um legado deixado para futuras gerações,
Terão depois as suas próprias evoluções.
Com sorte, aprenderei a ser mais forte,
A transformar os desafios em suporte.
Sigo em frente, pelo tempo que Deus quiser,
Com a coragem de quem sabe agradecer.
O futuro é incerto, mas isso não me cala,
Viverei cada momento, sem perder a fala.
Com muita determinação amarei... felizmente
A morte é a conclusão, até lá, é... Presente!
Porque o presente é a vida que se gasta,
E é quem está, e o amor que se renova.
É estarmos juntos a cada dia que passa,
Para construir a nossa futura esperança.
Mafalda Carmona (28/03/23)
P.S.
Esta foto é para a Srª Presidente do sindicato de que, honrosa e voluntariamente, sou Vice, para se atualizar a foto do cartão em condições! (nota: fotografia actualizada em Outubro 2023)