Vitória
Poema {@mafalda.carmona}
Cotovia@mafalda.carmona
Vitória
Se eu tivesse nascido ontem,
Porventura não seria eu, seria outra.
Far-me-ia anunciar como pesada Patorra.
Assim sou leve, vou devagar e com cautela.
Medindo o terreno, ocultando o caminho,
Iludindo os sinais que levam ao ninho.
Marco passo na alegre madrugada,
Visto a pele da singela Cotovia.
Se em voo rasante escutaste o grito,
Foi porque no chão escavaste vil artifício.
A coberto da noite engendraste torpe canção,
E pela manhã te encontrei em tão fútil traição.
Quem de baixo me quis enganar ficará aflito,
E quem do alto me amar, irá voar comigo,
Será até às estrelas que te darei abrigo.
Com lealdade te chamo meu amigo.
Venho de cima, tenho um presente,
De um passado livre que é recente.
Que desconheces, é a Fraternidade.
Se quando olhas para ti não a sentes,
É chegado o tempo do teu chamado:
Abraça a vida, o céu, e a boa vontade.
Perdeste a guerra, ganhou a verdade.
Estás condenado à partilha da felicidade,
Lembra-te do meu nome, é Liberdade.
Mafalda Carmona 03.03.23