Galáxia
{Soneto Alexandrino}
Cotovia@mafalda.carmona
- (1) A fotografia que acompanha este postal da Cotovia é lindíssima, inspiradora e da autoria do Fotógrafo X, bloguer do SAPO Blogs, autor do blog "Memória Fotográfica".
Como é frequente aqui no SAPO, as leituras e fotografias que os bloguers partilham nos seus cantos, geram outras partilhas, e são inspiração para outras palavras, reflexões, escritas, pensamentos, numa dinâmica muito própria deste espaço e comunidade, uma das melhores características que aqui encontrei é esta saudável atitude de troca de experiências, bem como a generosidade e apoio entre todos.
Aqui, foi esta flor de mimo-de-vénus, mais especificamente um pormenor da flor, a inspiração para o poema deste postal da Cotovia e Companhia, "Galáxia" em https://memoriafotografica.blogs.sapo.pt/mimo-de-venus-43363
Assim, início este postal com um agradecimento ao autor pela sua partilha das imagens, que por várias vezes inspiraram a Cotovia a escrever poesia.
E porque, como diz o ditado, "quando há primeira poderá não haver segunda, mas se existirem duas serão então muitas mais", ou algo semelhante em sentido pois as interpretações da Cotovia no que diz respeito a ditadados populares e adágios são muito particulares, será esta a quarta vez que tenho a possibilidade de ilustrar um poema com uma fotografia do Fotógrafo X, depois da "Flor II", "Apis mellifera" e "Flor", inpiradas nessas imagens, fotográficas, que despoletam outras imagens, escritas, em poesias, algumas em formato de soneto, tal como esta "Galáxia", desta vez em verso alexandrino, e estou convicta que pela vontade de fazer justiça à bela fotografia, será um alexandrino em condições, espero eu... E espero que gostem!
Galáxia
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Vive dentro de mim a terra do escrever
Congeminada aqui no virar de uma página,
Que não é de papel mas quem lê imagina,
Uma constelação onde me vou perder.
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Tem vida por si só, livre e atrevida,
Criativa e veloz, longínqua como Andrómeda,
Um órgão talvez, com música de seda
Delicada alteza de vermelho vestida.
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Feita para espantar com clamor e paixão,
Em sublime explosão de galáxia viva,
Difícil de encontrar, fugaz revelação.
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Ecos de um herói alexandrino incerto...
Que outro senão o verso do dragão,
Traz tamanha emoção em forma de soneto?
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Mafalda Carmona
24.07.23 | hr. 07.18