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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

15
Mar23

Poeta...

Publicação original 28nov22


Cotovia@mafalda.carmona

Quem sou?...Sou Poeta?

 

Ou antes, sou poetisa? Não...

Escrevo versos, coisa diferente.

Inventei outras coisas

nos verdes campos da edificação.

Há arquiteta ou arquiteto sem peso?

Não! As criações como vão?

Nem sim, nem não,

triste envolvente, a da solidão.

 

Andei com os dois pés,

no barco da educação.

Dedicada inventei fichas.

Muito aprendi então,

em relatórios de auto-avaliação.

Se fiz o bem?

Espero que sim, mas...

Dizê-lo não é para mim.

 

Se agora querem que permita,

que me ditem como vivo,

se ando, nado, ou voo,

se vou a pé, de carro, ou de barco...

Se querem que admita,

vendas nos olhos, coletes ao peito,

pesos nos pés, bico calado...

Não! Nasci em Liberdade.

 

Agora com entusiasmo,

nesta etérea descoberta,

voo com as palavras, leves,

livres, sem compromisso.

Sem prejudicar a natureza,

nem espécies, nem o planeta.

Escritas no verso de folha reciclada,

ou em matéria digital e virtual.

 

Empurrá-las por aí.

Irem onde lhes der gana,

surpresa de ver onde chegam.

Lê-as quem as quiser.

Se sei fazê-lo? Não creio...

Se me divirto? Sim!

Tal Benjamim, começo pelo fim...

Vivo, só agora, livre, enfim!

 

Nascemos poetas,

só é preciso lembrá-lo...

Saber é quase tudo.

Sentir é o Mundo.

 

de Mafalda Carmona 28Nov22.

Este meu poema, de que gosto muito, escrito em 2018 assim como a ilustração digital, no resultado de um postal poético, que lhe faz companhia, quando comecei a escrever aqui no blog, já na altura com muita vontade, tão grande como a falta de conhecimento,  de escrever, e escrever poesia. Será o  ponto de partida para o curso da Domestika de Poesia de Ben Clark, poeta, tradutor e professor de escrita criativa. Já comecei o curso uma meia dúzia de vezes desde que me foi oferecido, pode ser que seja desta.

O objetivo é após o curso, desenvolver um poema bem estruturado, e que, em teoria, reflita as aprendizagens feitas no curso.

Vou partilhando aqui o que for possível, mas desde já parece-me que o Ben é um poeta de grande sensibilidade, e como professor, generoso na partilha de conhecimento.  No conteúdo do curso, a unidade 3, "O jogo de fazer poemas" é o que maior curiosidade me suscitou.

Vamos ver como corre!

Sou poeta Poesia.jpg

17
Fev23

Olá Alegria e Bom Carnaval!


Cotovia@mafalda.carmona

Ou como a "galinha da vizinha parece (mas não é) melhor do que a minha"

  • A propósito da alegria associada a esta época carnavalesca, que em Sesimbra é festejada em grande, com participação de todos os de cá e dos que quiserem vir foliar, desde a semana passada com os trapalhões, a noite de sexta feira e sabado, domingo pela tarde, até ao desfile dos palhaços na segunda e o grande desfile na avenida na terça,  republico um monólogo da Cotovia.

Bom Carnaval para todos, e haja alegria!

 

Andava eu na minha vida, por aí esvoaçando (gerúndio muito pouco querido a Stephen King, mas o autor não deve conhecer nem o Alentejo nem o Algarve, senão percebia a sua abrangência e complexidade existencial como um destapa olhos para o Senhor Mestre do género da escrita de terror), quando ouvi o seguinte comment, ao vivo e a cores, em direto, proferido por alguém, anónimo para o caso, em relação a um grupo de pessoas que se manifestavam de modo alegre e expansivo...

"- Parecem umas galinhas".

galinha coco.JPG


Não foi a primeira oportunidade de registar a ocorrência deste comentário.

É recorrente. Em sentido pejorativo.

Por anónimos, só que não. E por um personagem saído de um dos 60 romances e 200 contos de Stephen King, tal o horror, só que não.

Obviamente existem "Aqueles" locais propícios à seriedade, à reflexão, à tristeza, locais para estarmos sossegados e não perturbarmos o silêncio necessário às atividades aí desenvolvidas, das bibliotecas, aos locais de trabalho passando pelas morgues, velórios, consultórios, hospitais e outros mais. Normalmente, alguns onde exista ou persista dúvida (dúvida essa geralmente agudizada pelo desassossego da espera prolongada para além do ponto da cãibra), como os cartórios e lojas do cidadão, até têm uma sinalética a indicar essa regra, não vá algum de nós estar mais irrequieto e sem capacidade de concentração ou distraído.


Era este o caso, e estivesse o grupo alegre num desses locais, e a regra poderia aplicar-se, só que não.

E mesmo se fosse inapropriado, existem modos cordiais e civilizados de uma pessoa se dirigir a outras pessoas para indicar seja o que for. A violência verbal é ilegítima, como qualquer outra violência, só que não. Por isso, a violência persiste e existe em maior grau quanto menor o grau do exercício da cidadania.

Pergunto eu, a alegria é ato vergonhoso e criminoso?

E o que justifica as pessoas serem logo ali "zurzidas" em impropérios e desdém, em agressão verbal, só por falta de lembrança do agressor ter trazido a vara de marmeleiro, ou uma marreta, para lhes acertar uma valente cacetada e passar para a agressão física? 

 E como, pergunto eu também, que neste momento sou a única a fazer perguntas (mas vocês Pessoas podem também perguntar e responder, "mi casa es tu casa"), é possível alguém se sentir ofendido e reagir com agressividade perante uma demonstração pública de alegria ou vivacidade?

E, ultima questão, não há final para a ditadura da seriedade compulsiva, pior do que o serviço militar obrigatório (só que não), e ser decretada a reforma permanente do "muito riso, pouco siso"?

Mas não são apenas as galinhas as visadas, ele há comparações pejorativas com outros animais, e até inanimados.

Do "teimoso como uma mula" ao "surdo que nem uma porta", há uma panóplia ofensiva sem fim,  que para além de ser, no seu geral e em particular, muito pouco científica ou comprovada, ainda por cima revela, além da óbvia falta de educação, um primitivismo para lá da Idade da Pedra.

panóplia.JPG

fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/

Estamos, mesmo para os mais céticos, fora da Idade da Pedra, e, é mais fácil perceber a probabilidade real de termos saímos do Paleolítico, do que a de nos sair uma casa, ou títulos do tesouro, por mais participações ou e-faturas que registemos.

film.JPG

Estamos, aparentemente, no Antropocénico, (ou no período Antropoceno ou ainda historicamente no contemporâneo- embora contemporaneidade desde 1789 me pareça super longuinquo, mas os estudiosos é que sabem- ou e- informático ou tecnológico ou espacial o que seja) e apesar do que lhe chamemos (e da controvérsia neste assunto), o que o resume é estarmos na parte em que passou a existir uma única espécie que determina a vida na terra, a humana. Ou seja, a Natureza "natural" manda muito pouco e a "natureza" humana manda quase tudo e demasiado.

antropocene.JPG

"Humans go from being participants in the whole earth to being a dominant feature, dominating the oceans, the lanscape, agriculture, animals. (...)"

Por isso não há desculpas, nem podemos culpar os dinossauros, deixemos lá os apedrejamentos para a parte sanguinária da história da civilização, digna dos compêndios de história e do antigo testamento, e também incompreensível prática ainda nos dias de hoje, onde e quando não existe constituição, república, democracia ou direitos.

Parte em que não estamos, graças à dupla da Revolução dos Cravos do 25 abril de 1974 e do 25 de Novembro de 1975.

E, não foi ontem, já tivemos bastante tempo para praticar, e, era suposto termos adquirido alguma capacitação.

Desde aí, estamos e vivemos num regime de Liberdade, temos direitos (e obrigações, nomeadamente o dever de fazer prevalecer essa mesma liberdade), igualdade, de género, religião e expressão, fraternidade, em democracia, estamos mesmo naquela parte onde podemos escolher ser quem quisermos.

E se podemos ser quem quisermos, escolhamos ser gentis, e deixemos em paz as galinhas, não sejamos cocós e tentemos contribuir para que os que nos rodeiam também não o sejam.

O fim do mundo duvido que se amedronte ou assuste com caras sisudas, as chamadas carantonhas!

Para isso já temos os "caretos", neste caso os de Lazarim que tinham alguma utilidade.

De resto...Cara alegre sempre que possível, e desde que não estejamos a viver um dos momentos referidos onde a natureza é tristeza, sejamos felizes!

Ou pelo menos tentemos não ficar ofendidos com a felicidade alheia!

450px-Carnaval_de_Lazarim_03.jpg

"Em Lazarim celebra-se o carnaval, que é considerado o Entrudo mais tradicional de Portugal. A festa é caraterizada pelos Caretos, cortejo etnográfico, e testamentos satíricos, numa licenciosidade vinda de tempos em que tudo era vivido em clandestinidade, confrontando a autoridade institucional e religiosa vigente, os caretos usam máscaras de madeira de amieiro com fisionomias de traças zoomórficas."

 

 

15
Fev23

Olá e viva a Democracia!


Cotovia@mafalda.carmona

  • A vida desta Cotovia é uma coisa engraçada, ou mágica, ou trágica ou banal e normal ou todas as anteriores, não sei bem. Seja como for, estamos na beira de uma coisa controversa, e que está a acontecer aqui no blogue da Cotovia e Companhia...

Pois vejamos, uns poucos dias depois de afirmar que este blogue tenta ter uma politica de "política free", e que, de preferência não escrevo sobre política aqui...

Aqui estou para fazer isso mesmo.

Como sempre, é o título deste post a dar o mote, pois além de estarmos num sistema democrático, o blogue é meu e portanto escrevo, com esta asinha que a natureza me deu, sobre o que entender. E, não estarei a dar uma informação difícil de confirmar, se disser que esta é a primeira vez que faço este voo declaradamente... político.

Como cada acção tem uma causa, a causa deste post, que não é um monólogo, pois trata-se de uma "carta aberta", ou "comentário aberto", cujo conteúdo é uma resposta a um outro Blogger do Sapo, neste caso o Z. Z por nenhum motivo especial, apenas Z, de Zulu como no alfabeto fonético, por exemplo, ou Z de Zoo. Dá-se o caso de a Cotovia ter colocado uma questão, política, na sequência da leitura de um post nesse blogue, e, ter obtido uma resposta. Resposta essa que mereceu a melhor atenção da Cotovia, que afanosamente, e de modo empenhado, elaborou uma resposta para submeter no blogue do Z. 

Pois dá-se ainda o caso de após ter escrevinhado, ou seja teclado, no écran do telemóvel, revisto os erros de ortografia, gramaticais e lapsos do amigo (inimigo) corrector, quando carrego no botão do "comentar"... Nada. Após várias tentativas sem conseguir submeter o comentário (pensando sobre isso, provavelmente excedi o limite razoável de palavras para um comentário, admito, não sou minimalista) pensei, ora esta?! Então e agora?!

Agora é um copy-past e vou publicar no meu blogue e espero que a resposta chegue ao seu destinatário e de caminho a todos os que por aqui passam...

Até porque, já o disse Saramago, o José, e nomeadamente escritor Prémio Nobel :

"O blog vai iluminando o caminho do seu autor, é essa a sua virtude."

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in O Caderno, José Saramago, Porto Editora, FJS, Biblioteca Municipal de Sesimbra 

Um "à parte", lá por 2017, no outro espaço onde também escrevinho umas coisitas, no Facebook, por causa de uma manifestação de opinião política como esta, fui "desamigada" por uma meia dúzia de pessoas, mas mesmo assim, ou mesmo por isso, vou definitivamente seguir em frente, e continuar com isto do expressar a minha opinião, "santo" LMM me valha, aqui vai:

"Olá Z., antes de mais obrigada pela sua disponibilidade para o diálogo. Naquilo que escreve, de facto, e apesar de não ser uma aula de história, relembrou-me a minha professora mais querida, que leccionava a minha cadeira preferida, (ou que passou a sê-lo depois da Professora) História. (falei da Professora L. num monólogo anterior sobre os descobridores e os achadores.)

Preferida porque me ensinou muitas lições, pessoais, culturais e obviamente de história (ou aquilo que foi a minha interpretação do que foi leccionado).

Lição pessoal foi a de que conseguimos conciliar os estudos e o saber ao longo de toda a vida, com ou sem filhos, família, amigos, trabalho, pois o saber e aprender é uma necessidade básica, faz parte, como respirar. Não se pensa vou respirar daqui a meia hora ou amanhã, não. Tem de ser em continuidade. Assim é o saber e aprender segundo a Professora L. e eu concordo e subscrevo.

Depois a questão da verdade.
A verdade transmitida historicamente não é a verdade absoluta, existem lacunas de informação, perdida ou omitida, e pela impossibilidade da nossa observação directa, não estávamos nem podemos estar presentes em todos os acontecimentos históricos, portanto o que existem são versões da história. Podemos, inclusivamente, observar como as pessoas presentes num determinado evento retiram dele "versões" tão diversas quanto a individualidade das suas personalidades, até mesmo no âmbito familiar. E assim é, também, na esfera da história, dos acontecimentos sociais, civilizacionais, culturais, religiosos, onde a capacidade de observação é atingida pelo chamado viés, e consequentemente as conclusões que daí resultam não são universais nem transversais.

Falando da democracia.
Logo no início do estudo da disciplina de História, que se repetiu na Universidade na disciplina de História de Arte e Arquitetura, a Grécia é apresentada como o berço da civilização ocidental, e com ela a invenção da democracia, assim como do direito, da arquitectura e urbanismo, artes, filosofia, ciência, matemática, um legado imenso que perdura até Hoje. Portanto, os princípios da democracia tiveram aqui, digo lá,  na Grécia antiga, a sua origem, tendo-se desenvolvido e aperfeiçoado até aos dias de Hoje, continuamente.


São,  Hoje, estes princípios que, em termos sociais, culturais, artísticos, económicos e religiosos, permitem a todos os cidadãos terem iguais oportunidades, terem sindicatos que os representam, partidos que elegemos para nos representar nos municípios, na assembleia da república e que escolhemos para integrar o governo, que nos permite ter tribunais (nacionais, europeus e internacionais) justiça, leis, deveres e direitos, constituição, segurança social, educação, saúde e quando alguma destas entidades falha, temos o direito a nos manifestarmos e apresentarmos as reivindicações que entendermos, cumprindo regras, mas em liberdade.

Assim, ninguém me cala, nem a si, nem ninguém neste País, nem nesta Europa.

Nem me impedem de sair da minha aldeia, vila ou mesmo do país, de viajar, de trabalhar no que entender, de escolher com quem falo, o que vejo na televisão, que jornais leio, a que reportagens assisto, entre tantas outras liberdades que tomamos por garantidas depois da revolução de Abril, que acabou com uma das ditaduras existentes na Europa, tal como acabaram as ditaduras em Espanha, Itália e Alemanha. Infelizmente, Hoje, existem ainda ditaduras, onde o povo continua a ser oprimido, desrespeitado e escravizado.

Não é o caso do nosso país, nem da Europa, graças a estarmos integrados na união europeia, na ONU e também por fazermos parte da NATO. Portanto, para mim, a democracia em liberdade, é um sistema que funciona. E funciona se estiver apoiado noutros garantes da liberdade,  necessários, pois como tive oportunidade de esclarecer noutro post através de um ditado popular "às cobras e às ervas daninhas, cortam-se as cabeças quando são pequeninas".

Finalmente chega a liberdade.
A liberdade que é possível em democracia, é para todos, incluindo os que contra ela se podem manifestar e os que dela dependem para livremente e democraticamente se expressarem pela escrita, pela arte, pela cultura, pela criatividade, pela comunicação, porque estão garantidos os direitos colectivos e individuais. A riqueza de quem produz a arte, a riqueza de quem produz o pão, a riqueza de quem produz seja o que for, está garantida pelo sistema democrático, e, se não estiver, podemos lutar para alterar as leis, para as adequar, pois podemos contar com um sistema onde a união faz a força, onde defendemos todos juntos a liberdade, e a democracia é o meio para tornar possível a igualdade, a justiça e a riqueza.

Quando uns poucos decidem por todos, sem que sejamos todos chamados a participar, é ditadura.

Por isso, democracia somos todos nós, e o sistema democrático é aquele onde a liberdade anda de mãos dadas com a democracia. Porque em democracia continuaremos a lutar para criar a riqueza, seja ela cultural, económica, social, e também riqueza política, e não é um sistema perfeito, carece de melhorias, sim, mas são melhorias possíveis e alcançáveis pelo Diálogo, pela Paz, pela Consciência Social, pelo Respeito, pela Resistência, pela Natureza, pela Luta se necessário mas sempre em Democracia.


Por isso, quanto a mim:

Viva a Educação!
Viva a Paz!
Viva a Prosperidade!
Viva a Liberdade!
Viva a Fraternidade!
Viva a Saúde!
Viva a Democracia!


E viva o Sapo Blogs por existir e nos permitir a troca de ideias e argumentos num diálogo que se pretende... enriquecedor.
Obrigada Z., cumprimentos.
Mafalda Carmona

06
Jan23

Somos "quadrados"?... Ou Reis magos?


Cotovia@mafalda.carmona

  • Noutro monólogo conclui ser poeta ou poetisa, pois todos nascemos poetas, e, agora reflito sobre se além de Cotovia, que sonha ser abelha e abriga um urso, serei também quadrada, ou se seremos todos como nos cânticos, flores, lírios no campo?...ou, certamente, outra coisa qualquer, mais particular e individual, decerto divina e espantosa, nem que seja pela sucessão de acontecimentos, a cadeia de eventos necessária para aqui chegarmos, por certo divididos, mas onde teremos alguma influência e capacidade de decisão, senão no todo, na pequena parte que nos coube "ser"?

 

Em décadas passadas, usual noutras gerações, havia, uma "classificação", ou antes desclassificação, coisa diminutiva para qualquer um, ou uma, que era ser-se apelidado de quadrado! Nada relacionado com as características físicas e já não ouço essa expressão, pelo que, deduzo, tenha caído em desuso.

Um "tipo" quadrado, ou mesmo, muito quadrado, era um estereótipo para descrever aquela pessoa moldada pelo sistema e para o sistema, inflexível, de acordo com os preceitos e preconceitos, alheia, ou avessa (talvez termo mais adequado) a ponderar cada caso como um caso e a generalizar (o acto de generalizar é menos trabalhoso, mas infelizmente nada generoso e geralmente perigoso), a optar por normatizar, as pessoas, as circunstâncias pessoais e colectivas, e até a si mesmo e a imagem projectada para os outros.

 

A exemplo da figura geométrica, prezam pela estabilidade.

Mas também pelas crenças fixas, pela ausência de flexibilidade e pela repetição dos mesmos dogmas, exaustivamente, para lhes conferir a veracidade das coisas repetidas, que pela inércia acabam por se estabelecer como norma, mesmo se completamente falsas. Técnica muito recorrente na política e no marketing, aplicada em anúncios das centenas de produtos milagrosos a anunciar recuos no tempo tão fantásticos que nem a Fundação Champalimaud e as suas congéneres no mundo inteiro conseguiram ainda descobrir, e ainda andam em investigações atrás das lagostas e moscas da fruta para perceber onde está o elixir da juventude, tarefa difícil para uns estudiosos, parece simples para uns falaciosos do cogumelo mágico e cápsulas de omegas. Semelhanças óbvias com a propaganda, políticas e políticos onde a incompetência é premiada, mas adiante que este tema é tal como o quadrado muito bicudo e terá de ficar para outra publicação de opinião.

Não faço ideia se hoje, a, tão frequente, decerto herança deste tal marketing, expressão de "pensar fora da caixa", derivou da necessidade de quebrar esta quadratura calcificada, mas é provável que sim.

Ocorre-me que uma personagem de uma telenovela da Globo, "Avenida Brasil", a "piradinha", que vivia fora da "casinha", seria também um modo dar forma a uma personagem fora do quadrado, alguém excêntrico, e sem ser totalista de um primeiro prémio dos jogos da santa casa.

No entanto, até esta figura do quadrado pode ter margem para a criatividade.

Para já, temos a matéria de que é feito o quadrado. Temos o conceito do quadrado, se é um quadrado em uma dimensão, duas, três, mais, se ao conceito de espaço agregamos o conceito de tempo. Se observamos de fora ou se estamos dentro da figura geométrica.

Se lançamos as bases, ou fundações em condições favoráveis ou desfavoráveis, quer por o terreno onde se implanta a construção (do ser) ser, por exemplo lodoso, ou demasiado arenoso, demasiado seco, ou ter demasiada água, entre outros excessos ou carências?

 

Se olharmos para os exemplos, e tentarmos, como é hábito da Cotovia, simplificar, (embora ao se simplificar se possa cair no erro de estupidificar, palavra também terminada em ficar, mas neste caso ficar num lugar desconfortável, para não dizer... estúpido) existe, sempre, uma maneira de se conseguir fazer uma fundação, com estacas, com paliçadas, escavando até encontrar o terreno fixe, mesmo recorrendo a tecnologias aplicáveis na construção de pontes quer entre margens de rios como entre vertentes de um sistema montanhoso. As fundações podem até ser as de uma casa na árvore, com cintas e extensores, ou escavadas na terra ou na rocha. Será uma tarefa mais simples ou mais complexa, mais ou menos árdua, mais permanente ou temporária.

 

O desafio é dar a este quadrado, transformado pelas 3 dimensões, em cubo, toda a liberdade.

 

Assim não usamos com propriedade o apelido de Pessoa quadrada, declinamos o uso e abuso desse epíteto, e seremos antes uma versão cubista do nosso ser, livre e em múltiplas dimensões.

Ou seja, se não tivéssemos restrições nem constrangimentos, como seria este cubo-"casa" para o nosso "ser" ficar, viver? Se qualquer material e aparência estética fossem possíveis e pudéssemos ser nós mesmos a decidir?

E o que diria de nós essa escolha? Que pistas e indicações nos daria sobre nós mesmos? Sobre quem somos mas também sobre o que queremos para a nossa vida? E, seria ainda possível, com base neste universo, perceber que relações estabelecemos com os outros?

Vamos experimentar então...?

Trata-se, muito linearmente, do teste do cubo, de origem japonesa, um teste psicológico muito popular. Podem seguir este link para fazerem o teste ou fazer uma rápida pesquisa na internet com "teste psicológico do cubo" para descobrirem mais coisas sobre vós Pessoas!

 

http://grafologosonline.blogspot.com/2016/10/teste-do-cubo-saiba-mais-sobre-voce.html?m=1

 

Pensemos, para início, na nossa "casa" como um cubo.

Este cubo é, para já, o nosso universo.

Imaginemo-lo no material, cor e textura que quisermos, pode ser opaco, transparente, de metal, madeira, maior ou mais pequeno, estático ou não. Desde que permaneça um cubo, as possibilidades são infinitas. O teste tem outros intervenientes, entre eles um cavalo, flores e uma tempestade. Mas nada melhor do que fazer o teste.

 

Quanto ao dia de hoje, dia 6 de janeiro:

Estatua_dos_Reis_Magos_em_Natal_RN.jpg

 

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dia_de_Reis

Hoje é Dia de Reis, os magos, que são três, representando mais ou menos todas as idades, 60, 40 e 20 anos, mas que ao viajarem em trio para encontrarem o menino Jesus e lhe dirigirem as suas oferendas, passam de três Reis mais um menino, portanto 4, a ser os quatro vértices deste quadrado religioso, que encerra a quadra religiosa das festividades e celebrações da quadra do Natal. Mais ou menos como uma resposta numa ficha de consolidação de noções sobre figuras geométricas, onde um meu aluno, inspirado por um momento de criatividade deu como resposta para a definição de quadrado: " É um triângulo com quatro lados!" Deveria ser a este quadrado do dia de Reis que, de forma premonitória, se estaria a referir.

Viva a criatividade, e mais uma vez, de acordo com uma das resoluções para este ano de 2023, olhar para as coisas de sempre com outro olhar. Ler outra vez o mesmo livro, o mesmo poema, a mesma definição... Sempre o mesmo, sempre diferente.

Sendo este dia de celebração religiosa nos quatro cantos do mundo ( expressão reflexo do tempo em que ainda achávamos que o mundo era plano e quadrangular, e não apenas que as pessoas podiam ser quadradas) época também para cantar as janeiras ( também chamado de cantar os Reis), comer romãs e desmanchar a árvore de Natal ( mesmo se ficar para o dia 7, sábado que teremos, em princípio, mais tempo), assim como reunir com a família para celebrar este dia.

Bom Dia de Reis Pessoas!

P.S.

Quanto ao dia de ontem, apesar do entusiasmo com que vós Pessoas receberam o primeiro monólogo, ou publicação, de 2023, e ter sido sinalizado no sapo.pt como favorito de algumas Pessoas que gostam de seguir os voos da Cotovia, (obrigada Marco, obrigada Maribel e obrigada "anónimo"), uma descoordenação de voo fez com que o sistema informático se revoltasse contra a Cotovia e apagasse essas novas reações, por isso agradeço o apoio, agora invisível, e as Pessoas que o deram podem considerar-se como aquelas fantásticas Pessoas que doam de forma anónima ( ou agora que vos nomeei não tão anónima), e desinteressada o seu apoio, mais valioso para esta Cotovia do que o ouro! Muito obrigada pelos favoritos!🐦

 

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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