Mulher Poeta Pandemónio
Cotovia@mafalda.carmona
Mulher Poeta Pandemónio
{Soneto}
Ó mulher de mãos frias, coração quente,
Criatura errante, é teu o incerto tempo,
E a tua vontade segue um cata-vento,
Pois muda veloz e curva num repente.
Queres que me guie pelo que tu sentes,
No que invocas como o mais puro lamento,
Mas logo renegas em outro momento,
Reverso irreal das palavras ausentes.
Como vou gerir o fugaz sentimento,
Pois iludes as mais eloquentes paixões,
E suspeito que és um quebra-corações.
Agora diz-me ó mulher em tal tormento:
Porque foste tu chamar o Pandemónio?
Quando cessará a luta contra o tempo?
Escreve mulher, não faças gazeta,
Respiras em versos, és vera poeta.
@mafalda.carmona 01.11.2024
Olá Pessoas!
Depois de uma pausa, volto ao espaço onde as palavras fazem tanto sentido. Venho pela amizade de todos os que me acompanham e pela força de cada partilha, neste primeiro dia de Novembro em que celebro o meu 56º aniversário, e tal como no ano em que nasci, uma sexta-feira, o meu dia preferido. A data que activamente escolhi para regressar reflecte as minhas inquietações em relação ao tempo e à sua tirania sobre a vida, dois conceitos que dançam e nos fazem dançar em círculos de humana e belíssima imperfeição.
Se me perguntarem se fiz coisas espantosas ou grandiosas neste tempo de pausa, a resposta é que me limitei a cuidar. Cuidar de mim, de descansar, cuidei do sono, das rotinas, da alimentação saudável, tentei começar a prática de exercícios simples a par de fisioterapia. Cuidei das emoções, sobretudo de as gerir em lugar de as evitar, e de aprender a guardar momentos na agenda livres para cuidar de mim, do lazer, da descontração. Cuidei de sonhar, de ser, sempre, ambiciosa no amor, no amor ao próximo, pela natureza, pela simplicidade, pela tranquilidade, pela paz.
Também li mais, descobri novas autoras, como a Maria Gabriela Llansol, a Teresa Veiga e como não? A Han Kang (confesso não conhecia). Reli também outra escritora, a Pearl S. Buck, de quem sou fã desde que me lembro de ler, Nobel da Literatura três décadas antes de eu nascer, em 1938. Mais livros que estou a ler: Miguel Esteves Cardoso, Como escrever; Haruki Murakami, Em busca do Carneiro Selvagem; Gonçalo Cadilhe, Um lugar dentro de nós.
Mas no que respeita a leituras, acho que neste momento a estante dos livros para ler tem mais volumes do que a dos livros lidos, situação potenciada por recorrentemente reler obras que me apaixonam, pela segunda ou terceira vez.
Neste meu vôo, que certamente continuará incerto, não vou negar a minha natureza, nem o fascínio e encanto que tantas coisas neste mundo exercem sobre mim, quero convosco estabelecer o compromisso de equilíbrio em fazer novas publicações todas as sextas feiras. Que as palavras continuem a ser nosso ponto de união, em que o individual faz parte de um todo muito maior.
Para celebrar este dia, escrevi um novo poema, que partilho nesta publicação, "Mulher, Poeta, Pandemónio".
Viva! Vivam! Desenvolvamos o potencial que existe em nós, valorizemos o que nos faz felizes e nos traz alegria, priorizemos o amor e a paz que temos. Sou imensamente grata a cada uma de vós.
Obrigada por estarem presentes.
Obrigada pela espera, Pessoas!
Com carinho, Mafalda.
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