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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

30
Mai23

Imagina...


Cotovia@mafalda.carmona

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(1)"Imagina…

Numa praça monumental da capital, muito movimentada,

existe a gentil sombra carregando o nostálgico aroma

de florestas e pomares banhados pelo sol,

da natureza selvagem e das suculentas laranjas de inverno.

Um frescor imaterial, um espaço intangível,

pende em sobreposições de tecidos expostos ao tempo.

Mesmo se muito longe ou muito ausente, e, no entanto, podes senti-lo,

mesmo se muito quebrado para mantê-lo lado a lado,

Há a fiel companhia da solitude,

essa paisagem nebulosa que te tráz de volta a infância perdida.

Sob a cadeira silenciosa da futura sombra,

quieta aguardas o nascer do sol, aqueces as mãos,

Esperas o pôr do sol,

para que ele liberte o peito oprimido.

Agora, sob a tua doce sombra...

descansa."

Mafalda Carmona

01.02.2017

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017


Olá Pessoas!

Como descrevo no perfil da Cotovia e Companhia aqui no espaço Sapoblogs, a minha área profissional é a arquitectura. E esta semana, ao ler no espaço poetaporkedeusker da nossa querida Poetisa Maria João Brito de Sousa, a sua coroa de sonetos, feita em conjunto com o Poeta Custódio Montes, lembrei-me de um projecto que fiz para as Snowie Mountains em Nova Gales do Sul, Austrália, que foi feita para responder a um enunciado para  a criação de um HUB, num Concurso Internacional de Arquitectura.

A minha interpretação traduziu-se numa estação de conservação da natureza, onde um dos objectivos que criei, fora do enunciado original, foi a criação de um local para a preservação de um pequeníssimo batráquio, numa estação nas margens do Snowy River, e transformá-lo em um local seguro para espécies ameaçadas.


Este batráquio ameaçado, o Corroboree do Sul (Pseudophryne corroboree) é um dos vertebrados da Austrália ameaçados de extinção e está listado como em Perigo crítico a nível estadual, nacional e internacional. Hoje em dia, é encontrado apenas num fragmento de menos de 400 Km2 nos ecossistemas subalpinos de zonas húmidas de alta altitude entre 1300-1800m acima do nível do mar, em bosques de neve nas Snowy Mountains, Kosciusko National Park em NGS. Em grande parte, consequência da infecção por fungos, as mudanças climáticas que levam à queda insuficiente de chuva ou neve são os principais factores para o declínio da população do Corroboree.


Em janeiro de 2014, data deste projecto Hub it! que podem conhecer seguindo este link para plataforma World Architecture Community, a WAC, a população de Rã Corroboree do Sul era inferior a 50 indivíduos adultos, com apenas 6 machos na natureza, confirmando o aumento do declínio populacional desde meados da década de 1980 em mais de 99%. Com o seu declínio contínuo e a pequena população restante, é provável que, sem a intervenção humana, a espécie seja extinta.

Como palavra lembra palavra, projecto também lembra projecto lembrei-me de partilhar convosco aquele que considero o mais poético dos meus projectos, onde a memória descritiva é um texto nesse formato.

Assim, a imagem que hoje partilho convosco é desse projecto conceptual meu de arquitectura, intitulado "Imagina" que foi submetido na edição de 2017 do Concurso Sunbrella. O objectivo do enunciado do Concurso Internacional de Arquitectura era mostrar as possibilidades esculturais e arquitectónicas do uso do tecido para criar um palco imersivo para descanso, em uma das três categorias: construção de sombra, humanitário, espaço de bem-estar.

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017

A minha escolha recaiu sobre o espaço de bem-estar na criação de um lugar para vivenciar o luto, apresentando uma proposta poética construída com panos que pendem de um estrutura metaliza com plataformas em vidro apoiadas numa superfície espelhada, a ser instalada na Praça do Comércio, como um espaço de reflexão também do imaginário colectivo.

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017

Os panos reflectidos do espelho simbolizam as páginas da vida tal como as vemos e o seu reflexo na visão que os outros tem de nós, e os elementos naturais representam a inevitabilidade das diferentes etapas da vida, sendo a transparência a tradução da honestidade perante as consequências das acções das quais assumimos total responsabilidade, no legado que os que antes de nós existiram nos deixam e que deixaremos aos que nos seguirem, num ciclo tão antigo como a própria vida, de prisão e liberdade.

Espero que gostem desta faceta da Cotovia noutros voos, onde também tento incluir a Poesia, pois a paixão pelo mundo e pelas pessoas são uma constante, e se bem que a minha Poesia não faça, ainda, completamente jus a essa paixão, também faz parte da aprendizagem este entrelaçar de mundos poéticos para um resultado mais completo e harmonioso no estar, habitar e vivenciar o mundo e a vida, onde a luz e sombra (con)vivem.

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017

Conforme exposto no resumo do concurso:

"Luz e sombra são componentes essenciais da arquitectura. A luz do sol pode animar um espaço, ou pode torná-lo insuportavelmente quente e brilhante. A maneira como arquitectos e designers criam sombra para edifícios, residências e espaços públicos transforma a maneira como as pessoas os usam e a versatilidade do tecido abre novas oportunidades para estruturas de sombra esteticamente agradáveis que levam o design e a função do edifício a um novo nível."

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(2) Merleau-Ponty excerto da obra "O Olho e o Espírito", aqui.

26
Out20

Viva a Liberdade...e o algodão doce...

Dia #3/100


Cotovia@mafalda.carmona

...E as nuvens

  • ...e viva a Arquitectura que estamos no mês de outubro! E porquê? Porque dão sentido à vida. Pelo menos em parte.

Pensando sobre isso, o que dá sentido a uma vida? O trabalho? A família? O dever? O poder? A devoção? O amor? Porventura a criatividade? As pessoas?

Acho que (...e se não leram o post sobre a importancia de achar podem ler aqui... ), não apenas na vida mas também na arquitectura, são todos.

Falando inicialmente da arquitectura, porque é coisa e das coisas falamos mais facilmente e ferimos menos susceptibilidades:

Porque, na criatividade do gesto sobre o lugar, essencial para exercer a arquitectura são precisos, pelo menos, 6 elementos: imaginação, lugar, tempo, possibilidade, capacidade e pessoas.
E depois disso muitos outros, entre eles a relação com o cliente, com as entidades municipais, com as especialidades, regulamentos legais e mais.
Mas destes, apenas num elemento existe o controle, que é a imaginação, no entanto se os outros 5 elementos não forem convenientemente conjugados, não existe a chamada "capacidade".


Por isso a arquitectura é arte e técnica.

Porque precisa de responder a um programa, precisa de ter um cliente que a torne sustentável, precisa ser exequível financeiramente, precisa solucionar um determinado problema, precisa ser, no fundo uma ferramenta apurada para chegar a um objectivo, é um "fix it" como na série de TV, e entristece-me quando, demasiadas vezes acaba por ser, apenas, um problema. Basta olhar em volta.


Pode, é verdade, no seu melhor, criar todo um mundo excepcional, tornar experiências sensoriais uma realidade palpável extraordinária e abalar emocionalmente quem a contempla ou dela frui. Quem fica indiferente ao visitar a obra maior de Gaudi?

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Fotografia de Mafalda Carmona

Suponho ninguém, porque os gestos dos génios não são desenhados para a indiferença, são consumados para durar uma eternidade. Mas, não são, em momento algum, um gesto isolado.

Não são reflexo de um ato de liberdade, não são livres. Não porque, em primeiro lugar temos a gravidade, temos a matéria em segundo, depois temos as pessoas, o factor humano, e qualquer um destes factores impõem constrangimentos ao exercício da liberdade.

Aliás se existisse esse 7° factor na arquitectura, o da liberdade, não seria arquitectura, seria qualquer outra coisa, como nuvens ou algodão doce ou chuva ou espaço 1999 e voava.

E, isso nem monsieur Le Corbusier conseguiu, mesmo pondo as suas obras elevadas sobre esqualidos pilotis, nem Oscar Niemayer com suas redondas espacialidades que quase pairam, mas não.

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Ilustração de @mafalda.carmona com base na Fotografia Via Metrópoles. Imagem de divulgação. Autor Nani Goes

Assim, se confinados, a arquitectura que nos rodeia sofre a transmutação para a sua pior versão, a da imobilidade, da limitação, da barreira. Porque, em confinamento, se torna numa concha demasiado pequena para ser, o existir, e ainda que devamos a evolução da espécie ao sedentarismo, isso não impede que se sinta a imobilidade, impotência, a claustrofobia, e estas limitações obrigam a, necessariamente, procurar, novamente, a liberdade.


E, como matéria que não voa, nem estica, nem se espande, então a mente toma-lhe o lugar e voa.

Escapa-se noutros gestos, outros meios de sobrevivência, de comunicação, em exercício de Houdini pode concretizar-se na redescoberta do amor primário pelas formas. Sim, mas agora pelas formas das letras, pela sonoridade das palavras quando se agrupam, a expectativa da pontuação, as imagens criadas pelos parágrafos. Um outro mundo paralelo de criatividade, o da escrita, para continuar a construir histórias, narrativas, não de pedra e cal ou cimento ou qualquer outra materialidade, e redescobrir, uma vez mais a liberdade. Com letras e um meio de as fixar, pode levar-se a cabo a construção de um universo infindo, que só necessita de dois elementos : tempo e imaginação.

Onde o gesto do desenho da criação das formas e das suas relações passa a ser o da escrita.

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Os meus escritos antes da escrita.

Neste criar o que se quiser e se expressar seja o que for, acessível a todos, tão democrático quanto livre, existe também este inspirar profundo, este respirar sem constrangimento ou emergência, apesar das pandemias, crises, guerras ou por causa delas.

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Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

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Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

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A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

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