Flor II
Singela e intrincada, de cinco pétalas brancas,
Sublime em geometria excecional,
Retratada na sua bela complexidade.
O inseto na pétala, "visita" ocasional,
Mas onde pousou ficou um sinal.
Deixou nessa pétala o quinto pecado mortal,
A inveja, sussurra velada tentação.
Pois a fotografia é um convite para ver,
E perseguir a miragem da perfeição,
Do que é livre da crua racionalidade.
Pudera eu viver assim, em equilíbrio completo,
Teria o verde como fundo e a geometria natural,
Onde por companhia, tenho em cada pétala, um meu perfeito defeito:
Ira, luxúria, preguiça, gula, vaidade...
Teria afinal, a desejada simplicidade.
Mafalda Carmona
16.03.23
Este poema é inspirado na fotografia do meu caro blogger PJ Cortes, publicada ontem, no post "Flor de esteva e companhia", no blog do autor, PJ Cortes. Na sequência do texto e fotografia apresentadas, a Cotovia fez um comentário, e em seguida a resposta do caro amigo e autor do blog suscitaram uma reflexão mais atenta, para uma experiência de escrita poética.
(Fotografia e texto de PJ Cortes)
Partilho igualmente o meu comentário, que pode ter o título de "Flor I" e a resposta "responsável" pela escrita deste post de hoje:
Flor I
Assim, aqui ficou a resposta ao desafio de saber procurar para encontrar a beleza nas coisas mais simples. A questão é, se foi ou não, mesmo que apenas uma aproximação, dada uma resposta que reflita alguma aprendizagem, nesta procura eterna da simplicidade sem ser simplista. Tão difícil e complexo este procurar!
Fica aqui também o meu cumprimento e agradecimento especial ao PJ Cortes, e desejos de um bom dia para todas vós, Pessoas amigas! Boa sexta-feira!