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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

01
Jun24

Versos e Versus


Cotovia@mafalda.carmona

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Poema Versos e Versus;

Ou sobre o contraste da dicotomia;
{ou reflexão sobre o futuro e o Dia Mundial da Criança}:

 

Amor que eleva,

vs ódio que mancha.

Balão na mão de uma criança,
vs veneno sedento de desconfiança.
Paz em harmonia,vs guerra perversa.

Folha de outono em lenta andança,
vs peste que devora a doce esperança.

*

Verdade que luz,

vs mentira ou omissão.
Girassol escuta a abelha em confissão,
vs promessa cobardemente roubada.
Riqueza abundante, vs pobreza herdada.
Biblioteca da sabedoria ancestral,
vs mapa traçado por destino marginal.

*

Acção construtiva,

vs inércia do desdém.
Compasso da dedicação ao bem,
vs origami de um rouxinol sem asas.
Natureza encurralada pelas desgraças,
nos versos de um sorriso perdido,
nasce a artificialidade de duplo sentido.

*

Gerada pela mente do homem fecundo,
desde que o fogo deu calor ao mundo,
como o artifício,

a palavra inventada,
e a maldade no mundo perpetrada.
Ou será orquestrada nas sombras?
Assim, qual a solução para tais dilemas?

*

A resposta viaja no ar ao redor da terra,
na gentileza da convivência serena,
na beleza das almas,

carácter comum,
cristalizado no olhar de cada um,
como a paz, o amor, a fraternidade,
gravadas no rosto da humanidade.

*

Há um senão;

sendo parte da sociedade,
os que subsistem em total precariedade,
estigmatizados pela ditadura e corrupção,
jogados no palco do poder e ambição,
qual o nome desses homens versus,
quem serão, senão sombra de si mesmos?

*

Após reflexão,

a conclusão possível:
Faz-se o que se quer ver acontecer.
Artífices que forjam o amanhecer,
em cada escolha,cada simples gesto,

se versa o universo, o direito de viver.

Esperança, (in)genuidade ou (ir)realidade?

*

Enigma para descobrir em liberdade,
filha da verdade do ser e da bondade.
Por agora, na tarde, o sossego desejado,
nela a poesia é um respirar versejado,
e a aldeia sob o cálido sol descansa,
ao sabor da curiosidade,

o poeta avança.

**

@mafalda.carmona

01.06.2024 | 00:34 hrs

 

P.S. Quando terminei de editar este poema, já passava da meia-noite deste dia um de junho, Dia da Criança, e não tendo intenção de o publicar no meu blogue do Sapo, "Cotovia e Companhia" senão pela manhã, apesar de satisfeita com o resultado pretendia fazer uma revisão final, e também para descontrair embora me mantendo atenta e vigilante em virtude das novidades trazidas pela cegonha no dia 18 deste mês, a minha terceira netinha, resolvi ler as Selecções do Reader's Digest deste mês, publicação que leio e sou assinante há cerca de um ano, por me recordar o meu falecido pai, e me sentir mais próxima das memórias dele, que recordo como um homem progressista.
Não sei qual a ordem pela qual vocês, Pessoas, lêem as revistas, e em pequena não percebia o porquê de a minha mãe fazer exactamente isso, mas a partir de altura que não sei determinar, comecei a ler esta publicação de trás para a frente, como aliás todas as revistas, por motivo que também não sei indicar, mas provavelmente para guardar para o fim as reportagens de fundo com conteúdo mais denso, e, qual não é o meu espanto, quando vejo na contra-capa, um anúncio a uma marca de automóveis, com os seguintes dizeres:"TODA A DECISÃO CONTA", o que me remeteu de imediato para a penúltima estrofe do Poema Versos e Versus.
Além disso, a marca é a mesma do meu primeiro carro, que aprendi a conduzir seguindo o conselho da minha mãe, que seria semelhante se vivêssemos no antigo faroeste da pradaria americana no século passado, e foi mais ou menos este: "Na tua mobilidade está a tua liberdade, independência, autonomia e segurança. Saber conduzir é muito importante. Podes ir a todo o lado sem precisar de ninguém". Mais tarde transmiti-o às minhas filhas, com um anexo semelhante em relação ao conhecimento e estudos.
Assim, este poema será também um avivar de saudade e o reforço de que ao guardarmos alguns hábitos dos nossos, nos mantemos próximo deles a unir com felizes coincidências várias gerações, das netas e netos aos bisavôs e bisavós.
Feliz Dia da Criança!
Saúde Pessoas, bom dia e boas escritas e leituras!

01
Jun23

Crianças do Mar

Editado


Cotovia@mafalda.carmona

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(*) Crianças do Mar 

**

Nas ondas pequeninas do vasto mar,

Mora a tranquila doçura da saudade,

Onde se aninha a minha ingenuidade,

Nesta mesma areia, neste mesmo ar.

*

Correm na calçada da Vila Cidade,

Para rápidas, na água mergulhar,

Com braçadeiras coloridas, nadar,

E os pezinhos, só conhecem liberdade.

*

No fim da tarde as sombras fazem dançar,

Em mergulhos, piruetas de encantar,

Nos baldes, sonhos mil irão transportar.

*

Na noite, p'los pirilampos embaladas,

Seus sorrisos são galáxias douradas,

Luar e estrelas, nas faces bronzeadas.

****

Mafalda Carmona

(Soneto em verso hendecassílabo)

01.06.23 00.20h (editado 11.30h)

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(*) Olá Pessoas, hoje partilho estas fotografias e o poema em formato de soneto como referência ao dia de hoje, Dia da Criança onde podemos celebrar a criança que fomos e somos. Na primeira fotografia está um dos meus netos na praia, e esta menina sorridente sou eu quando tinha cerca de 4 para 5 anos, sendo que agora já sou avó, a fotografia final é do avô, nada mais justo, quando também era pequeno e andava lá pelas paisagens das terras do Alentejo.

Um feliz dia para todas vós, Pessoas!

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01
Mar23

Jénifer...


Cotovia@mafalda.carmona

  • Ou a princesa da França - As ilhas (realmente) desconhecidas, um dos livros da FFMS (Fundação Francisco Manuel dos Santos), da autoria de Joel Neto, que encomendei para a biblioteca do ninho, é um pequeno conto, realista, de 78 páginas que se lê de forma envolvente em poucas horas.

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Esta coleção dos "Retratos da Fundação" pretende trazer ao leitor um olhar sobre a realidade do nosso país, contado, vivido e narrado, por quem o viu - e vê- de perto.

No caso deste conto, o autor, que nasceu e cresceu na ilha Terceira, e embora tenha vivido por 20 anos na capital do continente, Lisboa, regressa aos Açores, onde vive desde Agosto de 2012, "retrata" ou conta a história do quotidiano de Jénifer, uma menina que se recusa a ver como solução de futuro a existência tal como determinada em sorte (discutível esta terminologia, talvez destino seja um termo mais adequado) pelo local de nascimento, pelos pais, família e comunidade.

Jénifer tem um plano.

Qual é, teremos de ir percebendo ao longo da trama, passada num bairro social dos Açores, entre o (des)funcionamento das atividades agrícolas, o tráfico de droga, o consumo, o alcoolismo, o insucesso escolar, o suicídio jovem, a violência doméstica, o abuso sexual, o incesto, a exploração sexual, e a paisagem natural da ilha:

(...)"O sol nascia-nos por detrás das costas e, à esquerda, as primeiras projeções de luz incidiam sobre um mar feérico, de um azul oleoso, estendido sob uma neblina através da qual começavam a recortar-se ilhas de diferentes formas", nestas ilhas, onde a solidão das vacas se mistura com a solidão da ilha e das Pessoas, (...) "- Sabes que as vacas sofrem muito de solidão? (...) - tanto que um animal deixado sozinho num pasto nunca produziria tanto leite como aquele que passasse o dia rodeado de outros da sua espécie.

Da leitura deste conto, ficam diversas reflexões, considerações pessoais para serem geridas e interiorizadas. Uma delas, o fascínio e encantamento pelo mar, que sendo maioritariamente descrito, quer em literatura como em testemunhos pessoais, como um elemento fantástico, tem este contraponto negativo e desesperante do isolamento, da política corrupta, do tráfico e consumo, assim como a impunidade...:

(...)"E confessou que fora a São Mateus uma vez, tempos antes (talvez tenha dito "anos"), comer um gelado com um senhor (foi a expressão que -Jénifer- usou, "um senhor"). Depois, porém, não prosseguiu no relato, e de repente eu temi que se encontrasse aí pelo menos parte da chave para o enigma que constituía."

Este "enigma" pode ser subentendido logo no início através de duas citações que precedem o conto:

"Nas autobiografias, tal como na história, há situações em que os factos não dizem a verdade.

J. Mitchell, O Segredo de Joe Gould

Ninguém guarda melhor um segredo do que uma criança.

V. Hugo, Os Miseráveis

16
Fev23

O Livro...


Cotovia@mafalda.carmona

...convidado ( por empréstimo) de Hoje é...Talvez um Anjo de Filipa Sáragga.

  • No noticiário da ontem, porque foi o dia internacional da Criança com cancro, o dia 15 de Fevereiro, numa reportagem acerca da inauguração da exposição no IPO do Porto, "Da imagem à palavra... De que cor é o cancro?" referiram que existem 400 novos casos de crianças com cancro por ano, 80% delas vencem a doença, algumas delas com sequelas para a vida.

Isto significa, não em abstrato, mas em concreto, que 320 crianças sobrevivem, e que as outras 80 crianças são como a Maria, a menina de que fala este livro, um dos meus amigos convidados desta quinzena, "Talvez um Anjo" de Filipa Sáragga.

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"Talvez um Anjo " da ilustradora e escritora Filipa Sáragga, 2013, Edições Marcador, capa Bruno Rodrigues/marcador

"Esta é a história de uma criança única com uma força extraordinária, uma criança com uma lucidez espantosa e uma capacidade de amar invulgar. Teve uma vida curta, se avaliarmos pela medida com a qual estamos habituados a olhar o tempo, ou longa, se preferirmos pensar na intensidade de tudo aquilo que viveu em tão pouco tempo."

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A exposição no IPO do Porto "As cores do cancro" inaugurada ontem, dia 15 de fevereiro de 2023, dia internacional da Criança com cancro, página do IPO no Facebook aqui.

Assim, sem nenhuma ordem em especial, foi este o primeiro livro que li, num rompante, num misto de espanto e tristeza, numa leitura onde há a partilha de vidas, desde já a da Maria, mas também as da Susana, do Ramon, de outras Marias,  do Unsumané, do António e do Afonso, da Rita, do Nuno, do José, da Teresa, da Fabíola, e de Jesus.
Acerca de Jesus, muito haverá para refletir, mas fica fora do âmbito desta leitura, e, por agora, partilho aqui algumas observações que recolhi:

Primeira, a Filipa Sáragga não se assume como escritora.

Permitam-me discordar. Toda a escritora ou escritor é aquela Pessoa que sente a necessidade de contar uma determinada história, real ou ficcional, porque tem a convicção de que aquela história tem de ser contada, é-lhe fundamental passar essa história aos outros, passar uma determinada mensagem, uma mensagem única para quem a irá ler, e que é fundamental para quem a está a escrever.


E é assim que começa a leitura: "Não sou escritora, nem pretendo sê-lo. Vou apenas relatar a história de uma criança única com a qual tive a sorte de me cruzar. Faço-o porque (...) existem vidas que devem ser partilhadas. Vidas que nos ajudam a perceber o propósito da nossa própria existência."


Acrescenta: "À medida que fui escrevendo este livro e pintando as telas, experimentei sentimentos contraditórios.

"Algumas vezes, por não me sentir merecedora de transmitir a história da Maria, pensei em desistir."


Tendo como fundamento esta intenção, a Filipa, embora a sua modéstia a determine, é escritora, sim.


No primeiro capítulo, intitulado "Talvez fosse um anjo", refere:

"Em geral nós pessoas comuns, temos dificuldade em aceitar quem, de alguma forma, nos incomoda, nos ofende (...) seja este o maior obstáculo: amar os que não devolvem o nosso amor, amar (...) independentemente das convicções (...), das imperfeições."

E indica que o conteúdo livro serão os episódios da vida da Maria que vai contar, acompanhados das suas ilustrações (Filipa Sáragga).

"Lembro-me de quando me via a pintar e também me pedia tintas. Aquilo que mais gostava era de adivinhar o que estava nas minhas telas mais abstratas: vislumbrava sempre animais. E gritava:" Madrinha, encontrei um pássaro!"

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Ilustração da artista e escritora Filipa Sápatta, pag. 32 e 33, da obra "Talvez um Anjo" da editora Marcador www.marcador.pt

Termina o livro, e termino eu esta partilha do meu amigo livro "Talvez um Anjo", com  uma citação do texto da escritora Laurinda Alves:

"A impotência que experimentamos perante este sofrimento é inexprimível. Jamais conseguiremos traduzir por palavras o que nos vai no coração, mas mais importante do que medir a devastação é falar da exaltação. (...) Esta substância da exaltação de que falo descobre-se na capacidade de superação. (...)" 

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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