Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cotovia e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas a este blogue onde (m)anda, esvoaçando, a Cotovia🐦! "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo... Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." Mafalda Carmona

Olá Pessoas! Bem-vindas a este blogue onde (m)anda, esvoaçando, a Cotovia🐦! "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo... Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." Mafalda Carmona

Cotovia e Companhia

20
Abr23

Apis Mellifera

Desafio


Cotovia (MC)

22469455_y8LGe.jpeg

*Fotografia do blogger PJ Cortes "de uma flor de esteva a ser visitada por uma apis mellifera, a nossa conhecida abelha, a tratar da sua vida, que é como quem diz, a recolher o pólen para fazer aquele mel delicioso que grande parte de nós tanto gosta. Lembrei-me agora: minha cara Cotovia, não daria esta relação "flor/abelha" um tema para um poema (até rimou)? Fica a sugestão..."

*Autor da citação PJ Cortes (autor da fotografia, PJ Cortes) 

E foi neste post publicado pelo caro PJ Cortes que surgiu este desafio para inspiração de uma criação poética, o segundo, podem ver na publicação Flor II um outro poema inspirado noutra fotografia do PJ Cortes aqui.

Aqui fica o poema, em formato de soneto inverso (sem saber se este termo existe), pois os últimos tercetos, que dita a regra deveriam seguir-se aos dois quartetos, aparecem em primeiro lugar. Isso aconteceu porque tenho maior dificuldade em idear e formalizar os primeiros versos dos quartetos, e depois na finalização do soneto parece que me falta "espaço" nos tercetos para as imagens a concretizar. Assim, mesmo que esteja completamente errado, pareceu-me certo, e por isso fui em frente.

 

Assim, este é o resultado de mais este exercício poético desta aprendizagem na construção poética do soneto:

 

Apis mellifera

 

Quanto será o cuidado necessário,

Para cuidar da "nossa" Natureza,

Indiferente à humana moral?

 

Que no desgastado corpo unitário,

Da enorme baleia à pequena abelha,

Embala as espécies por igual.

 

Dentre todos os seres sobre o Sol,

É esta última o primeiro elemento,

De flor em flor é o binómio perfeito,

Rainha Mestra e dulcíssimo farol.

 

Sejamos serenos como este par,

Impar de humilde e simples comunhão,

Para viver com fé em paz e união,

O pobre Mundo amar e respeitar.

 

Mafalda Carmona 19.04.23

 

P.S.

Como no exercício anterior partilho as diferentes etapas da construção deste poema, a primeira tal como escrevo quando imagino as imagens do poema, em seguida escandir e verificar a métrica fazendo as alterações necessárias, por vezes mudo significativamente alguns versos, finalmente o poema na versão final.

Embora o trabalho nunca esteja finalizado, pois há sempre lugar para procurar  melhorar a escolha de palavras, a estrutura e a métrica, e até reescrevê-los para experimentar novas ideias e técnicas. Também terei de aumentar o conhecimento deste imenso mundo da poesia pela leitura de autores, o estudo dos seus sonetos e, claro, a prática constante são fundamentais para conseguir melhorar a escrita de poesia em formato soneto.

O apoio e ajuda preciosa que tenho tido das Pessoas queridas aqui no espaço Sapo, tem sido fundamental, nos vossos comentários, mesmo se por vezes de forma discreta, consigo perceber as vossas sugestões e agradeço o incentivo, outras vezes de forma mais direta e constante, mas todas as participações são bem vindas, assim como a leitura das escritas nos vossos blogs, sejam de poesia ou prosa, que são uma visita recorrente nos meus voos. 

Aqui vamos continuando, para a frente é que é caminho, Pessoas!

Screenshot_2023-04-20-00-00-56-621-edit_com.miui.n

Screenshot_2023-04-23-18-30-27-138-edit_com.miui.n

Screenshot_2023-04-20-05-57-49-609-edit_com.miui.n

 

 

19
Abr23

Bombeiro

SAPO Opinião


Cotovia (MC)

IMG_20230418_142242.jpg

...ou rosas.

"As sementes, no entanto, são invisíveis. Dormem secretamente sob o solo até que uma delas resolva acordar. Essa semente se espreguiça e, no início, timidamente, lança em direção ao sol um gracioso e inofensivo rebento." 

Saint-Exupéry 

Tenho um vizinho que é bombeiro. Bombeiro profissional! Vemo-lo de manhã todo bem disposto, na sua farda de bombeiro com boina azul escura e insígnia todo aprumado, a cumprimentar todas as pessoas com estóica resistência, e quem o vê passar tem de fazer um esforço para se lembrar que o vizinho não nasceu bombeiro, ou sequer ficou bombeiro de repente.

Foi preciso, com a sua namorada de escola, atravessar um oceano atlântico. Depois, enquanto bom vizinho, viver a ajudar toda a gente, quer com a sua simpatia, como com a sua voluntária atitude, que entre fazer a formação para adquirir as habilitações para ser, agora, bombeiro profissional, ainda tem tempo para organizar caminhadas e exercício físico entre o grupo de vizinhos, estar sempre pronto para ajudar numa emergência doméstica, avisar os esquecidos que a janela do carro ficou aberta ou a chave de casa na porta da rua, bem como ser um autêntico motivador ao nos presentear com a sua alegria de estar e viver.

Mas o que de mais significativo faz este vizinho bombeiro é não deixar que se instale o desânimo.

Ele nota as ausências, incentiva a quebrar os silêncios, e com a sua persistência convence até os mais tímidos a responder aos cumprimentos, e a acederem a integrar as atividades da vizinhança.

Sou uma fã do vizinho, e para além de achar que há bombeiros que, afinal, já nasceram bombeiros.

Já o eram antes de o serem.

Por outro lado concordo com esta visão do vizinho bombeiro, segundo a qual, nem o sofrimento, nem a dor, nem as agruras precisam de ser feitas em silêncio.

Esse silêncio que, pode tão facilmente ultrapassar o limite razoável, para em certos casos durar décadas, sem que vizinhos, familiares ou conhecidos dele se dêem conta, levando a pessoa desumanizar-se ao ponto da violência, própria ou de quem com elas co-habita, poder imperar nas suas vidas, privadas assim de um apoio ou assistência.

E na nossa vida temos muitos bombeiros que nos ajudaram, e ajudam, em momentos cruciais, em fogos emocionais, em desertos financeiros, em encarceramentos dramáticos, em ruas sem saída, em lugares perdidos, dos quais nos resgatam com um sorriso e com a prontidão permitida pela generosidade de coração e alma bondosa.

Alguns desses bombeiros salvadores, apaziguadores, conhecemo-los pessoalmente, podemos agradecer, mostrar o nosso reconhecimento, no caso com a oferta de uma rosa, uma cesta de ameixas ou xuxus, laranjas ou limões, um ramo de hortelã ou alecrim, ou a nossa disponibilidade e tempo para algo em que possamos prestar apoio ou simplesmente, estarmos presentes.

Outros não os conhecemos pessoalmente, mas podemos agradecer e haja vontade, conseguimos agradecer, de forma a se tornar possível o reconhecimento, a entre-ajuda, a motivação e, o mais importante, vencer as barreiras do silêncio.

Fazendo da partilha a oferta de flores na forma de tempo, atenção, amizade, e palavras.

Assim, aqui ficam algumas das palavras de alguns dos bombeiros da escrita (mas existem muitos outros, felizmente), através dos comentários na publicação Los Angeles, porque tal como  o mundo, os edifícios e monumentos precisam da luz para se revelarem, nós precisamos dos outros, e da sua luz própria, para sermos, pois é aos Outros que devemos a nossa existência e permanência.

 

* PJ Cortes

"Levam nos pés nus mágoas perfeitas

De filhos, mães, pais e avós perdidos"

 

"Não apenas os anjos o fazem, como os próprios que aqui são falados também, pelo que para mim são, muitas vezes, a personificação desses mesmos anjos."

 

*Francisco Carita Mata

"Creio em anjos, santos, santas" e seus feitos

Lágrimas de tormentas e sonhos desfeitos

De homens mesquinhos em guerras, fúteis pleitos Quanto ganhavam tendo gestos escorreitos!"

 

*Maribel Maia

"Alguns amigos são como anjos em nossas vidas!!"

 

*Mª. João Brito e Sousa

"O quente e manso olhar dos inocentes"

É também património dos humanos,

Tal como as penas dos seus desenganos

Que lhes pendem das asas sempre ausentes

 

Nesses eu creio, sim! Creio nas gentes

Que ainda que minadas pelos anos

Arrastam pelo chão os rotos panos

Com que cobrem os corpos decadentes

 

Creio também nos muito pequeninos

Cujos futuros estão ameaçados,

Que nada sabem sobre os seus destinos

 

E que desenham anjos dos alados

Tal como eu fiz em tempos, que os meninos

Sempre o fizeram, se foram amados."

 

*Zé Onofre

"Acreditar,

Todos acreditamos em algo

Real,

Quanto a realidade o pode ser,

Transcendente,

Quanto a transcendência possa haver.

 

Tenho uma crença

No Ser Humano

Tão efémera e frágil

Como é a Humanidade.

É uma centelha

Que A acompanha

Desde o berço profundo

Em terras de África,

E A seguirá até às estrelas,

Ou mais além.

 

É uma crença certamente vã

Como poderá ser outra qualquer.

Mas sem uma crença

Vã seria a vida."

SmartSelect_20230418_234133_Chrome.jpg

Imagem ilustrada da citação da internet

** Rosas, fotografia de Mafalda Carmona 

11
Abr23

Há mar e mar...


Cotovia (MC)

IMG_20230411_081704.jpg

*... há ir e há voltar...ou porque neste grande mar das palavras todos somos pescadores...ou porque é mais fácil fazer chorar do que fazer rir, mas o caminho da alegria está livre e o do pranto cheio de pedras, porque nem chorar nem rir tiram da frente a vontade de aprender a nadar nas ondas deste mar...ou ainda a propósito de aprender a navegar nas correntes deste oceano da imensidão da poesia, aqui deixo a minha pescaria deste dia, nesta minha vida de Cotovia:

 

Viagem

 

Tivera nascido h'je, e era poeta.

Ess'outra, sem marcas do passado,

Seguiria por caminho atapetado,

Longe do fado d'escrita pateta.

 

Mas aturdida e d'sassossegada,

Não percebe o tónico som da viagem,

O seu fim é o destino da vã miragem,

E o seu descompasso 'ma grande piada.

 

Com esperança e força de vontade,

Segue em frente com desvelo e paixão,

Nos braços da partilha e d'amizade.

 

Olh'á poesia escrita nas estrelas,

Estuda rima e divisão à exaustão,

Sonha com perfeições, vive sem elas.

 

Mafalda Carmona (11/04/23)

03
Abr23

Vitória


Cotovia (MC)

IMG_20230403_090549.jpg

 

Se eu tivesse nascido ontem,

Porventura não seria eu, seria outra.

Far-me-ia anunciar como pesada Patorra.

Assim sou leve, vou devagar e com cautela.

Medindo o terreno, ocultando o caminho,

Iludindo os sinais que levam ao ninho.

Marco passo na alegre madrugada,

Visto a pele da singela Cotovia.

 

Se em voo rasante escutaste o grito,

Foi porque no chão escavaste vil artifício.

A coberto da noite engendraste torpe canção, 

E pela manhã te encontrei em tão fútil traição. 

Quem de baixo me quis enganar ficará aflito,

E quem do alto me amar, irá voar comigo,

 Será até às estrelas que te darei abrigo.

Com lealdade te chamo meu amigo.

 

Venho de cima, tenho um presente,

De um passado livre que é recente.

Que desconheces, é a Fraternidade.

 

Se quando olhas para ti não a sentes,  

É chegado o tempo do teu chamado:

Abraça a vida, o céu, e a boa vontade.

 

Perdeste a guerra, ganhou a verdade. 

Estás condenado à partilha da felicidade,

Lembra-te do meu nome, é Liberdade.

 

Mafalda Carmona 03.03.23

Quem é esta Cotovia?

Sigam-me Noutros Voos

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Calendário

Setembro 2023

D S T Q Q S S
12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Voos de Outras Aves

Voar ao calhas

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D