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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

23
Jun24

Tanka de Domingo


Cotovia@mafalda.carmona

IMG_20240623_114039.jpg

Tanka {Versão em Português}

 

sol que vem libertar a alma

 

na pureza côncava

é líquida a superfície

de antiga baixela

 

poeira em luz de verão

vive em tónica imperfeita

 

Este tanka é inspirado na tradição de Masaoka Shiki, uma figura central na poesia japonesa moderna. No final do século XIX, Shiki revolucionou as formas do haiku e do tanka ao enfatizar a observação e a beleza da natureza e do quotidiano simples e imediato. Na sua curta vida, e em função da doença e limitação física, permaneceu muito tempo no seu pequeno quarto, de onde tinha vista para um minúsculo jardim. Dos 26.000 haikus que escreveu, a maioria retratou o imediato contexto físico e também as visitas de amigos, da sua irmã e da sua mãe.

Neste tanka, o título complementa o poema, refletindo uma interpretação contemporânea deste formato, que me apaixonou após uma certa estranheza inicial pela sua característica forma minimalista e sucinta.

Espero que gostem deste tanka, num exercício poético de como ele pode existir no século XXI, numa interpretação que tem muito potencial para o praticante poder ver o mundo com foco nos mestres da antiguidade, numa luz renovada.

 

Não sei se partilham deste encantamento pelo tanka, Pessoas, nem quais sentimentos ou imagens este, e no geral, os Tankas vos proporcionam. Compartilhem as vossas impressões e pensamentos nos comentários, serão muito bem-vindos.

Viva a poesia, e viva a dinamização de todos os formatos, da aldravia ao tanka, do haiku ao villanete, do soneto ao verso livre, das ecfrases à prosa poética!

Feliz Domingo, o primeiro deste Verão 2024!

IMG_20240623_114039.jpg

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21
Abr24

Dia do Sol


Cotovia@mafalda.carmona

1713484295878.jpg

 

Domingo

Dia do Sol
{Poema}

A mais bela das imagens
O brilho mais quente e profundo
Corre através da borda da janela
Onde o calor do sol flui suave.

Sob o ritmo da floresta um carro desliza
Numa distante e cinzenta estrada
Com a promessa de sol, abraço quente
Nos bancos de couro, as memórias brincam.

Qual é a tua memória mais querida, diz-me?
A tua alegria antiga, consegues recordar?
Na noite, antes dos sonhos nascerem,
Reflete sobre isso, deixa-te levar.

As respostas repousam na luz de Domingo
Manhã fresca, deleite para o coração
Com os sentidos plenos, abraça a visão
A paz chegou por ti, voa!

@mafalda.carmona
24.03.2024 | 8:30 hr

My Sunny Day
{Poem}

The most beautiful image
The warmest, deepest glow
Guiding through the window's ledge
Where sun's warmth gently flows.

A car glides 'neath the forest's pace
On a far distant, gray highway
With the sun's promise, bright embrace
On the leather seats, memories play.

What's your dearest memory, may tell?
Your ancient joy, can you recall?
In the night, before dreams swell
Reflect upon it, let it enthrall.

All answers lies in the Sunday's lights
Morning fresh, your heart's delights
With senses full, embrace the sight
Peace has come for you, flight!

@mafalda.carmona
24.03.2024 | 08:00 hr

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#cotoviando
#poetando

12
Mar23

Sofia...


Cotovia@mafalda.carmona

  • ... era uma menina pequenina, e nos seus olhos de 2 anos e muitos, o mundo era feito de pessoas boas e generosas, como o "seu" J. e a Dona.B. a quem chamava TiTi.


Sofia vivia com a sua mãe, e cedo percebeu, também com as suas duas irmãs, mais velhas, a viverem na vertiginosa adolescência, uma loira e outra morena, tal como a canção de João, aliás Marco Paulo, mas que Sofia não podia, então adivinhar. No entanto, por detrás dos olhos de castanheiro serenos, Sofia adivinhava outras coisas, que registava calada e guardava delas segredo, porque as crianças são quem guarda, melhor, os maiores, e por vezes, os mais terríveis segredos.


Para a Sofia, havia coisas raras e estranhas na família. Desde já nunca vira o seu pai, e dele só sabia o nome, o papá J.

No entanto tinha o "outro" papá, o seu J, homem cheio de candura que trabalhava em Vila Franca de Xira, a levava ao cinema de bancos corridos ver filmes nas tardes dos domingos, lhe trouxe um cachorro abandonado na estação do comboio, a quem a mãe de Sofia chamou Bonnie, e no fim de vida o empurrou para as mãos de um caçador, porque descobriu tardiamente que a sua vocação era ser cão farejador, mesmo se Sofia sabia que o Bonnie estava velho, meio surdo e cego, ficou feliz em saber que graças ao seu nariz, lá se iria realizar o seu destino de cão preto e barbudo, meigo e obediente, a caçar nuvens no céu azul.


Este outro J. dividia a vida com a sua esposa, a Dona B. a Titi de Sofia que a levava a passear à praia, fazia croché debaixo do chapéu de Sol, enquanto Sofia, em sua pequena sabedoria construía pontes e túneis nas areias alvas da Costa da Caparica, antes de regressarem de comboio para o parque de campismo, onde no balneário  tomava um belo banho, para levar os restos de areia, e trazer sonhos bons da cor do mar e do por-do-sol cor de rosa.


Dizia quem nada sabia desta família e da sua estranha geografia, a culpa da sua desventura, tinha sido de uma tempestade em mar alto, que a tinha amaldiçoado, na viagem de transatlântico daqui até as colónias lá muito distantes, entre paisagens tropicais e marés dissonantes.


Dizia a Sofia, no dia em que o seu papá J. chegou com uma boneca pela mão para a levar mais a mãe e irmãs para terras distantes, "Não és o meu J, aquele é que é o meu J. Não te quero nem à boneca."


Mas nem os apelos nem o choro, nem o seu J. e a sua Titi, lhe valeram, e nas vagas do Atlântico adivinhou com toda a certeza o naufrágio daquele Titanic: "A minha vida nunca mais vai ser a mesma..."

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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