- A vida desta Cotovia é uma coisa engraçada, ou mágica, ou trágica ou banal e normal ou todas as anteriores, não sei bem. Seja como for, estamos na beira de uma coisa controversa, e que está a acontecer aqui no blogue da Cotovia e Companhia...
Pois vejamos, uns poucos dias depois de afirmar que este blogue tenta ter uma politica de "política free", e que, de preferência não escrevo sobre política aqui...
Aqui estou para fazer isso mesmo.
Como sempre, é o título deste post a dar o mote, pois além de estarmos num sistema democrático, o blogue é meu e portanto escrevo, com esta asinha que a natureza me deu, sobre o que entender. E, não estarei a dar uma informação difícil de confirmar, se disser que esta é a primeira vez que faço este voo declaradamente... político.
Como cada acção tem uma causa, a causa deste post, que não é um monólogo, pois trata-se de uma "carta aberta", ou "comentário aberto", cujo conteúdo é uma resposta a um outro Blogger do Sapo, neste caso o Z. Z por nenhum motivo especial, apenas Z, de Zulu como no alfabeto fonético, por exemplo, ou Z de Zoo. Dá-se o caso de a Cotovia ter colocado uma questão, política, na sequência da leitura de um post nesse blogue, e, ter obtido uma resposta. Resposta essa que mereceu a melhor atenção da Cotovia, que afanosamente, e de modo empenhado, elaborou uma resposta para submeter no blogue do Z.
Pois dá-se ainda o caso de após ter escrevinhado, ou seja teclado, no écran do telemóvel, revisto os erros de ortografia, gramaticais e lapsos do amigo (inimigo) corrector, quando carrego no botão do "comentar"... Nada. Após várias tentativas sem conseguir submeter o comentário (pensando sobre isso, provavelmente excedi o limite razoável de palavras para um comentário, admito, não sou minimalista) pensei, ora esta?! Então e agora?!
Agora é um copy-past e vou publicar no meu blogue e espero que a resposta chegue ao seu destinatário e de caminho a todos os que por aqui passam...
Até porque, já o disse Saramago, o José, e nomeadamente escritor Prémio Nobel :
"O blog vai iluminando o caminho do seu autor, é essa a sua virtude."
in O Caderno, José Saramago, Porto Editora, FJS, Biblioteca Municipal de Sesimbra
Um "à parte", lá por 2017, no outro espaço onde também escrevinho umas coisitas, no Facebook, por causa de uma manifestação de opinião política como esta, fui "desamigada" por uma meia dúzia de pessoas, mas mesmo assim, ou mesmo por isso, vou definitivamente seguir em frente, e continuar com isto do expressar a minha opinião, "santo" LMM me valha, aqui vai:
"Olá Z., antes de mais obrigada pela sua disponibilidade para o diálogo. Naquilo que escreve, de facto, e apesar de não ser uma aula de história, relembrou-me a minha professora mais querida, que leccionava a minha cadeira preferida, (ou que passou a sê-lo depois da Professora) História. (falei da Professora L. num monólogo anterior sobre os descobridores e os achadores.)
Preferida porque me ensinou muitas lições, pessoais, culturais e obviamente de história (ou aquilo que foi a minha interpretação do que foi leccionado).
Lição pessoal foi a de que conseguimos conciliar os estudos e o saber ao longo de toda a vida, com ou sem filhos, família, amigos, trabalho, pois o saber e aprender é uma necessidade básica, faz parte, como respirar. Não se pensa vou respirar daqui a meia hora ou amanhã, não. Tem de ser em continuidade. Assim é o saber e aprender segundo a Professora L. e eu concordo e subscrevo.
Depois a questão da verdade.
A verdade transmitida historicamente não é a verdade absoluta, existem lacunas de informação, perdida ou omitida, e pela impossibilidade da nossa observação directa, não estávamos nem podemos estar presentes em todos os acontecimentos históricos, portanto o que existem são versões da história. Podemos, inclusivamente, observar como as pessoas presentes num determinado evento retiram dele "versões" tão diversas quanto a individualidade das suas personalidades, até mesmo no âmbito familiar. E assim é, também, na esfera da história, dos acontecimentos sociais, civilizacionais, culturais, religiosos, onde a capacidade de observação é atingida pelo chamado viés, e consequentemente as conclusões que daí resultam não são universais nem transversais.
Falando da democracia.
Logo no início do estudo da disciplina de História, que se repetiu na Universidade na disciplina de História de Arte e Arquitetura, a Grécia é apresentada como o berço da civilização ocidental, e com ela a invenção da democracia, assim como do direito, da arquitectura e urbanismo, artes, filosofia, ciência, matemática, um legado imenso que perdura até Hoje. Portanto, os princípios da democracia tiveram aqui, digo lá, na Grécia antiga, a sua origem, tendo-se desenvolvido e aperfeiçoado até aos dias de Hoje, continuamente.
São, Hoje, estes princípios que, em termos sociais, culturais, artísticos, económicos e religiosos, permitem a todos os cidadãos terem iguais oportunidades, terem sindicatos que os representam, partidos que elegemos para nos representar nos municípios, na assembleia da república e que escolhemos para integrar o governo, que nos permite ter tribunais (nacionais, europeus e internacionais) justiça, leis, deveres e direitos, constituição, segurança social, educação, saúde e quando alguma destas entidades falha, temos o direito a nos manifestarmos e apresentarmos as reivindicações que entendermos, cumprindo regras, mas em liberdade.
Assim, ninguém me cala, nem a si, nem ninguém neste País, nem nesta Europa.
Nem me impedem de sair da minha aldeia, vila ou mesmo do país, de viajar, de trabalhar no que entender, de escolher com quem falo, o que vejo na televisão, que jornais leio, a que reportagens assisto, entre tantas outras liberdades que tomamos por garantidas depois da revolução de Abril, que acabou com uma das ditaduras existentes na Europa, tal como acabaram as ditaduras em Espanha, Itália e Alemanha. Infelizmente, Hoje, existem ainda ditaduras, onde o povo continua a ser oprimido, desrespeitado e escravizado.
Não é o caso do nosso país, nem da Europa, graças a estarmos integrados na união europeia, na ONU e também por fazermos parte da NATO. Portanto, para mim, a democracia em liberdade, é um sistema que funciona. E funciona se estiver apoiado noutros garantes da liberdade, necessários, pois como tive oportunidade de esclarecer noutro post através de um ditado popular "às cobras e às ervas daninhas, cortam-se as cabeças quando são pequeninas".
Finalmente chega a liberdade.
A liberdade que é possível em democracia, é para todos, incluindo os que contra ela se podem manifestar e os que dela dependem para livremente e democraticamente se expressarem pela escrita, pela arte, pela cultura, pela criatividade, pela comunicação, porque estão garantidos os direitos colectivos e individuais. A riqueza de quem produz a arte, a riqueza de quem produz o pão, a riqueza de quem produz seja o que for, está garantida pelo sistema democrático, e, se não estiver, podemos lutar para alterar as leis, para as adequar, pois podemos contar com um sistema onde a união faz a força, onde defendemos todos juntos a liberdade, e a democracia é o meio para tornar possível a igualdade, a justiça e a riqueza.
Quando uns poucos decidem por todos, sem que sejamos todos chamados a participar, é ditadura.
Por isso, democracia somos todos nós, e o sistema democrático é aquele onde a liberdade anda de mãos dadas com a democracia. Porque em democracia continuaremos a lutar para criar a riqueza, seja ela cultural, económica, social, e também riqueza política, e não é um sistema perfeito, carece de melhorias, sim, mas são melhorias possíveis e alcançáveis pelo Diálogo, pela Paz, pela Consciência Social, pelo Respeito, pela Resistência, pela Natureza, pela Luta se necessário mas sempre em Democracia.
Por isso, quanto a mim:
Viva a Educação!
Viva a Paz!
Viva a Prosperidade!
Viva a Liberdade!
Viva a Fraternidade!
Viva a Saúde!
Viva a Democracia!
E viva o Sapo Blogs por existir e nos permitir a troca de ideias e argumentos num diálogo que se pretende... enriquecedor.
Obrigada Z., cumprimentos.
Mafalda Carmona