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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

08
Mai23

Voo de Pedra


Cotovia@mafalda.carmona

IMG_20230508_084908.jpg

(*)

Voo de Pedra

**

Saíram a passear, suave alegria,

tendo a hora dourada como guia,

de quem, simplesmente, segue a magia

do inevitável ocaso do dia.

*

Os melros trocaram trinados leves,

em dueto de dulcíssima harmonia,

deitados na tarde que se sentia,

nas ervas frescas, pousaram breves.

*

De manto negro, quente e brilhante,

compõem melodia plena de amor,

que chega às crias no ninho distante.

*

Quando o materno voo é pedra caída,

os pequenitos ficam sem amparo,

 pois nem o pranto lhe devolve a vida.

****

Mafalda Carmona

07.05.2023 23.30h

(*) Desenho a carvão de Mafalda Carmona 15.10.2022

P.S.

Escrevi este poema baseado numa memória de um episódio a que assisti perplexa, onde fiquei consciente de que o bem-querer existe entre as aves. Quando à inspiração para o formato em soneto, foi inspirado pela leitura do postal de hoje no  blog da Poetisa Maria João Brito de Sousa, onde poderão encontrar a Coroa de Sonetos da sua autoria e do Poeta Custódio Montes, "Nem Peixe Nem Ave, Quero Ser Humano", aqui fica o link para o blog poetaporkedeusker.

"E assim que o Sol nasça, acorrem bem despertos,
Ao verso que acorda de braços abertos
E de sonhos, outros, os poemas se enfeitam."


Despertas de sonhos, estas coroas estão vivas, respiram, voos de outras aves elas inspiram.
Voos que poderiam ser animados, senão fossem de pedra, vicissitudes que acontecem na vida de humanos e também na vida de outras aves.
Serão humanas ou não, isso está por descobrir, mas o soneto está desperto e a sorrir.

Um bom dia, queridas Pessoas ( e aves e Aliens) ! Boa semana!

P.S.#2

Há um adágio que era muito usado pela minha avó materna, costureira de profissão, mulher independente e muito exigente, que era o seguinte: "o que se borda de noite, desfaz-se de dia", no sentido de que a falta de iluminação noturna implicava incapacidade de fazer os pontos e os remates em condições de resistir ao uso do dia ou ao "primor" exigível na execução.

E... assim foi que hoje de tarde reescrevi parte dos versos, nomeadamente os dos tercetos, mantendo o decassílabo, harmonizei a sonoridade, julgo que mais agradável nas ligações no interior dos versos.

Outra alteração que seria necessária, mas que não faço ideia de como a poderei corrigir, é a rima dos quartetos, pois enquanto escrevia o poema, retive vagamente a ideia, de que a rima dos quartetos não está nem ABBA, nem ABAB...sobretudo do primeiro quarteto, mas esqueci completamente e publiquei esta manhã tal como estava.

Quando li o comentário do José da Xã, que notou essa falta de rima, foi apenas quando, incrédula lembrei que tinha esquecido!

E assim, aqui ficam as notas explicativas deste exercício poético, espero que me desculpem Pessoas!

 

19
Mar23

Um presente no dia do Pai...

Republicação de 2018


Cotovia@mafalda.carmona

Ou, a visão em túnel dos pais quando partilhada pelas filhas
 
  • Quando a nossa filha mais velha foi para o infantário, que em Espanha por influência da romanização se chama “parvolário”, (sendo que de pequenos, os pequenos e pequenas infantas, só têm mesmo o tamanho pois são grandes pensadores), e chegado o dia do Pai anunciou satisfeitíssima, depois de lhe dar a prendinha que consistia num gigante coração em massa de modelar pintado na cor preferida do pai:
 
“Pai, já sei que prenda te vou dar daqui a alguns anos quando fores velhinho!”

pai10.jpg

“Ah? Como assim? Que prenda?”- Perguntou o pai P. já a pensar: “Daqui a “alguns” anos?! Não será “muitos” anos?!" Estaria ele nesta complexa discussão com a sua perplexidade, quando a resposta chegou:
 
“Vais para um lar de velhinhos para tomarem conta de ti, e ficas lá muito bem, é o melhor para ti.”
 
E aqui o pai P. ficou orgulhoso da sua infanta! Muito bem, isto é que é ter visão. Ficou radiante! O futuro estava salvaguardado: a filha ia fazer tudo para providenciar um lar para passar a sua velhice descansadito! E estava a pensar nisto aos 3 anos de idade. Maravilha! A melhor prenda de sempre!

texto dia pai.JPG

 

Pelo meu lado, fiquei horrorizada, mesmo, e, perto do pânico, perguntei: “Mas porquê filha, porque vai o pai para o lar?”

 

“Porque o pai tem o trabalho, e quando for velhinho já não vai trabalhar e vai precisar de ocupar o tempo! Sabes, eles nos lares fazem muitas coisas e ele assim não se vai aborrecer!”

 

Anunciou a nossa filha igualmente contente porque assim não precisava de se preocupar com o futuro do pai e das prendas do dia do Pai! Tinha encontrado a prenda per-fei-ta!

Até hoje brincam imenso com o assunto, sabendo que, de parte a parte, é mesmo assim que vai acontecer, ambos satisfeitos com visões partilhadas de como resolver problemas e tomar decisões, a tal visão túnel, de uma pessoa, um problema, uma solução... e rápido, de preferência já.

Foi de facto a melhor prenda de sempre!

 

Feliz dia do Pai a todos!

 

P.S.

Links para a autora das ilustrações Snezhana Soosh: https://www.instagram.com/vskafandre/

http://vskafandre.com/app/#/portfolio/#mainMenu

 

21
Nov22

É Natal...tempo da pomba branca.


Cotovia@mafalda.carmona

Do nascimento de Jesus e do espírito do Natal.

 

  • Olá Pessoas! Começamos a estar cada vez mais próximos do Natal e das festas desta época, altura de renovação na fé da bondade e da entreajuda, também da esperança.

noitedenatalpresepiojpg2.jpg

Imagem: reprodução do de uma ilustração de Maria Keil> para a 1ª edição > de A Noite de Natal , de Sophia de Mello Breyner Andresen, em 1959. in Calendário Ilustrado 2008 >, da Associação para a Promoção Cultural da Criança ( APCC )

Neste tempo, e até ao dia de Reis, o espírito do Natal mora dentro de cada um de nós, e no caso desta Cotovia, é automaticamente associado aos canticos desta altura. Porque se há quem cante e dance com lobos, quem o faça com baleias, quem esteja esteja em andanças e trovas ao sol e a lua, e, porque cada um é livre de fazer da sua vida a dança com a banda sonora que entender, as cantigas desta Cotovia, nesta época, vão buscar à Beira Alta, por onde (m)anda a tradição materna, o canto pastoril d'Ó meu menino Jesus, que se canta na noite de Natal.

texto o vestido encarnado.JPG

Cantiga pastoril de Natal


Para as Pessoas da Companhia da Cotovia e Companhia não será uma novidade que esta criatura (segundo-autor) Cotovia, vá partilhando "nesta coisa onde escrevo" (como as Pessoas da família chamam ao blogue) exactamente essas, várias,  "coisas que escrevo".

Desde o comentário de um outro utilizador do espaço do Sapo,Zé Onofre, onde pude ler as Poesias que escreve, fiquei ainda mais convencida da necessidade de comunicarmos uns com os outros.

Só assim percebo, cada vez mais, que, mesmo se as vacas que conheço são como o gato malhado de Jorge Amado, isso não faz com que todas as vacas deste imenso Mundo, sejam malhadas. Ou seja, lá porque não conheço mais de 1% do conhecimento, isso não faz desaparecer, e ainda bem, os outros 99%! Nem desaparecem as Pessoas detentoras desse conhecimento, diferente do meu... ora, senão o comunicarem, serão livros perdidos da Biblioteca de Alexandria: não existem! 

Também percebi que estas Poesias estavam trancadas e relegadas ao esquecimento numa gaveta, e, senão fosse a despróposito de umas obras em casa, nunca o seu propósito chegaria até nós, como diz Zé Onofre nas suas Notas à margem:

Zé Onofre.JPG

"Zé Onofre" no Sapo

Assim, perdi eu também a vergonha (como a cegonha de Richard Zimler).

Richard Zimler.JPG

Richard Zimler no Facebook

Em grande afã (o afã é a caracteristica mais premente na Cotovia na presença das descobertas ou achamentos) procurei na cave a mala para onde atirei, ao longo dos anos, folhas de papel todas escrevinhadas, com esboços de poemas e textos.

rascunhos.jpg

Rascunhos de textos e poesias da minh'A Mala Esquecida, Mafalda Carmona em A.M.E. Poemas e Textos (PT)


"D'A Mala Esquecida" passaram de rascunho a coisa um pouco mais organizada e vou fazendo umas ilustrações com técnica de colagem digital, para as acompanhar nas publicações.

Como, relativamente ao calendário do advento, a preparação do Natal se inicia no sexto Domingo antes do Natal, podemos considerar que estamos, inequivocamente, na época natalicia!! E, penso que de todas as coisas que podemos escolher fazer, não apenas nesta época, mas especialmente nesta época, é partilhar, sejam os nossos sonhos, defeitos, falhas, receios, alegrias, impaciencias, missões, ideais, enfim, tudo o que somos, pois, ao fazê-lo somos mais do que só mais um, num Todo muito maior, somos, o Todo!

Até porque, na verdade, não precisamos do calendário do advento, nem das chamativas imagens comerciais para tudo e mais três pares de botas, em todos os canais de televisão e das superficies comerciais, nem das iluminações nas ruas, para podermos ter, e exercer, o espírito do Natal, seja nas mensagens, seja na partilha ou pela entreajuda.

E é isto Pessoas. Não deixo aqui a bota de natal, encarnada com pompons brancos de neve e atacadores de cordas de rebuçado, do Santa Claus, mas sim mais um poema:

 

O Vestido Encarnado

Jorge Amado rima com Gato Malhado,
Em Maestria sem comparação,
Com a escrita desta criatura penada...
Que, infeliz, rima com quase nada,
Senão com a desdita da Conceição:

Do meu galho vejo criança pequenina,
Os pés descalços e vestido encarnado,
Já muito encardido e esburacado.
Que pede à porta com voz de menina:
"Óh S'nhora, por favor, um rebuçado?"

À senhora foge-lhe a voz e o chão,
Pensa no frio, na chuva e na lama,
Perde a coragem para dizer: não!
Pensa para si, como vive esta alma,
Só, nesta desolada situação?

No centro do peito está uma cruz...
Pergunta a figura em aflição:
"Estás sozinha, como te chamas?"
"Óh S'nhora, o meu nome é Co'ceição,
E 'stou com José, Maria e Jesus."

Como é possível este Mundo,
Ser tão desumano, terrível e imundo?
Tão perdido, vão e enlouquecido.
Para quem a gerou perder o tino?
E a tomar por restos de anjo caído?

Quem encarnou nesta criança?
Será possível que alguém,
Senão daqui, alma do Além,
Cuide dela com respeito e afeição?
Sem desdém? Sem desconfiança?

30 anos passaram desde então.
Ainda hoje me lembro desta estória,
Quando os dedos de uma mão,
Fazem soar na madeira da porta,
O esgaravatar da minha memória.

Como o som de crianças a gritar,
Cães a uivar, árvores a desabar,
Ossos a estalar, tiros ao azar.
E também, triste, o som do coração,
Que chora no corpo da Conceição.

Poema e ilustração de Mafalda Carmona, in AME Poesia e Textos (PT)

Vestido Encarnado Poesia.jpg

 

17
Nov22

Ame Poemas, Ame a vida!


Cotovia@mafalda.carmona

Olá Pessoas!
 
  • Andei aqui a ver quais foram "as coisas que escrevo" na página irmã da Cotovia e Companhia no Facebook (aqui) com maior número de visualizações, e, surpresa, um dos meus poemas de 2013, parece, que vos agradou! Assim sendo, fui à minha mala dos guardados a que chamo "A Mala Esquecida", abreviando para AME, de poesia e textos (PT) avulsos que vou escrevendo conforme a inspiração.
 
Encontrei este:
 
 
A Mala Esquecida
 
Se agora viste tudo, ainda bem!
Meu Bem, só te faz muito bem...
Para teu governo vou-te dizer,
Que me enganaste como ninguém.
 
Por isso fica sabendo:
Vais para a mala do esquecimento,
Onde depois serás descartado,
Só porque agora não tenho tempo.
 
Se te arrependes porque acabou assim,
Temos pena pois pelo menos para mim,
Só resta deixares-te ir até ao fim.
Que eu fico por aqui... assim...
 
Sem ti... Tão bem!
 
 
Poema e Ilustração de Mafalda Carmona
in A Mala Esquecida Poemas e Textos 2022
A.M.E. Poesia e Textos PT!🐦

A Mala Esquecida AME Poesia.jpg

Poema e Ilustração de Mafalda Carmona, in A Mala Esquecida, Poemas e Textos, 17 Novembro 2022

 

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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