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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

30
Jul24

Viagens


Cotovia@mafalda.carmona

IMG_20240728_171416.jpg

 

Viagem por Mim

{Poema livre}

 

Mulheres e homens, tantas as viagens,

pessoas inteiras, mentes inquietas,

nelas me achei, por elas me reencontrei,

não vão sós, nem estão desacompanhadas.

 

O troar do galo abre a manhã ingénua,

pano de verão que cai pelas colinas,

vai até ao balão de Paris olímpica,

é vila cidade de jogos perpétuos.

 

Por Veneza nadam arranha-céus, deitados,

cruzeiros refletem estranhas miragens.

Catedrais discretas, secretas figuras,

povoam lagunas, guardam passagens.

 

Desde as ilhas a sul, até à Islândia 

saltimbancos das águas e oceanos,

em vôo de Bijagós, vogam nas paisagens,

irão aventurar-se, e, talvez, enamorar-se.

 

Cantam belugas brancas no mar de Nunavut,

por entre a tundra, sons pintados em glória.

Nas ruas das cidades da Venezuela,

secam mudas raízes com fome de história.

 

Por todo o lado gente desprotegida,

escombros de jovens vidas derruídas.

Do oeste ao oriente, esmorecem continentes,

foge a paz no desespero das memórias.

 

Há ainda esperança no imponderável,

mãos que se amparam no intervalo do medo,

um toque de fé, ténue luz nas ruínas,

e amanhece a vontade por mais um dia.

 

Cardumes de palavras no mar do Cabo,

correm por mim tantas vozes em poesia.

No azul mediterrâneo, crianças,

vêm nas marés, são ondas desfeitas.

 

Quem me dera sabê-las no meu quintal,

no pequeno rectângulo de Portugal.

Investidas de um sabor tão especial,

temperadas de vento, bravura e sal.

 

Seria bom viver em serenidade,

encontrar um lugar dentro do respirar

das pessoas de incomum sensibilidade, 

que, em mim, felizes, estão em viagem.

 

 

@mafalda.carmona 28.07.2024

 

Este poema foi escrito como resposta ao desafio de segunda-feira da @ofeliaempoesia , com inspiração e, ou, influência do poema de Mia Couto, Carta, in Raiz de Orvalho e Outros Poemas -Ed. Caminho Grupo Leya-, e na escrita de Gonçalo Cadilhe, in Um Lugar Dentro de Nós, Ed. Clube do Autor, e no poema de Andreia C. Faria, Tenho Inveja do Vulcão:

 

Tenho inveja do vulcão 

Tungurahua, Etna, Vesúvio 

são nomes de perfeita percussão 

 

Mesmo o Stromboli, com seu

nome de palhaço feliz,

deu ao cinema um ombro agreste

para contracenar com Deus

 

Dickinson, que nunca viu um vulcão 

(bastava-lhe não ter visto uma catedral),

ficava em seus degraus e trazia-o

pela mente até à cerca do quintal

 

As fúrias do vulcão são amadas 

por quem ele despe e desfeita

(A lava, crêem, é a pura língua 

do diabo que beija o sovaco)

 

Também eu, ao chegar a casa, resmungo

para o ar, e no escuro a minha boca

escuta a sezão das estrelas

 

Mas a mim ninguém me ama

Como um prometeu incapaz do fogo,

sóbrio sísifo subo a encosta 

e escrevo tensos versos que coxeiam

 

"Não são as pessoas que fazem as viagens, mas sim as viagens que fazem as pessoas." John Steinbeck 

 

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04
Mar24

O Prazer...


Cotovia@mafalda.carmona

IMG_20240304_111222.jpg

 

...da Leitura - Marcel Proust.

{Livros e Leituras}

Da colecção "gabinete de curiosidades" que deduzo venha da tradução de um objecto que me apaixona, este pequeno livro, um "curiosity cabinet" é um lugar reservado a relembrar as nossas preciosidades, em leituras, colecção de memórias com formatos muito diferentes, e começa assim:

"Não há talvez dias da nossa infância que tenhamos tão intensamente vivido como aqueles que julgámos passar sem tê-los vivido, aqueles que passámos com um livro preferido¹. Tudo quanto, ao que parecia, os enchia para os outros, e que afastávamos como um obstáculo vulgar a um prazer divino: a brincadeira para a qual um amigo nos vinha buscar na passagem mais interessante, a abelha ou o raio de sol incomodativos que nos obrigavam a erguer os olhos da página ou a mudar de lugar,(...)"

Em nota ² podemos ler (não a ¹ que é uma outra referência não relevante para o contexto deste meu postal):

"Confesso que um certo emprego do imperfeito do indicativo - desse tempo cruel que nos apresenta a vida como qualquer coisa simultaneamente efémera e passiva, que, no próprio momento em que define as nossas acções, as impregna de ilusão, as dilui no passado sem nos deixar como o perfeito, o consolo da actividade - permaneceu para mim uma fonte inesgotável de misteriosas tristezas."

E aqui chegando, a pergunta que tenho é a seguinte:

É a leitura uma fonte real de prazer, e é esse prazer fonte de inspiração e motivo para se querer, também escrever? Se partirmos do pressuposto de que todos somos inicialmente leitores e só depois surge a vontade, e capacidade, para escrever.

Além deste jogo de palavras em forma de questão, fica a lista de alguns dos meus livros amigos, pois cada um contribui para construir a pessoa que sou. Apesar de não ter nada contra os e-books, quando em papel, cada um me traz o momento em que o encontrei, ou quem o ofereceu, e a época em que o li, memórias preciosas.

Sem ordem especial, assinalados os lidos. Serão para ler e reler, é sempre bom voltar onde fomos felizes, gosto desse risco. Outra pergunta:

E vocês? Quais os vossos riscos preferidos? Risos também, nunca estão a mais.

Finalmente ficam os votos de uma semana muito feliz para todas vós Pessoas, e a lista de alguns dos livros que amo e outros que poderei vir a amar:

Gabriel García Márquez Viver para Contá-la D.Quixote
António Damásio O Sentimento de Si Círculo Leitores ✓
Matthew McConaughey Luz Verde Lua de Papel✓
Rosalie Ham A Modista Presença ✓
Clara Pinto Correia Mais Marés do que Marinheiros Relógio de Água ✓
Hernest Hemingway O Velho e o Mar Livros do Brasil ✓
Alan de Botton Uma Semana no Aeroporto D. Quixote
José da Xã Quatro Desafios de Escrita ✓
Ludgero Nascimento dos Santos A Mulher do Comandante Alfarroba ✓
Francisco Carita Mata De Altamira Fiz um Ramo ✓
Ricardo Araújo Pereira Coisa que nem Edifica nem Destrói Tinta de China
António Lobo Antunes O Esplendor de Portugal D. Quixote
Chitra Banerja Divakareem A Senhora das Especiarias Booket ✓
Miguel Sousa Tavares Rio das Flores Oficina do Livro.

Como não poderia deixar de ser, um terceiro momento para mais uma pergunta:

Numa frase, ou num parágrafo, querem partilhar a descrição de qualquer coisa que amavam fazer quando crianças, e como isso vos fazia sentir?

Beijinhos e Abraços a todas vós Pessoas Lindas (e para as feias como eu... também).

Boa segunda-feira, bom início de semana!

24
Jul23

Galáxia

{Soneto Alexandrino}


Cotovia@mafalda.carmona

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  • (1)  A fotografia que acompanha este postal da Cotovia é lindíssima, inspiradora e da autoria do Fotógrafo X, bloguer do SAPO Blogs, autor do blog "Memória Fotográfica".

Como é frequente aqui no SAPO, as leituras e fotografias que os bloguers partilham nos seus cantos, geram outras partilhas, e são inspiração para outras palavras, reflexões, escritas, pensamentos, numa dinâmica muito própria deste espaço e comunidade, uma das melhores características que aqui encontrei é esta saudável atitude de troca de experiências, bem como a generosidade e apoio entre todos.

Aqui, foi esta flor de mimo-de-vénus, mais especificamente um pormenor da flor, a inspiração para o poema deste postal da Cotovia e Companhia,  "Galáxia" em https://memoriafotografica.blogs.sapo.pt/mimo-de-venus-43363

Assim, início este postal com um agradecimento ao autor pela sua partilha das imagens, que por várias vezes inspiraram a Cotovia a escrever poesia.

E porque, como diz o ditado, "quando há primeira poderá não haver segunda, mas se existirem duas serão então muitas mais", ou algo semelhante em sentido pois as interpretações da Cotovia no que diz respeito a ditadados populares e adágios são muito particulares, será esta a quarta vez que tenho a possibilidade de ilustrar um poema com uma fotografia do Fotógrafo X, depois da "Flor II", "Apis mellifera" e "Flor", inpiradas nessas imagens, fotográficas, que despoletam outras imagens, escritas, em poesias, algumas em formato de soneto, tal como esta "Galáxia", desta vez em verso alexandrino, e estou convicta que pela vontade de fazer justiça à bela fotografia, será um alexandrino em condições, espero eu... E espero que gostem!

 

Galáxia 

**

Vive dentro de mim a terra do escrever

Congeminada aqui no virar de uma página,

Que não é de papel mas quem lê imagina,

Uma constelação onde me vou perder.

*

Tem vida por si só, livre e atrevida,

Criativa e veloz, longínqua como Andrómeda, 

Um órgão talvez, com música de seda

Delicada alteza de vermelho vestida.

*

Feita para espantar com clamor e paixão,

Em sublime explosão de galáxia viva,

Difícil de encontrar, fugaz revelação.

*

Ecos de um herói alexandrino incerto...

Que outro senão o verso do dragão,

Traz tamanha emoção em forma de soneto?

**

Mafalda Carmona

24.07.23 | hr. 07.18

 

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
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