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{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

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{Cotovia} e Companhia

17
Jan25

Vaga Maresia


Cotovia@mafalda.carmona

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Vaga Maresia

{Poema}

 

Deixaste-me viúva de mim mesma,

do que era a minha essência,

esse elemento abstracto,

tão subtil, que me define,

desfaleceu nos degraus do molhe,

e, incompleto, seguiu,

soprado pelas rajadas de vento

entre as sombras das nuvens,

ao sabor do prenúncio de temporal.

 

O meu silêncio, 

esse deixaste-o comigo,

despida de ti, senti a pior sorte:

A de me ver, assim, partir,

em precário equilíbrio no fio do tempo,

quando julguei ter perdido a lucidez.

 

E o meu corpo, 

esvaindo-se do quente toque,

não é apenas a aridez da ausência,

mas um destino,

o do exílio num país intemporal.

Hesito, perdida na imensidão,

na mão a aspereza do escalpe,

sob uma pele que já não me serve,

coberta de uma inesperada nudez.

 

Pela janela do mundo omnipresente,

com os olhos vazados pela paixão,

jurei, na vastidão, 

ver surgir papoilas,

com estames de lágrimas negras,

no espaço vago entre as ondas.

 

Eram, afinal, pérolas de bruto sal,

aflorando na crista das vagas imensas,

são exércitos de rainhas de cristal.

Navegam contra a nortada e turbulências,

enfrentam o final do seu destino,

armadas de lâminas feitas de escarpas.

Serão fuziladas sem clemência,

partículas de um inevitável adeus,

e então já não me saberão pronunciar.

 

No brilho do farol escuto um murmúrio,

feito de esperança,

em palavras mudas. 

Nas invisíveis linhas, vejo,

Que lançados estão os anzóis,

Preparadas as redes finas.

 

E ali, deitada no frio areal,

Sob a crueza do céu de inverno,

A aprender a língua do mar,

Traduzindo a própria morte,

Descanso, enfim. 

Procuro no horizonte o novo nome

Para a saudade me poder chamar.

Mas mesmo que o amor me alcance,

Só eu me poderei resgatar.

 

@mafalda.carmona

09.02.2025 | 21:13 hr.

Editado 17.02.2025

 

#poesia #poesiaportuguesa #poesiaautoral #poesiacontemporanea #literaturaportuguesa #escrita #poema #poetas #palavras #versos #sentimentos #arte #criatividade #reflexao #identidade #renascimento #linguagem #inspiracao #amor 

 

23
Dez24

Postal de Natal


Cotovia@mafalda.carmona

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*(Imagem Adobe Stock)

 

Postal de Natal 

 

Nesta quadra celebramos o dia em que chegaste – noite de Natal. A partir desse instante, a humanidade renasce, e o mundo deveria ser mais brilhante e quente, carregado pela esperança de que será possível vencer a inquietude do nosso tempo. Quero acreditar que a vida que recebemos é maior do que os dias sombrios que nos cercam.

 

Na consoada, és quem regressa em todas as madrugadas de esperança. És o menino que nasce, pequeno e imenso a um só tempo. No horizonte, vive a expectativa de que apareças com um abraço fresco, com perfume de estrelas, desenhado no céu de uma noite de inverno. Nesse instante, o gesto completa-se, e compreendo que nunca partiste. És presente que depende apenas de cada um de nós, e no olhar das crianças, onde permaneces, encontro a promessa de um futuro que se sustenta em Paz.

 

É Natal. As ruas desertas que antes se revelavam na ausência iluminam-se agora com a promessa de um perdão maior, de um amor que nos faz irmãos do menino que nasce em cada coração. E talvez, em cada gesto, resida a força capaz de construir um mundo onde a Paz e a Fraternidade sejam o caminho constante de uma vida que desejo seja para tod@s plena, iluminada pela harmonia de um mundo em união pela Paz.

 

Para tod@s vós, que me acompanham, votos de uma boa semana e Bom Natal, repleto da esperança e magia desta quadra!

 

Com carinho,
Mafalda


23.12.2024

 

#natal2024 #reflexãodenatal #postaldeNatal #caminhosdenatal #pazefraternidade #literaturaportuguesa #espiritualidade #mensagemdenatal #união #harmonia #esperança #poética #natalcomamor

29
Nov23

Uma Flor para Rodolfa


Cotovia@mafalda.carmona

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Uma Flor para Rodolfa

{Soneto para Rodolfa}

**

Uma rosa única, faz a história,

Não pela beleza, mas p'la lealdade.

Meiga, de entusiasmo sem idade,

A imagem perene em perfeita memória.

*

Sentiste, viveste, exemplo persistente,

Todo o amanhecer era em sol radiante.

Na origem perdida no tempo distante,

Sempre, na manhã da saudade, vibrante.

*

Nos dias malhados, quase inverno baço,

Congelaste a música, tom iridiscente,

Coração de luz que vive eternamente.

*

Foi um pequeno mundo num alegre espaço,

Concretizada aventura em ternura,

A mais incrível e querida ventura.

**

Mafalda Carmona

29.11.2023 | 20:02 hr

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Rodolfa 12.01.2010- 26.11.2023

21
Dez22

As Viagens


Cotovia@mafalda.carmona

Do meu contentamento...

  • Nesta, que se inicia hoje, estação do meu descontentamento, o Inverno, sou invadida pela nostálgica memória das viagens.

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ilustração "Silêncio de Inverno" de @mafalda.carmona 

Viajei bastante, por conta das idiossincrasias familiares, só mais tarde compreendidas.

As primeiras viagens foram de barco, um transatlântico, quando ainda existiam para irmos de uns continentes para os outros, imaginam? Depois avião, carro, comboio e autocarro.

Excetuando as viagens de barco (as mais difíceis), as viagens de avião eram uma excitação, sobretudo pelo frenesim nos aeroportos, as manobras dos aviões, o levantar voo aqui e agora, e o aterrar lá longe, numa terra completamente diferente, quase num ápice,  o tempo de um sonho.

Depois, nas viagens de automóvel, o ir indo, viajando, o tempo próprio das paisagens que desfilam na janela, tal como nos comboios, mas no carro há uma domesticidade maior, uma familiaridade com as paisagens libertas do bulício das gares e dos aeroportos, aquelas janelas mais pequenas, alimentam uma expectativa pelo espaço aberto e pela novidade, a próxima terra, ceara, pomar, o próximo local de paragem e de partida, as etapas pré-determinadas para um destino programado.

As viagens despertam, também, um sentimento de contrastes, o isolamento de uma madrugada ainda com o sol por nascer e as ruas desertas, quando se parte tentando não fazer muito barulho, e a chegada ao centro de uma cidade no meio da tarde, as filas de trânsito, as principais avenidas, a chegada ao hotel, os cheiros característicos desses espaços.

No viajar está esta sensação de " Poder", para fazer, para ir, estar, ver, sentir, contentar-se.

Se o ponto de chegada é um motivo de excitação, o próprio processo da viagem, é igualmente intenso, onde muitas vezes a impossibilidade de parar, dá lugar a guardar pequenos postais estáticos de pessoas, coisas, situações e paisagens, uma coleção de imagens, um álbum de fotografias imateriais, guardado dentro de nós.

As viagens literárias são, também, assim.

Essas, recolhem todas estas emoções e sentimentos do viajante e através dos autores, dá-se a magia, pois conseguem esta alquimia, a de transformar palavras em imagens, e imagens em palavras tão vividas como aquelas que guardamos e lembramos em ténues recordações. Fazem-no tão bem que nos oferecem uma incrível viagem nas histórias que contam, reais ou ficções, aventuras ou poesias. É a poesia das palavras materializada em textos a gerar imagens reais e sentidas.

E assim na literatura somos viajantes, quem escreve e quem lê, uma viagem partilhada na qual os autores não vivem sem leitores, que não vivem sem autores, são o par Piu-piu e franjola desta antiga história, de um amor, o inventado por Platão, para fazer o nosso contentamento nestes dias de um inverno, estação que atravessa o ano de 2022 para nos entregar o ano de 2023, que agora se inicia.

Estimadas Pessoas: 

 

Chegou o Inverno!

 

No meu caso, gosto é do Verão,

Mesmo sem passear de prancha na mão,

Pois tenho penas e asas, para meu espanto!

Asas para voar em fingida imaginação,

Nestes dias frios de chuva, vento e desalento.

É em grande desassossego e tormento,

Que desespero pela chegada da Primavera.

Para animar esta quadra há o Natal,

O Advento e a Consoada, a passagem de Ano,

E num instante está à porta o Carnaval!

Como Companhia, esta Cotovia tem as Pessoas,

Os autores, textos em poesias, e literárias aventuras.

Haja saúde, paz, bons ventos, amor e amizade,

Para viver grata e em feliz contentamento.

Na viagem no comboio das estações,

O tempo passa veloz, sempre igual, sempre diferente.

Boa quarta-feira e bom 21 de Dezembro.

 

Boas Viagens. Feliz Natal, Boas Festas e Bom Ano de 2023, Pessoas!🐦

 

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{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
Em destaque no SAPO Blogs
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