Verdes Pastos
Cotovia@mafalda.carmona
Olá, Pessoas!
Quantas vezes o medo nos faz plantar raízes onde não deveríamos?
Este poema vem na sequência dos textos que publiquei esta semana.
Em específico, remete-me para um ditado popular:
"Às cobras e ervas daninhas, corta-se-lhes a cabeça quando são pequeninas."
Obrigada por lerem e partilharem os vossos comentários.
Mantenham-se em segurança e continuação de uma boa semana!
Verdes Pastos
Por medo que chegou antes,
Bem junto da soleira da minha casa,
Foi ali que plantei a serpente,
E adormeci na sua sombra.
Foi descansada que acordei.
Só então soube:
Sou eu a tua caça,
Oferecida em nome do verde pasto,
Sou repasto do engano,
Troféu da cobiça.
Assim, conhecerei o fardo da presa,
Cativa, respiro insurgente.
Refém, mas insubmissa,
Na tua toca aguardarei, paciente,
Que o vento me chame de volta.
No ventre do tempo,
Conceberei a minha revolta.
@mafalda.carmona
06.03.2025
Green Pastures
For fear that came before,
Right by the threshold of my home,
There I planted the serpent,
And slept beneath its shadow.
Rested, I awoke.
Only then I knew:
I am your prey,
Offered in the name of the green pasture,
A feast of deceit,
A trophy of greed.
Thus I shall bear the burden of the hunted,
A captive, breathing insurgent.
A hostage, yet unyielding,
In your lair, I will wait, patient,
Until the wind calls me back.
In the womb of time,
I shall conceive my revolt.
@mafalda.carmona
06.03.2025
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