Memória
Homenagem aos que partiram
Cotovia@mafalda.carmona
Homenagem aos que partiram
- Olá bom dia! Este post de Hoje é o resultado da leitura das várias publicações dos blogs do Sapo de que sou seguidora, com referência, pelo título, ao da Maria Soares, "Narrativas", nomeadamente, "Memórias", e das conversas, troca de ideias, comentários, sugestões e feedback dos leitores Amigos e seguidores do meu blog Cotovia e Companhia. (nota: em outubro 2023: o blog referido deixou de estar disponível por a sua autora o ter tornado privado).
Com este texto, e em meu nome, Mafalda Carmona (Cotovia) desejo partilhar partes da minha vida, e de quem sou, com honestidade, sem deixar de reconhecer que nem sempre foram momentos fáceis. Ao fazer isso, espero que estas experiências possam de alguma forma contribuir para o bem-estar e alegria de outras Pessoas. O único objetivo é ser parte desta comunidade do Sapo Blogs, que tão bem me acolhe, em que as pessoas se ajudam mutuamente, sem procurarem destaque ou superioridade.
Sempre ouvi dizer que "As pessoas felizes não tem história." Embora compreendendo o sentido da frase, permiti-me, insistente, acrescentar uma observação: "Quem também não tem história é quem não tem memória."
Ao longo do tempo, por opção, tentei, e falhei nessa tentativa, não ter história pela vontade maior de ser feliz. Nessa troca, ou pacto, o anonimato é um alívio, ser apenas mais uma na multidão, uma paixão frustrada, porque, vida cruel, não se faz só, mas acompanhada, e nem sempre pela felicidade.
Na fase dois, a estratégia foi apelar para a entrada em cena da memória, ou falta dela, para alcançar essa felicidade: esquecer, obliterar, compartimentar. No rescaldo, verifico a quantidade de momentos felizes, agarrados por um cordão umbilical, que se esvaem no não lugar da não memória, um agonizante "fade in" na densa neblina de éter do indesejado.
A fase três, foi dedicada a recuperar a memória, dos outros, dos lugares, idades, cheiros, aventuras e desventuras. Perceber e receber a alegria, a tranquilidade, o benefício da saúde.
Reconhecer que não se é feliz o tempo todo. Há momentos de tristeza, que tal como a felicidade e a alegria, são independentes da vontade, estão no reino da emoção, do sentir. E, quando estão, quando aparecem, é para aceitar, sem nada excluir. Com razão e sentir, viver.
Viver na dança eterna entre a lógica e a emoção.
Assim, em 3 passos, um ana-ni ana-não, ficas tu e eu não, entre a memória e a aceitação, no caminho da felicidade, cheguei a uma placa que diz:
"Felicidade é S.A.R.A.R. - Saudar, aceitar, respirar, avançar, repetir."
Como canto, poisa uma Cotovia a dar as boas vindas a um novo dia. Cumpridora, levanta voo logo que lhe tocam os primeiros raios aurores, vertiginosa sobe até ser apenas um ponto nos pontos das fases da vida.
Com encanto, pares de olhos de pestanas compridas, das crianças de antes e de agora, em comum os corações ternurentos e ávidos de sentir, despreocupadas, brincam sobre um Sol que nasce para a ventura da Liberdade.
Fecho os olhos e sinto o conforto da resistência, no registo das memórias futuras presentes nestes momentos felizes, para que não escapem, novamente, instáveis fios de seda finos e escorregadios. Agarro-as, queridas pedras fixas, umas redondas, outras meio partidas, para as por nas prateleiras de vidro, guardo-as no grande armário das Felicidades, sem chaves para fechar portas nem janelas, ficam à mão de semear, para quem interessar.
Beijinhos e abraços de asas a todas vós Pessoas, espero que gostem! Agora vou ali à Biblioteca Municipal dar boleia a mais 5 amigos de asas, para residirem aqui no ninho na próxima quinzena. Amanhã apresento-os!
Boa quinta-feira a todos, dia feliz!
Serra da Estrela fotografia de Mafalda Carmona