Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

{Cotovia} e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

Olá Pessoas! Bem-vindas ao blogue da Cotovia onde (m)ando {cotovia}ando! Sigam a cor deste vôo: "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo. Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." @mafalda.carmona

{Cotovia} e Companhia

29
Abr23

Solitude


Cotovia@mafalda.carmona

IMG_20230425_152352.jpg

*

Texto:

Solitude

 

Estás só quando não queres quem te ama, como estás só quando quem amas não te quer. A má sorte está longe das casas de jogo, está aí, mora nas células que gritam em silêncio que arde no teu peito, quando não queres nem és querido, quando vives na desesperada saudade de quem tiveste então, de quem tanto te quis, e já não podes ter, um coração resgatado numa memória melancólica, que te revolve as entranhas, sem que já vejas a estranheza, porque faz parte de ti essa dor sem abrigo que acolheste na noite mais escura e contigo ficou aconchegada até ao âmago.

Num jogo de amor comprometido, de uma mão perdida, nem sabes se a conheces ou desconheces, se está no passado, se está presente, se virá no futuro, ou se pode ser levada pelo vento, nas cinzas do teu corpo ardente, muitos anos à frente, para crianças que nunca terás nem verás mas de alguma forma a elas chegarás. Com uma palavra, uma ação, lhes mostrarás que sim, nasceste só, morreste só, mas nunca viveste só, tens-te a ti, quem amas, quem amaste, e te ama e amou.

Conhecidas e desconhecidas, pessoas que passam pela tua vida, umas a descoberto, outras noutro universo, e quanto mais pensas nisso mais acreditas, que desde o início, tens do teu lado a dádiva e a gadanha, as mendigas da vida e a da morte, de mãos dadas contigo, nesta hélice genética, em cromossomas, daqui até ao fim, numa solidão de 8 biliões vezes o tempo, és um peixe livre num mar de triliões de km2, ampliado pelos zeros e uns dos mais infinitos quantuns, onde o teu quadrado tem pra lá de 60 km² numa latitude de 11 dimensões. E nesta teoria das cordas, que só tu poderás descobrir, pois neste xadrez, nesta teoria do tudo, feita de membranas que não vês, o mais provável é que exista um espaço, quase invisível, mas perceptível, aquele onde não há dor, e onde cabe o teu amor. No espaço-tempo surreal deste cósmico modulor, és sonhador, salvador e predador.

Chegaste à Terra da Solitude, debaixo do Sol e da Lua,

Esta vida é toda tua.

 

Poema:

Solitude

Estás só se não quiseres quem te ama,

Como estás só se quem amas não te quer.

A má sorte espreita nas células silenciosas,

E arde no teu peito, quando não mais és querido.

Vives no passado, numa enorme saudade

De quem tanto te quis e tiveste então.

Mas o coração não pode ser resgatado

De uma memória melancólica que te envolve

Até às entranhas sem que já a estranhes.

*

Faz agora parte de ti essa dor sem abrigo,

Que acolheste na noite mais escura

E contigo se aconchegou.

Num jogo de amor comprometido, de uma mão perdida,

Não sabes se a conheces ou desconheces,

Se está no passado, presente ou virá no

futuro,

Nem sabes se pode ser levada pelo vento,

Nas cinzas do teu corpo ardente, anos àfrente.

*

Com uma palavra, uma ação, um fim que é um sim,

Nasceste só, morreste só, mas não viveste só.

Tens-te a ti, quem amas, quem amaste, e te ama ou amou.

*

Conhecidos e desconhecidos, pessoas que passam pela tua vida,

Umas a descoberto, outras noutro universo,

E quanto mais pensas nisso mais acreditas,

Que desde o início, contigo de mãos dadas,

Tens de um lado a dádiva, do outro a gadanha,

Giram contigo as mendigas da vida e da morte,

nesta hélice genética, em cromossomas,

daqui até ao fim, numa solidão de 8 biliões vezes o tempo,

és um peixe livre em triliões de km²,

ampliado pelos zeros e uns dos mais infinitos quantuns.

*

Onde o teu quadrado tem pra lá de 60 km²,

numa surreal latitude de 11 dimensões,

da teoria das cordas que só tu descobrirás.

No infinito xadrez, desta teoria do tudo,

feita de membranas que não vês,

o mais provável é que exista um espaço,

Quase invisível, mas perceptível, muito vago,

É aquele onde não há dor,

e será onde cabe o teu amor. 

*

Nesse espaço-tempo onde és amante, sonhador, salvador e predador,

Eis que chegaste à terra da Solitude, debaixo do Sol e da Lua.

Esta vida é toda tua.

****

Mafalda Carmona 29/04/2023

* Fotografia de Mafalda Carmona, "Solitude" praia fluvial do Alqueva, Monsaraz, 25/04/2023

P.S. Este texto foi escrito na sequência da leitura da Coroa de Sonetos dos sonetistas Mª. João Brito de Sousa e Custódio Montes, no blogue poetaporkedeusker.

Do texto resultou também a versão em poesia livre, e idealmente irei, com mais tempo e assim me ajude a Musa da Poesia, escrever um soneto sobre este mesmo tema. Por agora aqui ficam as versões em texto e poesia neste surpreendente último sábado do mês de abril de 2023. 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Quem é esta Cotovia?

Sigam-me Noutros Vôos

{Instagram}

{Cotovia} Instagram Feed

{Facebook}

Ilustração Perfil @mafalda.carmona

Vôos recentes

Vôos de Outras Aves

Calendário

Agosto 2024

D S T Q Q S S
123
45678910
11121314151617
18192021222324
25262728293031

Voar ao calhas

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
Blogs Portugal

{Cotovia} em Colectânea

Sinopse A Coletânea “ERA UMA VEZ…ALENTEJO” é uma obra que inclui poemas, fotografias, ou obras artísticas originais cujo tema e foco principal seja o Alentejo, e está abrangida no projeto europeu “Antologias Digitais”. Tendo a cidade de Évora sido recentemente nomeada Capital Europeia da Cultura 2027, faz todo o sentido homenagear não só a cidade como também toda a beleza circundante e riqueza cultural da região, e observar as maneiras como estas inspiram as pessoas de vários pontos do globo. Autor: Vários Formato: pdf Edição: 08.05.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado; Vítor Pisco Editora Recanto das LetrasBaixar e-book

{Cotovia} em Antologia

Sinopse Aquilo que temos vindo a testemunhar desde 20 de fevereiro de 2022, provoca em nós sentimentos complexos, melhor expressados através da arte. Esta antologia recolhe estes sentimentos, e distribui-os para quem neles se reconforta e revê. Para o povo ucraniano, fica a mensagem de acolhimento, não só em tempos de crise, mas sempre. Porque é difícil expressar a empatia por palavras, mas aqui fica uma tentativa, por 32 autores, nacionais e internacionais. Autor: Instituto Cultural de Évora Formato: pdf Edição: 14.08.2023 Ilustração capa e contracapa: Ana Rosado Editora Recanto das Letras

{Apoio à Vítima}

A APAV tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais. É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 21h). Aquando de um crime, muitas pessoas, para além da vítima directa, serão afectadas directa ou indirectamente pelo crime, tais como familiares, amigos, colegas. A APAV existe para apoiar. Os serviços da APAV são GRATUITOS e CONFIDENCIAIS.

{Notícias Sobre a Ucrânia}

A UE condena com a maior veemência a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia. Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. Apelamos à Rússia para que cesse imediata e incondicionalmente todas as hostilidades, retire o seu pessoal militar e equipamento de todo o território da Ucrânia, no pleno respeito pela soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. A UE apoia os princípios e objetivos fundamentais da fórmula de paz da Ucrânia enquanto via legítima e credível rumo a uma paz global, justa e duradoura.
Em destaque no SAPO Blogs
pub