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Cotovia e Companhia

Olá Pessoas! Bem-vindas a este blogue onde (m)anda, esvoaçando, a Cotovia🐦! "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo... Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." Mafalda Carmona

Olá Pessoas! Bem-vindas a este blogue onde (m)anda, esvoaçando, a Cotovia🐦! "Nascemos poetas, só é preciso lembrá-lo... Saber é quase tudo. Sentir é o Mundo." Mafalda Carmona

Cotovia e Companhia

18
Ago23

E se... 1Foto 1Texto#4

Desafio


Cotovia (MC)

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(4) E se... a divisão não existisse?

 

Somente era uma erva

Mãos dadas com o astronauta,

Navegam ao acaso

 

Grandioso Cosmos sonha,

Quando a semente floresce.

Mafalda Carmona

17.08.23 | hr.15:13

(4) Foto e Texto de Mafalda Carmona em resposta ao desafio 1Foto1Texto aqui no blogue da Isabel " Pessoas e Coisas da Vida".

Para ver os desafios anteriores da Cotovia:

E se... chovessem arco-íris? #1

E se... o mar fosse de tecido? #2

E se... as mesas falassem?#3

27
Jun23

Lamento...

Poesia Soneto Decassílabo Heróico Fotografia


Cotovia (MC)

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(1) Tão Estranho Lamento

**

Tão triste e angustiante era a semente,

Onde outros sim, viam vida, vi eu o fim,

Que chega esmagador, simples assim,

Escondido por mente impertinente.

*

Tão estranho o pesado sentimento,

Que acende a orfandade crescente,

Do abraço intenso mas desvanecente,

A razão de infeliz esquecimento.

*

Tão estranho poema em vã harmonia

É dor de cicatriz profunda em mim,

Cegueira em invisível agonia.

*

Tão triste este lamento que atrofia,

É sombra de andorinha em voo carmim,

Que em meu peito gravou prece a Maria.

****(2)

 

"Ave Maria, cheia de graça, 

o Senhor é convosco; 

bendita sois vós entre as mulheres,

bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, 

rogai por nós, pecadores, 

agora e na hora da nossa morte. 

Amém."

(3) Oração Ave Maria

(2) poema de Mafalda Carmona 27.06.23 00.20h

(1) Fotografia de Raquel Carmona in Instagram

P.S.

Notas sobre a métrica no Soneto (*):

A métrica é medida do verso em número de sílabas poéticas. no caso do soneto de versos decassílabos, compostos de 10 sílabas poéticas, classificam-se em versos heróicos, quando as sílabas tónicas ocupam as posições 6 e 10, e os versos sáficos se as sílabas tónicas e encontram nas posições 4, 8 e 10.

Além dos versos decassílabos, as formas mais conhecidas são a redondilha menor com 5 sílabas métricas, ou poéticas, a redondilha maior ou heptassílabo, com 7 sílabas poéticas, o eneassílabo com 9 sílabas poéticas, o hendecassílabo com 11 sílabas poéticas e o dodecassílabo ou verso alexandrino com 12 sílabas poéticas.

Mediante o número de versos ainda teremos outras classificações, menos usuais e alguma consideradas excentricidades, utilizadas pelos autores como distracção ou exercício poético, como os monossílabos, os dissílabos, os trissílabos, com uma, duas e três sílabas, respectivamente, os ainda não referidos tetrassílabos com 4 sílabas poéticas. Se os versos tiverem mais de 12 sílabas, toma o nome de bárbaro.

Finalmente, quando os versos de uma obra poética têm o mesmo número de versos, como "Os Lusíadas" de Camões, os versos são regulares e têm a classificação de isométricos,  e, se os versos, pelo contrário, não apresentarem regularidade serão versos heterométricos, e aqueles que não obedecem a qualquer uma destas formas de metrificação, são chamados de versos livres.

(*) as notas de estudo foram elaboradas como resumo e compilação da aprendizagem que venho a fazer no âmbito da poesia no formato de soneto com a ajuda da querida Poetisa Maria João Brito de Sousa, que tem presença entre outras plataformas no blog poetaporkedeusker aqui no SAPO Blogs.

05
Jun23

Tempo Perdido

Poesia Soneto Hendecassilábico


Cotovia (MC)

o tempo eterno em nossas mãos.jpg

(*)Tempo Perdido 

**

Escapas, audaz e esquivo, intocável,

Persigo-te e és imparável tratante.

Insistente fuga, razão inconstante,

Onde andas, altivo, ágil e implacável?

*

Culpa minha a deste jogo inaceitável?

Logo serei eu uma ilusão constante?

Quando és tu o cúmplice deselegante,

Rude e a todo e cada instante intragável?

*

É hora, por mim és tempo desmedido,

Serás generoso, atinado e aprende,

És meu, vou guardar-te e ver-te rendido.

*

Porque me afastaste com tanta insistência?

Pára, vê, enxerga que mando eu, entende,

Que se fui ninguém, Hoje, sou resistência.

****

Mafalda Carmona

04.06.23 11.45h

(05.06.23 00.10h editado)

(Soneto em verso hendecassilábico)

Durante as pesquisas para escrever o soneto, e a propósito da sua gestão ou divisão, encontrei um artigo sobre o conceito do tempo na Índia e a sua evolução, em que é apresentada a contagem do tempo de um modo, a meu ver, muito poético, tem inclusive um hino para o definir, "hino do Ṛgveda":

"Doze são as jantes,

mas uma só a roda,

três os cubos;

mas quem o saberá?

dentro dela 360 raios,

fixos como pregos,

ao mesmo tempo móveis

e imóveis...".

As jantes são os meses, a roda o ano, os cubos as três estações climáticas tradicionalmente consideradas na Índia (fria , quente e húmida ) e os raios, os dias do ano.

E também a divisão do ano tem uma nomenclatura muitíssimo interessante:

"A divisão do ano em seis "estações" de dois meses cada uma:

A1- estação vasanta (primavera), que começa no equinócio de Março, compreende os meses madhu ("mel, néctar") e mâdhava ("doçura primaveril")- meses -Março e Abril

A2- griṣma ("calor estival") compreende os meses çukra ("replandecente") e çuci ("branco, luminoso") meses Maio e Junho

B1- varṣa ("chuva"),correspondente à monção chuvosa, os meses nabhas ("nuvem") e nabhasya ("nublado, enevoado") meses Julho e Agosto

B2- çarad ("outono"), que começa no equinócio de Setembro, os meses iṣa ("sucolento") e ûrja ("vigoroso") meses Setembro e Outubro

C1- hemanta ("inverno") os meses sahas ("potência, poderio") e sahasya ("poderoso") meses Novembro e Dezembro

C2- finalmente çiçira ("frescura, cacimba") os meses tapas ("calor") e tapasya (lit. "quentura, fervor" e daí "devoção austera") meses Janeiro e Fevereiro..

E segue por ai fora o artigo sobre o tempo e a sua contagem, isto tudo a propósito deste meu Soneto sobre o Tempo que podem consultar aqui Pessoas.

E, se na verdade me perco nas pesquisas sobre os temas, é a minha desgraça na gestão do tempo, porque as questões e interesse vão crescendo e se não ponho um travão a escrita fica de parte, por outro lado foi esse perder que fez nascer este Soneto em que coloco a questão:

Então e se fosse ao contrário, se fosse, não eu, mas o Tempo a perder-se?

Espero que gostem desta reflexão!

Bom domingo, dia feliz, com tempo para tudo aquilo que mais desejarem, queridas Pessoas!

(*) Origem da fotografia aqui

30
Mai23

Imagina...


Cotovia (MC)

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(1)"Imagina…

Numa praça monumental da capital, muito movimentada,

existe a gentil sombra carregando o nostálgico aroma

de florestas e pomares banhados pelo sol,

da natureza selvagem e das suculentas laranjas de inverno.

Um frescor imaterial, um espaço intangível,

pende em sobreposições de tecidos expostos ao tempo.

Mesmo se muito longe ou muito ausente, e, no entanto, podes senti-lo,

mesmo se muito quebrado para mantê-lo lado a lado,

Há a fiel companhia da solitude,

essa paisagem nebulosa que te tráz de volta a infância perdida.

Sob a cadeira silenciosa da futura sombra,

quieta aguardas o nascer do sol, aqueces as mãos,

Esperas o pôr do sol,

para que ele liberte o peito oprimido.

Agora, sob a tua doce sombra...

descansa."

Mafalda Carmona

01.02.2017

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017


Olá Pessoas!

Como descrevo no perfil da Cotovia e Companhia aqui no espaço Sapoblogs, a minha área profissional é a arquitectura. E esta semana, ao ler no espaço poetaporkedeusker da nossa querida Poetisa Maria João Brito de Sousa, a sua coroa de sonetos, feita em conjunto com o Poeta Custódio Montes, lembrei-me de um projecto que fiz para as Snowie Mountains em Nova Gales do Sul, Austrália, que foi feita para responder a um enunciado para  a criação de um HUB, num Concurso Internacional de Arquitectura.

A minha interpretação traduziu-se numa estação de conservação da natureza, onde um dos objectivos que criei, fora do enunciado original, foi a criação de um local para a preservação de um pequeníssimo batráquio, numa estação nas margens do Snowy River, e transformá-lo em um local seguro para espécies ameaçadas.


Este batráquio ameaçado, o Corroboree do Sul (Pseudophryne corroboree) é um dos vertebrados da Austrália ameaçados de extinção e está listado como em Perigo crítico a nível estadual, nacional e internacional. Hoje em dia, é encontrado apenas num fragmento de menos de 400 Km2 nos ecossistemas subalpinos de zonas húmidas de alta altitude entre 1300-1800m acima do nível do mar, em bosques de neve nas Snowy Mountains, Kosciusko National Park em NGS. Em grande parte, consequência da infecção por fungos, as mudanças climáticas que levam à queda insuficiente de chuva ou neve são os principais factores para o declínio da população do Corroboree.


Em janeiro de 2014, data deste projecto Hub it! que podem conhecer seguindo este link para plataforma World Architecture Community, a WAC, a população de Rã Corroboree do Sul era inferior a 50 indivíduos adultos, com apenas 6 machos na natureza, confirmando o aumento do declínio populacional desde meados da década de 1980 em mais de 99%. Com o seu declínio contínuo e a pequena população restante, é provável que, sem a intervenção humana, a espécie seja extinta.

Como palavra lembra palavra, projecto também lembra projecto lembrei-me de partilhar convosco aquele que considero o mais poético dos meus projectos, onde a memória descritiva é um texto nesse formato.

Assim, a imagem que hoje partilho convosco é desse projecto conceptual meu de arquitectura, intitulado "Imagina" que foi submetido na edição de 2017 do Concurso Sunbrella. O objectivo do enunciado do Concurso Internacional de Arquitectura era mostrar as possibilidades esculturais e arquitectónicas do uso do tecido para criar um palco imersivo para descanso, em uma das três categorias: construção de sombra, humanitário, espaço de bem-estar.

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017

A minha escolha recaiu sobre o espaço de bem-estar na criação de um lugar para vivenciar o luto, apresentando uma proposta poética construída com panos que pendem de um estrutura metaliza com plataformas em vidro apoiadas numa superfície espelhada, a ser instalada na Praça do Comércio, como um espaço de reflexão também do imaginário colectivo.

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017

Os panos reflectidos do espelho simbolizam as páginas da vida tal como as vemos e o seu reflexo na visão que os outros tem de nós, e os elementos naturais representam a inevitabilidade das diferentes etapas da vida, sendo a transparência a tradução da honestidade perante as consequências das acções das quais assumimos total responsabilidade, no legado que os que antes de nós existiram nos deixam e que deixaremos aos que nos seguirem, num ciclo tão antigo como a própria vida, de prisão e liberdade.

Espero que gostem desta faceta da Cotovia noutros voos, onde também tento incluir a Poesia, pois a paixão pelo mundo e pelas pessoas são uma constante, e se bem que a minha Poesia não faça, ainda, completamente jus a essa paixão, também faz parte da aprendizagem este entrelaçar de mundos poéticos para um resultado mais completo e harmonioso no estar, habitar e vivenciar o mundo e a vida, onde a luz e sombra (con)vivem.

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Projecto "Imagina" de Mafalda Carmona para CIA Sunbrella 2017

Conforme exposto no resumo do concurso:

"Luz e sombra são componentes essenciais da arquitectura. A luz do sol pode animar um espaço, ou pode torná-lo insuportavelmente quente e brilhante. A maneira como arquitectos e designers criam sombra para edifícios, residências e espaços públicos transforma a maneira como as pessoas os usam e a versatilidade do tecido abre novas oportunidades para estruturas de sombra esteticamente agradáveis que levam o design e a função do edifício a um novo nível."

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(2) Merleau-Ponty excerto da obra "O Olho e o Espírito", aqui.

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